NÃO: o seu signo astrológico não mudou!
Periodicamente costuma circular pelos meios de comunicação supostas notícias que anunciam que afinal os signos astrológicos estão incorrectos e que necessitam de actualização face a factos astronómicos, afirmando a existência de uma 13º constelação integrante da eclíptica chamada de Serpentário e alertando para a questão do desfasamento dos signos relativamente à posição astronómica das constelações.
Importa desde logo esclarecer um princípio fundamental: Astrologia e Astronomia são coisas diferentes e não devem ser confundidas. A Astronomia é uma ciência que estuda e classifica factos objectivos. A Astrologia é um sistema simbólico e subjectivo que nos possibilita a ancoragem de uma mitologia de evolução pessoal e global.
Posto isto, clarifiquemos os factos.
Importa desde logo esclarecer um princípio fundamental: Astrologia e Astronomia são coisas diferentes e não devem ser confundidas. A Astronomia é uma ciência que estuda e classifica factos objectivos. A Astrologia é um sistema simbólico e subjectivo que nos possibilita a ancoragem de uma mitologia de evolução pessoal e global.
Posto isto, clarifiquemos os factos.
A questão do 13º signo
Os 12 signos do zodíaco são baseados nas constelações da eclíptica, certamente. Mas assim como as constelações são definidas e estabelecidas por convenções, também os signos são uma convenção, definida desde os tempos da Babilónia (cerca de 700 a.C.). As estrelas eram o pano de fundo onde se projectavam os mitos, as histórias, o ensinamento ancestral. As constelações, com os seus nomes e delimitações, nascem assim do imaginário humano.
Não faz qualquer sentido disputar que o Sol afinal passa em 13 constelações e não 12, pois a evolução das convenções astronómicas segue um percurso independente da Astrologia e sem qualquer relação simbólica. O zodíaco astrológico (denominado de Tropical) está dividido em 12 partes iguais: 3 signos por cada um dos 4 elementos. Esta é a convenção astrológica ocidental e se viesse a sofrer algum tipo de alteração seria devido a uma actualização dos seus próprios princípios, definida pela comunidade astrológica. Aliás, existem diversas abordagens astrológicas que utilizam convenções diferentes, segundo sistemas que têm a sua coerência própria.
O desfasamento astronómico
Outra falácia que habitualmente segue no pacote da primeira é a questão do desfasamento entre constelações e signos. Uma vez mais clarifiquemos este "problema".
Certamente já ouviu falar da chamada Era de Aquário. Pois bem, este grande ciclo das Eras Astrológicas é precisamente fruto do movimento de Precessão da Terra, um lento oscilar do seu eixo de rotação. Este movimento faz com que o ponto do Equinócio da Primavera se desloque pela eclíptica cerca de 1 grau em 72 anos, completando um ciclo a cada 26 000 anos sensivelmente. O grau 0 do signo de Carneiro, na Astrologia Ocidental, corresponde sempre ao Equinócio da Primavera e desta forma vai-se deslocando face à própria constelação que lhe deu nome.
No presente, este ponto 0 que dá inicio ao zodíaco, encontra-se na transições entre Peixes e Aquário, daí derivou o simbolismo da "New Age", a Nova Era de Aquário na qual estamos lentamente a entrar.
Este não é assim um erro de coerência estrutural da Astrologia, como alguns desinformadamente pregam, mas sim mais uma das maravilhosas representações simbólicas que ela nos permite, fornecendo-nos assim mais este ciclo de desenvolvimento civilizacional: o das grandes Eras Astrológicas.
Assim, se por exemplo nasceu no dia 1 de Abril, nesse dia o Sol encontrava-se na constelação de Peixes do ponto de vista astronómico, mas o seu signo é Carneiro, e assim continuará a ser…
Jorge Lancinha
18 Janeiro 2011