> Este mês, devido a uma dificuldade técnica, não haverá relatório em formato vídeo, mas alternativamente deixo aqui a minha análise astrológica para Novembro.
E começamos este mês com o Sol em Escorpião, que entrou neste signo no passado dia 23 de Outubro, marcado pelo eclipse que se deu nessa altura (pode ler mais sobre esse evento aqui). Mergulhámos assim nas águas profundas de Escorpião, ou seja, o foco de consciência direcciona-se agora para o trabalho de iluminação e transformação das pulsões emocionais instintivas, dos padrões distorcidos de ligação afectiva, das carências e feridas fruto da inter-relação emocional com os outros.
É portanto uma fase do ano bastante intensa e que nos possibilita crescer no domínio dos instintos, cortar ligações tóxicas e moribundas, desmontar mecanismos de defesa que já não têm propósito, em suma: curar e purificar para então renascer (já está disponível o vídeo sobre Escorpião exclusivamente dedicado às temáticas deste signo e que pode aceder aqui).
A primeira metade da passagem do Sol por Escorpião, que se estende até dia 8 de Novembro, tem sido marcada por alguma fluidez, simbolizada pela conjunção de Sol e Vénus, que fazem um fantástico trígono a Neptuno e Quíron em Peixes e um sextil a Plutão e Marte em Capricórnio. É como se esta viagem às profundezas, apesar de desafiante, nos estivesse a conduzir por magníficos recifes de coral, que nos inspiram a ir mais fundo. Os processos de cura estão por isso facilitados nesta altura, sendo possível alcançar resolução para questões difíceis com o mínimo de danos colaterais. No entanto será necessário estar atento para não perseguir miragens nem “entregar o ouro ao bandido”, até porque o cenário irá mudar bastante nos dias seguintes.
A partir de dia 8 a paisagem começará a ficar mais inóspita e menos colorida, à medida que Vénus e Sol se aproximam de Saturno, e Marte faz a conjunção a Plutão. Aqui poderemos ser confrontados com obstáculos que testarão os nossos limites. Se não aproveitámos a abertura das duas semanas anteriores para resolver problemas que temos entre mãos, a partir de dia 8 será bastante mais difícil obter soluções. Nessa altura Mercúrio entra também em Escorpião, reforçando a intensidade, especialmente na comunicação. Apesar da crescente tensão, será precisamente através do diálogo que teremos ainda oportunidade de alcançar pacificação nesta segunda semana de Novembro.
A conjunção de Sol a Saturno, no dia 17, irá com certeza assinalar um dos momentos mais importantes deste mês. Por essa altura a Vénus está já em Sagitário, reforçando o impulso para a expressão extrovertida que Júpiter em Leão incentiva. Porém, a noção dos limites e o peso da responsabilidade sobrepõem-se. Será preciso honrar os compromissos sob pena de criarmos mais dificuldades e hipotecarmos estruturalmente o crescimento futuro. É talvez aqui que atingiremos o fundo neste mergulho de Escorpião - que seja portanto um fundo sólido, onde assentemos os pés confiantemente e que assim nos permita ganhar impulso para retornar à superfície com renovada segurança.
E é no dia 22 que o Sol emerge das águas profundas de Escorpião para renascer no fogo expansivo de Sagitário. Nesse próprio dia teremos a Lua Nova, mesmo no grau 0º de Sagitário. Como aconteceu com a entrada do Sol em Escorpião no passado mês, a mudança será bastante clara: o que até aqui estava oculto pode subitamente ser revelado. O passo acelerará certamente e chegaremos ao fim de Novembro em atmosfera muito dinâmica. Plutão estará a menos de 1º da quadratura exacta a Úrano, a sexta e penúltima deste grande diálogo entre estes dois arquétipos que está a transformar radicalmente a nossa sociedade e a moldar o futuro das próximas gerações. Podemos por isso esperar novos desafios e progressos que se tornarão mais claros à medida que avançarmos para Dezembro. Este mês será assim a antecâmara que antecede uma nova catarse, sendo por isso extremamente importante o processo de limpeza e cura em que estamos mergulhados. A conquista do Medo parece-me ser o ponto focal deste processo: o medo da perda, o medo da rejeição, medo da crise, o medo do terrorismo, o medo do ébola, o medo da guerra, o medo… em suma, do que não controlamos. E a melhor resposta não é claramente procurar exercer mais controlo, pois haverá sempre algo mais que nos ameaça e que põe em causa a segurança do que está estabelecido. Se não aprendermos a integrar as dinâmicas de transformação como mecanismos benéficos de renovação criativa, estaremos simplesmente a investir esforço na construção de barragens que inevitavelmente cederão à pressão. Mais do que conter o que no limite não pode ser contido, será mais proveitoso criar estruturas de regulação, que possam dirigir o fluxo da mudança, no sentido daquilo que são os ideais que, tantas vezes, queremos implementar pela força. Um excelente mês de Novembro!
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May 2018
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