Este mês de Maio é palco de um importante evento astrológico: a entrada de Úrano em Touro! A última vez que Úrano mudou de signo (ingressando em Carneiro) foi há 7 anos, o que faz deste momento um marco muito relevante. Começa agora um novo período que se estenderá até 2025, no qual poderemos esperar grandes mudanças, inovações e também alguma disrupção, relativamente a tudo o que Touro simboliza, sendo a produção económica e o bem-estar social os temas mais óbvios na esfera colectiva. Na verdade, temos assistido nos últimos tempos à antecâmara destas mudanças, nos debates acerca do impacto que as novas tecnologias têm no mercado de trabalho, nos meios de produção e nos mercados financeiros. Úrano é inovação, e em termos da nossa estrutura psíquica simboliza o princípio que nos leva a ousar quebrar com o que está instituído e a fazer diferente. É, portanto, um princípio libertador, que abre caminho a novas possibilidades, mas muitas vezes radical e sem dúvida desestabilizador. Sendo Touro um signo que prima pela estabilidade, parece muito óbvio que este período será palco de grandes desafios colectivos, neste impulso para reformar o que mais tende a resistir à mudança. Nos anos 80, com Úrano em Sagitário, assistimos à abertura cultural além fronteiras promovida por inovações tecnológicas como a televisão satélite, a cassete áudio, o VHS; meses depois de Úrano entrar em Capricórnio, em 1989, dá-se a queda do Muro de Berlim, e a dissolução da URSS, abrindo um novo cenário na estrutura do poder mundial; em 1995 Úrano entra em Aquário e é a partir desse ano que a internet começa a sua ascensão vertiginosa de 16 milhões para 700 milhões de utilizadores em 2003, fazendo desta talvez a inovação tecnológica mais revolucionaria de sempre, no que toca à forma como interagimos e nos organizamos socialmente; com a entrada de Úrano em Peixes, assistimos à popularização massiva das redes sociais, com o Facebook a atingir 1 bilião de utilizadores em 2012, criando uma rede viva onde todos se podem conectar à escala global; a partir de 2010, altura em que Úrano entra em Carneiro, dá-se a ascensão do smartphone, o gadget tecnológico mais popular de sempre, que nos levou a integrar as inovações tecnológicas no dia-a-dia como se estas fossem uma extensão de nós mesmos, e levando a uma promoção da individualidade no espaço do colectivo com as redes sociais a transformarem-se cada vez mais no principal espaço de expressão e um meio de construção de identidade. Agora, com a entrada de Úrano em Touro, a tecnologia poderá ganhar uma presença física ainda mais forte (a internet das coisas, a robótica), assim como promover alterações na nossa fisicalidade (nanotecnologia, implantes, codificação genética). Como já referi acima, é muito provável que este trânsito se manifeste como uma reestruturação da economia mundial, quer motivada pelos avanços tecnológicos que impactarão tremendamente os empregos e levarão a reorientar a capacidade produtiva humana, quer pela mudança de valores, muito marcada nas novas gerações, que tendem mais a privilegiar o consumo de experiências ao consumo de bens materiais. Numa perspectiva mais pessoal, este transito de Úrano predisporá os Touros a arriscarem sair da sua zona de conforto e a acomodar a mudança; convidará os Escorpiões a desapegarem-se de padrões esgotantes que não são produtivos; desafiará os Leões a quebrarem com máscaras e ousarem encontrar mais consistência na simplicidade; confrontará os Aquários com a necessidade de investirem em coisas concretas e a encontrarem a paradoxalmente mais liberdade através do enraizamento. Estes 4 signos serão os mais estimulados por este impulso, mas ele é acessível colectivamente uma vez que todos expressamos Touro nalguma área das nossas vidas (para quem conhece o seu Mapa Natal pode procurar pela casa ocupada por Touro).
Claro que este impulso irá desenrolar-se ao longo dos próximos 7 anos, tornando-se visível progressivamente, mas é agora que começa a despontar. E neste mês em que Úrano ingressa em Touro, no dia 15, temos precisamente ao mesmo tempo (umas escassas horas antes) a Lua Nova de Touro, o que parece indicar-nos que estamos de facto num momento muito plástico e criativo, em que a matéria da qual emergirão os próximos anos está em fértil para ser trabalhada e moldada. Pois que a inspiração nos guie na direcção da paz e da abundância taurinas! Desejo-lhe um excelente mês de Maio!
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Este mês a sincronia cósmica refletirá o espírito do momento, será breve e directa ao assunto. O tempo acelerou com a chegada de Carneiro, e o que estava em preparação teve ordem de partida, quer estivesse ou não preparado para arrancar. Marte, o agente da acção, encontra-se em Capricórnio, conjunto a Saturno, indicando que para avançar será preciso esforço, competência e capacidade para fazer frente aos obstáculos de forma focada e persistente. Não avançar agora será habilitar-se a sentir mais tarde o sabor amargo das oportunidades perdidas, mas projectar-se de forma impulsiva e sem planeamento criará mais obstáculos do que proporcionará progressão.
Mercúrio, em movimento retrógrado até dia 15, também contribui para este clima de exigência e rigor, uma vez que nos obriga a estarmos mais atentos e a ter mais critério na altura de avaliar as situações e, literalmente até, na hora de afirmar alguma coisa. A partir da Lua Nova, dia 16, tudo poderá ficar mais fluido, isto claro está, se tivermos feito o esforço antes. Mas de qualquer forma a velocidade continuará, ainda que com menos obstáculos, mas seguramente não com menos intensidade. Logo no dia seguinte à Lua Nova, teremos um evento bastante marcante, a entrada de Quíron em Carneiro, onde permanecerá depois por cerca de 9 anos. Este evento merece só por si uma profunda reflexão, mas para já deixarei apenas a nota de que agora se inicia um novo ciclo de cura, muito virado para as feridas do masculino (não exclusivas dos homens), da afirmação da vontade pessoal, da agressividade reprimida, castrada ou sobre-compensada (prometo preparar mais informação acerca deste tema nos próximos tempos). Temos assim um mês que se caracteriza muito pela energia de concretização e pela exigência no estabelecimento dos objectivos que desejamos alcançar. Boas conquistas! No mês de Março é a vez do Sol transitar pelo signo de Peixes, o último arquétipo do zodíaco. Como tal, este signo simboliza o fechar de um ciclo de manifestação, o momento em que tudo retorna à fonte e se dissolve no mar indiferenciado da unidade. É assim um período anual que convida à interiorização, fazendo um balanço e integrando as experiências do ciclo passado. Mas esta integração é também fecundadora da potencialidade do futuro ciclo que se aproxima. Podemos dizer por isso, que é também um período de inspiração criativa, de sonhar o amanhã, de mergulharmos na imaginação de novos projectos e realizações. Todos temos uma relação particular com as várias fases do ano, de acordo com a nossa perspectiva individual simbolizada no mapa natal. Para alguns, esta fase pode ser sentida como muito rica e inspiradora, enquanto para outros poderá ser mais caótica e desestruturante. Mergulhemos então mais profundamente nos temas deste signo, em busca de alinhamento com aquilo que o momento nos propõe. Peixes simboliza a necessidade de estarmos conectados a uma matriz transcendente, ou seja, de pertencermos a algo maior que nós. Esta conexão não é mental, estabelecida através de conceitos abstractos, mas sim emocional e intuitiva, conseguida através da empatia e da compaixão. É pelo facto de nos conseguirmos reconhecer no outro, nas suas inquietações, nas suas dúvidas, na sua dor e alegria, que interiormente sentimos que estamos ligados, que fazemos parte de uma mesma unidade, apesar de estarmos fisicamente separados pelos limites do corpo, ou pelo foco individualizado da mente. Mas através das emoções, do sentir (em astrologia simbolizados pelo elemento Água), é possível estabelecer essa intima conexão interpenetrante e fusional. Apesar desta necessidade de conexão ser universal ao ser humano, cada individuo tem a sua própria dinâmica com esta necessidade. Por exemplo, pessoas com muito Fogo e/ou Ar no seu mapa, poderão ter uma dinâmica mais centrífuga em relação a esta necessidade de conexão, ou seja, procurando ganhar espaço através da expansão, enquanto pessoas com mais Terra e Água, poderão tender a uma dinâmica mais centrípeta, ou seja, procurando a coesão através da aproximação e do estreitar da ligação. Se para pessoas que privilegiam o desapego e o espaço de liberdade individual, o risco da desconexão é evidente, no caso daquelas que investem intensamente na ligação (como é o caso de Peixes na generalidade) esse risco, não sendo tão óbvio, existe de igual forma. Basta pensarmos no quanto tantas vezes afastamos os outros quando nos projectamos demasiado sobre eles, ou quando duas pessoas colapsam sobre si próprias, alienando-se mutuamente numa dinâmica de codependência. Peixes, na sua natureza dual, revela também outro dilema: ele deseja a mais profunda conexão com o outro, mas simultaneamente procura nessa conexão a porta para a totalidade. Em Peixes a dimensão pessoal torna-se universal - nasce a consciência de que o individuo é expressão de algo colectivo e partilhado. Desde 2012 (e até 2025), Neptuno transita por Peixes, o que faz deste tema um marco geracional em plena manifestação. Do ponto de vista político, social e económico, falamos da acelerada globalização; do esbatimento de fronteiras (e das suas contra-reacções). Podemos claramente verificar o quanto se abre, cada vez mais, o caminho para nos definirmos como seres globais, cuja identidade transcende nacionalidade, cultura, género. Mais ainda, manifesta-se o impulso para nos reconhecemos como parte intrínseca de todo o meio envolvente: animais, plantas, minerais - o estabelecimento de uma identidade/consciência planetária! Assim, nesta altura pisciana, deixo algumas questões para reflexão: - Como lido com a minha solidão? Consigo estar sozinho sem me sentir isolado? - Como lido com a proximidade emocional? Consigo estar nesse espaço de intimidade sem me fechar e isolar? - Respeito os limites que o outro me coloca, ou invado e imponho a minha presença? - Revelo ao outro as minhas intenções e desejos com clareza, ou protejo-me na ambiguidade e na manipulação? - Como lido com o meu vazio existencial? Fujo através do consumo, da interação superficial, do isolamento na fantasia? Ou procuro sentir, aceitar e integrar a vulnerabilidade que faz de mim humano? Um excelente mês de Março! Fevereiro é o mês em que o Sol transita por Aquário trazendo foco para os temas deste signo: a socialização gregária, a cooperação colectiva, a integração no grupo, a amizade, a liberdade, o respeito pela diferença, o humanismo. Aquário é também o signo da inovação, da visão futurista, da perspectiva alternativa, da inconvencionalidade, da rebeldia face ao status quo. Dois eclipses, o primeiro no passado dia 31 de janeiro e o outro no próximo dia 15 deste mês, reforçam ainda mais o potencial de grandes tomadas de consciência em torno destes temas. Hoje em dia a nossa vida social é, na sua maioria, mediada pela tecnologia: os telemóveis e as redes sociais revolucionaram a forma como estabelecemos contacto, comunicamos e interagimos uns com os outros. Estas tecnologias permitem-nos de facto estar conectados 24h sobre 24h a uma rede global. Podemos dizer que este é um sonho aquariano tornado realidade: fazer parte de uma comunidade universal onde todos têm espaço para se expressar livremente de forma democrática e igualitária. Mas este novo mundo de possibilidades, aberto pela tecnologia, tem vindo a revelar questões que necessitamos trabalhar e consciencializar no âmbito dos relacionamentos sociais e da integração da individualidade no colectivo. Desde logo, paradoxalmente, é cada vez mais evidente que a sensação de isolamento e de desconexão é hoje em dia maior e mais aguda, apesar desta amplitude tecnológica. As redes sociais estão cada vez mais entupidas de conteúdos repetitivos e padronizados, e de superficialidades irrelevantes, em que os perfis se tornam montras onde cada um tenta vender uma imagem de si próprio e da sua vida, em busca de uma validação externa em forma de estatística numérica (gostos, visualizações, partilhas). Simultaneamente, assistimos a uma desvalorização das interacções reais em prol das virtuais, sendo comum assistir a grupos de amigos num jantar, ou jovens num recreio de escola, em que a maioria se encontra socialmente alheada por um ecrã. Numa realidade dual como a que vivenciamos, a linguagem astrológica permite-nos perceber que, quando há um desequilíbrio, a resposta encontra-se no polo oposto, neste caso no signo de Leão. Desta forma, para que não sejamos formatados e normalizados pela dinâmica colectiva é necessário possuir um verdadeiro sentido de individualidade. É fundamental que nos relacionemos connosco próprios, de forma autêntica, reconhecendo e assumindo claramente o que somos e o que não somos, para que então possamos interagir colectivamente de forma saudável e criativa. É também necessário distinguir o que é verdadeiramente nutritivo nas dinâmicas sociais, e o que é apenas uma superficialidade colorida e perigosamente aditiva: os doces são muito apetecíveis, mas não nos podemos alimentar apenas à base de açúcar! Ou seja, hoje é sabido que as redes sociais são desenhadas para instigar os utilizadores a permanecerem o máximo tempo possível ligados, para serem assim bombardeados com publicidade; as formas de entretenimento social, como bares e discotecas, são concebidas para potenciar o consumo, e não a interacção significativa entre as pessoas. Cabe-nos assim a tarefa de usufruir de todos estes meios e formas de entretenimento a que temos acesso hoje em dia, e que sem dúvida podem tornar as nossas vivências sociais mais divertidas e estimulantes, sem nos perdermos na superfície, sem nos alhearmos do essencial: o encontro e a partilha com os outros que dá resposta à necessidade de pertencermos a algo maior que nós próprios. Em sincronia com a proposta cósmica do momento, deixo então algumas interrogações que pode usar como orientação para reflectir sobre as suas interações sociais: - Qual a motivação que me leva a partilhar isto com os outros? - O que ganho? - De que forma contribui para os outros? - Acrescenta valor ao colectivo? - Aquilo que estou a partilhar é autentico? - Este contributo reforça a minha auto-imagem de forma positiva e genuína? - Esta atividade social aproxima-me dos outros e faz-me sentir valorizado na minha autenticidade? Um excelente mês de Fevereiro! |
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