A Astrologia Psicológica

Astrologia é um vasto corpo de conhecimento com diversas abordagens e aplicações. Neste artigo irei falar de uma delas: a Astrologia Psicológica. Esta nasce do casamento entre a tradição astrológica e a psicologia moderna. O trabalho de C. G. Jung continua ainda hoje a ser um dos pilares fundamentais que sustenta teoricamente esta abordagem astrológica. Destaco dois conceitos desenvolvidos por Jung que estabelecem esta base essencial: os conceitos de Arquétipo e o processo de Individuação.
De forma sucinta, Jung propõe a existência de um inconsciente colectivo, estruturado por ideias primordiais que se refletem na psique individual. Estas ideias primordiais, a que chamou de arquétipos, estão simbolicamente representados nas figuras mitológicas, que no caso da cultura ocidental correspondem aos deuses greco-romanos, directamente associados à linguagem astrológica. Assim, estes deuses são representações culturais de estruturas reais que constituem a psique, o que nos permite encontrar na simbologia astrológica, um sistema de referência: um modelo completo da psique humana.
Nesta perspectiva a Astrologia assume-se como uma ferramenta extremamente poderosa na caracterização e compreensão dos processos internos de cada individuo.
É Dane Rudhyar, que mais tarde aprofunda esta abordagem psicológica da Astrologia, integrando a visão evolutiva contida no processo de Individuação de Jung, que fornece um propósito para a vivência interna: a integração das qualidades inatas da personalidade em torno de um todo coerente e auto-consciente. Com Rudyhar a Astrologia passa a fornecer uma orientação existencial: o mapa revela o potencial e o propósito individual de cada ser.
A Astrologia Psicológica centra-se maioritariamente na análise e compreensão dos processos internos da pessoa, e menos na procura de prever acontecimentos externos que a influenciarão. Não quer isto dizer que essa não seja uma demanda válida, mas na perspectiva psicológica, o objectivo maior é o empoderamento do individuo, ou seja, fornecer informação que possa torná-lo mais consciente dos seus processos e consequentemente mais livre para fazer escolhas, dirigindo a sua experiência de vida no sentido de uma maior realização pessoal.
No entanto, a utilização de técnicas de previsão faz naturalmente parte da abordagem psicológica, mas uma vez mais, o seu foco centra-se na identificação de janelas de oportunidade para a transformação e maturação psicológicas do individuo. Neste sentido, um trânsito de Saturno em conjunção ao Sol, não profetiza necessariamente um período depressivo e de bloqueio da expressão individual, mas sim uma oportunidade de obter maior estrutura e resiliência ao nível da identidade, através do esforço de superação de possíveis inibições e obstáculos. No fundo a simbologia não é alterada, mas o foco interpretativo é diferente daquele que caracteriza visões deterministas da astrologia.
A crítica que muitas vezes é feita a esta abordagem psicológica, é que o elevado grau de subjectividade que as interpretações podem apresentar, deixa a desejar no que respeita ao rigor e à precisão. De facto, a gramática interpretativa da Astrologia Psicológica é bastante mais subtil e portanto menos precisa ao nível da materialização concreta, como sendo a identificação e previsão de eventos específicos na vida da pessoa. No entanto ela é surpreendentemente precisa no objecto do seu estudo: na identificação dos processos internos da psique, que por sua vez se materializarão externamente numa infinitude de possibilidades, de acordo com as escolhas de cada individuo.
De forma sucinta, Jung propõe a existência de um inconsciente colectivo, estruturado por ideias primordiais que se refletem na psique individual. Estas ideias primordiais, a que chamou de arquétipos, estão simbolicamente representados nas figuras mitológicas, que no caso da cultura ocidental correspondem aos deuses greco-romanos, directamente associados à linguagem astrológica. Assim, estes deuses são representações culturais de estruturas reais que constituem a psique, o que nos permite encontrar na simbologia astrológica, um sistema de referência: um modelo completo da psique humana.
Nesta perspectiva a Astrologia assume-se como uma ferramenta extremamente poderosa na caracterização e compreensão dos processos internos de cada individuo.
É Dane Rudhyar, que mais tarde aprofunda esta abordagem psicológica da Astrologia, integrando a visão evolutiva contida no processo de Individuação de Jung, que fornece um propósito para a vivência interna: a integração das qualidades inatas da personalidade em torno de um todo coerente e auto-consciente. Com Rudyhar a Astrologia passa a fornecer uma orientação existencial: o mapa revela o potencial e o propósito individual de cada ser.
A Astrologia Psicológica centra-se maioritariamente na análise e compreensão dos processos internos da pessoa, e menos na procura de prever acontecimentos externos que a influenciarão. Não quer isto dizer que essa não seja uma demanda válida, mas na perspectiva psicológica, o objectivo maior é o empoderamento do individuo, ou seja, fornecer informação que possa torná-lo mais consciente dos seus processos e consequentemente mais livre para fazer escolhas, dirigindo a sua experiência de vida no sentido de uma maior realização pessoal.
No entanto, a utilização de técnicas de previsão faz naturalmente parte da abordagem psicológica, mas uma vez mais, o seu foco centra-se na identificação de janelas de oportunidade para a transformação e maturação psicológicas do individuo. Neste sentido, um trânsito de Saturno em conjunção ao Sol, não profetiza necessariamente um período depressivo e de bloqueio da expressão individual, mas sim uma oportunidade de obter maior estrutura e resiliência ao nível da identidade, através do esforço de superação de possíveis inibições e obstáculos. No fundo a simbologia não é alterada, mas o foco interpretativo é diferente daquele que caracteriza visões deterministas da astrologia.
A crítica que muitas vezes é feita a esta abordagem psicológica, é que o elevado grau de subjectividade que as interpretações podem apresentar, deixa a desejar no que respeita ao rigor e à precisão. De facto, a gramática interpretativa da Astrologia Psicológica é bastante mais subtil e portanto menos precisa ao nível da materialização concreta, como sendo a identificação e previsão de eventos específicos na vida da pessoa. No entanto ela é surpreendentemente precisa no objecto do seu estudo: na identificação dos processos internos da psique, que por sua vez se materializarão externamente numa infinitude de possibilidades, de acordo com as escolhas de cada individuo.

A grande amplitude na determinação de eventos e caracterizações externas, não é uma falha ou limitação, mas uma consequência da inclusão do “factor humano”, ou melhor dizendo, da possibilidade de escolha. Somos entidades conscientes, criativas e infundidas de subjectividade, não máquinas programáveis e absolutamente lógicas. Logo uma astrologia centrada na compreensão e potenciação do ser humano tem necessariamente de ser orgânica e abrangente na sua abordagem.
Como tal, o ênfase é colocado na busca de sentido para as experiências vividas, sendo o aspecto formal que essas assumem um factor secundário. Por exemplo, um trânsito de Plutão em conjunção ao Descendente natal, indica um período em que é proposta uma transformação profunda da dinâmica relacional da pessoa. Os conteúdos inconscientes, reprimidos por serem percepcionados como “maus”, e que são projectados sobre os outros, têm a oportunidade de serem reconhecidos e transformados. Ultrapassado este processo, a pessoa tem a possibilidade de ganhar uma percepção dos outros mais objectiva e verdadeira, e assim viver relacionamentos mais equilibrados. Neste contexto, é secundário se os eventos externos que se desencadeiam no processo são uma separação litigiosa ou uma violenta e compulsiva paixão. Mais uma vez, não que os acontecimentos não sejam importantes, e são de facto cruciais para a pessoa envolvida, mas o papel do astrólogo na perspectiva psicológica, é fornecer o contexto dessa crise dentro do processo de desenvolvimento da pessoa e facilitar a sua transformação, e não simplesmente identificar probabilidades de desenlace para o enredo dos acontecimentos. Direi inclusivamente, que essa informação preditiva, pode até vir a prejudicar o processo, fornecendo vias de boicote e fuga das questões. E isto é algo que qualquer estudante pode verificar por si próprio em relação ao seu mapa, pois certamente já reflectiu sobre isso: o conhecimento antecipado de crises e dificuldades implica um certo grau de maturidade psicológica para que não nos condicione negativamente.
Esta visão da Astrologia é como vemos, fundada em importantes princípios de ética e responsabilidade para com aqueles que procuram este valioso conhecimento, em busca de orientação e sentido para as suas vidas.
A Astrologia tem vindo a renascer após séculos de obscuridade, e apesar da grande diversidade de abordagens que hoje proliferam, não tenho dúvidas em afirmar que a integração da linguagem astrológica com o conhecimento avançado pela psicologia profunda é incontornável numa prática de aconselhamento astrológico.
Como tal, o ênfase é colocado na busca de sentido para as experiências vividas, sendo o aspecto formal que essas assumem um factor secundário. Por exemplo, um trânsito de Plutão em conjunção ao Descendente natal, indica um período em que é proposta uma transformação profunda da dinâmica relacional da pessoa. Os conteúdos inconscientes, reprimidos por serem percepcionados como “maus”, e que são projectados sobre os outros, têm a oportunidade de serem reconhecidos e transformados. Ultrapassado este processo, a pessoa tem a possibilidade de ganhar uma percepção dos outros mais objectiva e verdadeira, e assim viver relacionamentos mais equilibrados. Neste contexto, é secundário se os eventos externos que se desencadeiam no processo são uma separação litigiosa ou uma violenta e compulsiva paixão. Mais uma vez, não que os acontecimentos não sejam importantes, e são de facto cruciais para a pessoa envolvida, mas o papel do astrólogo na perspectiva psicológica, é fornecer o contexto dessa crise dentro do processo de desenvolvimento da pessoa e facilitar a sua transformação, e não simplesmente identificar probabilidades de desenlace para o enredo dos acontecimentos. Direi inclusivamente, que essa informação preditiva, pode até vir a prejudicar o processo, fornecendo vias de boicote e fuga das questões. E isto é algo que qualquer estudante pode verificar por si próprio em relação ao seu mapa, pois certamente já reflectiu sobre isso: o conhecimento antecipado de crises e dificuldades implica um certo grau de maturidade psicológica para que não nos condicione negativamente.
Esta visão da Astrologia é como vemos, fundada em importantes princípios de ética e responsabilidade para com aqueles que procuram este valioso conhecimento, em busca de orientação e sentido para as suas vidas.
A Astrologia tem vindo a renascer após séculos de obscuridade, e apesar da grande diversidade de abordagens que hoje proliferam, não tenho dúvidas em afirmar que a integração da linguagem astrológica com o conhecimento avançado pela psicologia profunda é incontornável numa prática de aconselhamento astrológico.
Jorge Lancinha
Agosto 2015