O Despertar da Consciência
Vivemos numa época de grandes transformações: pessoais, sociais, ambientais… E todos somos chamados a desempenhar o nosso papel neste mundo em transformação. Cada vez mais a participação consciente do indivíduo no todo é preponderante. Pois é precisamente aí que reside a questão da evolução: não é no desenvolvimento de mais e melhor tecnologia, na criação de sistemas de organização mais complexos, na posse de uma colecção de informação cada vez mais vasta; é sim no desenvolvimento da consciência. Este é um desafio global, mas passa necessariamente por ser um desafio individual, não em termos egocêntricos, mas sim como forma de integração no colectivo. Porque a consciência de nós próprios é também a consciência do nosso papel no todo, pois é isso que realmente somos: uma pequenina, mas fundamental peça de um grande sistema de vida.
Lembro-me de uma imagem cómica muito comum em que um personagem tenta consertar um determinado mecanismo e simplesmente atira uma enorme quantidade de peças fora e miraculosamente consegue que ele começa a funcionar. Esta imagem é cómica porque é disparatada face à noção que temos de que num determinado mecanismo, seja um motor de automóvel ou um computador pessoal, todas as suas componentes cumprem uma determinada função e são importantes para o seu bom funcionamento. Podemos tecer considerações acerca da importância relativa de cada peça: se o CPU de um computador é mais importante que a placa de som; se a roda de um automóvel é mais importante que o banco de trás… O facto é que todas são fundamentalmente importantes. Assim como cada um de nós no mundo. Mas por vezes estamos tão obcecados com a nossa própria importância que deixamos de fazer o papel que nos cabe e acabamos por comprometer a importância que realmente temos… Pois de um ponto de vista globalizante, a importância relativa de cada um deriva do valor do seu contributo para o todo.
É portanto essencial que reconheçamos o nosso papel neste sistema de vida do qual fazemos parte. Para tal teremos que começar por trabalhar os nossos conflitos internos, os nossos medos e inseguranças, os nossos apegos e carências. Então poderemos deixar progressivamente de viver em dependência e insegurança para passarmos a nutrir e a criar.
A Astrologia pode ajudar-nos neste caminho, nesta transformação. Esta linguagem simbólica não nos fornece as respostas, mas pode ensina-nos onde e como as procurar.
Jorge Lancinha
3 Janeiro 2011