Este mês de Maio é palco de um importante evento astrológico: a entrada de Úrano em Touro! A última vez que Úrano mudou de signo (ingressando em Carneiro) foi há 7 anos, o que faz deste momento um marco muito relevante. Começa agora um novo período que se estenderá até 2025, no qual poderemos esperar grandes mudanças, inovações e também alguma disrupção, relativamente a tudo o que Touro simboliza, sendo a produção económica e o bem-estar social os temas mais óbvios na esfera colectiva. Na verdade, temos assistido nos últimos tempos à antecâmara destas mudanças, nos debates acerca do impacto que as novas tecnologias têm no mercado de trabalho, nos meios de produção e nos mercados financeiros. Úrano é inovação, e em termos da nossa estrutura psíquica simboliza o princípio que nos leva a ousar quebrar com o que está instituído e a fazer diferente. É, portanto, um princípio libertador, que abre caminho a novas possibilidades, mas muitas vezes radical e sem dúvida desestabilizador. Sendo Touro um signo que prima pela estabilidade, parece muito óbvio que este período será palco de grandes desafios colectivos, neste impulso para reformar o que mais tende a resistir à mudança. Nos anos 80, com Úrano em Sagitário, assistimos à abertura cultural além fronteiras promovida por inovações tecnológicas como a televisão satélite, a cassete áudio, o VHS; meses depois de Úrano entrar em Capricórnio, em 1989, dá-se a queda do Muro de Berlim, e a dissolução da URSS, abrindo um novo cenário na estrutura do poder mundial; em 1995 Úrano entra em Aquário e é a partir desse ano que a internet começa a sua ascensão vertiginosa de 16 milhões para 700 milhões de utilizadores em 2003, fazendo desta talvez a inovação tecnológica mais revolucionaria de sempre, no que toca à forma como interagimos e nos organizamos socialmente; com a entrada de Úrano em Peixes, assistimos à popularização massiva das redes sociais, com o Facebook a atingir 1 bilião de utilizadores em 2012, criando uma rede viva onde todos se podem conectar à escala global; a partir de 2010, altura em que Úrano entra em Carneiro, dá-se a ascensão do smartphone, o gadget tecnológico mais popular de sempre, que nos levou a integrar as inovações tecnológicas no dia-a-dia como se estas fossem uma extensão de nós mesmos, e levando a uma promoção da individualidade no espaço do colectivo com as redes sociais a transformarem-se cada vez mais no principal espaço de expressão e um meio de construção de identidade. Agora, com a entrada de Úrano em Touro, a tecnologia poderá ganhar uma presença física ainda mais forte (a internet das coisas, a robótica), assim como promover alterações na nossa fisicalidade (nanotecnologia, implantes, codificação genética). Como já referi acima, é muito provável que este trânsito se manifeste como uma reestruturação da economia mundial, quer motivada pelos avanços tecnológicos que impactarão tremendamente os empregos e levarão a reorientar a capacidade produtiva humana, quer pela mudança de valores, muito marcada nas novas gerações, que tendem mais a privilegiar o consumo de experiências ao consumo de bens materiais. Numa perspectiva mais pessoal, este transito de Úrano predisporá os Touros a arriscarem sair da sua zona de conforto e a acomodar a mudança; convidará os Escorpiões a desapegarem-se de padrões esgotantes que não são produtivos; desafiará os Leões a quebrarem com máscaras e ousarem encontrar mais consistência na simplicidade; confrontará os Aquários com a necessidade de investirem em coisas concretas e a encontrarem a paradoxalmente mais liberdade através do enraizamento. Estes 4 signos serão os mais estimulados por este impulso, mas ele é acessível colectivamente uma vez que todos expressamos Touro nalguma área das nossas vidas (para quem conhece o seu Mapa Natal pode procurar pela casa ocupada por Touro).
Claro que este impulso irá desenrolar-se ao longo dos próximos 7 anos, tornando-se visível progressivamente, mas é agora que começa a despontar. E neste mês em que Úrano ingressa em Touro, no dia 15, temos precisamente ao mesmo tempo (umas escassas horas antes) a Lua Nova de Touro, o que parece indicar-nos que estamos de facto num momento muito plástico e criativo, em que a matéria da qual emergirão os próximos anos está em fértil para ser trabalhada e moldada. Pois que a inspiração nos guie na direcção da paz e da abundância taurinas! Desejo-lhe um excelente mês de Maio!
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Este mês a sincronia cósmica refletirá o espírito do momento, será breve e directa ao assunto. O tempo acelerou com a chegada de Carneiro, e o que estava em preparação teve ordem de partida, quer estivesse ou não preparado para arrancar. Marte, o agente da acção, encontra-se em Capricórnio, conjunto a Saturno, indicando que para avançar será preciso esforço, competência e capacidade para fazer frente aos obstáculos de forma focada e persistente. Não avançar agora será habilitar-se a sentir mais tarde o sabor amargo das oportunidades perdidas, mas projectar-se de forma impulsiva e sem planeamento criará mais obstáculos do que proporcionará progressão.
Mercúrio, em movimento retrógrado até dia 15, também contribui para este clima de exigência e rigor, uma vez que nos obriga a estarmos mais atentos e a ter mais critério na altura de avaliar as situações e, literalmente até, na hora de afirmar alguma coisa. A partir da Lua Nova, dia 16, tudo poderá ficar mais fluido, isto claro está, se tivermos feito o esforço antes. Mas de qualquer forma a velocidade continuará, ainda que com menos obstáculos, mas seguramente não com menos intensidade. Logo no dia seguinte à Lua Nova, teremos um evento bastante marcante, a entrada de Quíron em Carneiro, onde permanecerá depois por cerca de 9 anos. Este evento merece só por si uma profunda reflexão, mas para já deixarei apenas a nota de que agora se inicia um novo ciclo de cura, muito virado para as feridas do masculino (não exclusivas dos homens), da afirmação da vontade pessoal, da agressividade reprimida, castrada ou sobre-compensada (prometo preparar mais informação acerca deste tema nos próximos tempos). Temos assim um mês que se caracteriza muito pela energia de concretização e pela exigência no estabelecimento dos objectivos que desejamos alcançar. Boas conquistas! No mês de Março é a vez do Sol transitar pelo signo de Peixes, o último arquétipo do zodíaco. Como tal, este signo simboliza o fechar de um ciclo de manifestação, o momento em que tudo retorna à fonte e se dissolve no mar indiferenciado da unidade. É assim um período anual que convida à interiorização, fazendo um balanço e integrando as experiências do ciclo passado. Mas esta integração é também fecundadora da potencialidade do futuro ciclo que se aproxima. Podemos dizer por isso, que é também um período de inspiração criativa, de sonhar o amanhã, de mergulharmos na imaginação de novos projectos e realizações. Todos temos uma relação particular com as várias fases do ano, de acordo com a nossa perspectiva individual simbolizada no mapa natal. Para alguns, esta fase pode ser sentida como muito rica e inspiradora, enquanto para outros poderá ser mais caótica e desestruturante. Mergulhemos então mais profundamente nos temas deste signo, em busca de alinhamento com aquilo que o momento nos propõe. Peixes simboliza a necessidade de estarmos conectados a uma matriz transcendente, ou seja, de pertencermos a algo maior que nós. Esta conexão não é mental, estabelecida através de conceitos abstractos, mas sim emocional e intuitiva, conseguida através da empatia e da compaixão. É pelo facto de nos conseguirmos reconhecer no outro, nas suas inquietações, nas suas dúvidas, na sua dor e alegria, que interiormente sentimos que estamos ligados, que fazemos parte de uma mesma unidade, apesar de estarmos fisicamente separados pelos limites do corpo, ou pelo foco individualizado da mente. Mas através das emoções, do sentir (em astrologia simbolizados pelo elemento Água), é possível estabelecer essa intima conexão interpenetrante e fusional. Apesar desta necessidade de conexão ser universal ao ser humano, cada individuo tem a sua própria dinâmica com esta necessidade. Por exemplo, pessoas com muito Fogo e/ou Ar no seu mapa, poderão ter uma dinâmica mais centrífuga em relação a esta necessidade de conexão, ou seja, procurando ganhar espaço através da expansão, enquanto pessoas com mais Terra e Água, poderão tender a uma dinâmica mais centrípeta, ou seja, procurando a coesão através da aproximação e do estreitar da ligação. Se para pessoas que privilegiam o desapego e o espaço de liberdade individual, o risco da desconexão é evidente, no caso daquelas que investem intensamente na ligação (como é o caso de Peixes na generalidade) esse risco, não sendo tão óbvio, existe de igual forma. Basta pensarmos no quanto tantas vezes afastamos os outros quando nos projectamos demasiado sobre eles, ou quando duas pessoas colapsam sobre si próprias, alienando-se mutuamente numa dinâmica de codependência. Peixes, na sua natureza dual, revela também outro dilema: ele deseja a mais profunda conexão com o outro, mas simultaneamente procura nessa conexão a porta para a totalidade. Em Peixes a dimensão pessoal torna-se universal - nasce a consciência de que o individuo é expressão de algo colectivo e partilhado. Desde 2012 (e até 2025), Neptuno transita por Peixes, o que faz deste tema um marco geracional em plena manifestação. Do ponto de vista político, social e económico, falamos da acelerada globalização; do esbatimento de fronteiras (e das suas contra-reacções). Podemos claramente verificar o quanto se abre, cada vez mais, o caminho para nos definirmos como seres globais, cuja identidade transcende nacionalidade, cultura, género. Mais ainda, manifesta-se o impulso para nos reconhecemos como parte intrínseca de todo o meio envolvente: animais, plantas, minerais - o estabelecimento de uma identidade/consciência planetária! Assim, nesta altura pisciana, deixo algumas questões para reflexão: - Como lido com a minha solidão? Consigo estar sozinho sem me sentir isolado? - Como lido com a proximidade emocional? Consigo estar nesse espaço de intimidade sem me fechar e isolar? - Respeito os limites que o outro me coloca, ou invado e imponho a minha presença? - Revelo ao outro as minhas intenções e desejos com clareza, ou protejo-me na ambiguidade e na manipulação? - Como lido com o meu vazio existencial? Fujo através do consumo, da interação superficial, do isolamento na fantasia? Ou procuro sentir, aceitar e integrar a vulnerabilidade que faz de mim humano? Um excelente mês de Março! Fevereiro é o mês em que o Sol transita por Aquário trazendo foco para os temas deste signo: a socialização gregária, a cooperação colectiva, a integração no grupo, a amizade, a liberdade, o respeito pela diferença, o humanismo. Aquário é também o signo da inovação, da visão futurista, da perspectiva alternativa, da inconvencionalidade, da rebeldia face ao status quo. Dois eclipses, o primeiro no passado dia 31 de janeiro e o outro no próximo dia 15 deste mês, reforçam ainda mais o potencial de grandes tomadas de consciência em torno destes temas. Hoje em dia a nossa vida social é, na sua maioria, mediada pela tecnologia: os telemóveis e as redes sociais revolucionaram a forma como estabelecemos contacto, comunicamos e interagimos uns com os outros. Estas tecnologias permitem-nos de facto estar conectados 24h sobre 24h a uma rede global. Podemos dizer que este é um sonho aquariano tornado realidade: fazer parte de uma comunidade universal onde todos têm espaço para se expressar livremente de forma democrática e igualitária. Mas este novo mundo de possibilidades, aberto pela tecnologia, tem vindo a revelar questões que necessitamos trabalhar e consciencializar no âmbito dos relacionamentos sociais e da integração da individualidade no colectivo. Desde logo, paradoxalmente, é cada vez mais evidente que a sensação de isolamento e de desconexão é hoje em dia maior e mais aguda, apesar desta amplitude tecnológica. As redes sociais estão cada vez mais entupidas de conteúdos repetitivos e padronizados, e de superficialidades irrelevantes, em que os perfis se tornam montras onde cada um tenta vender uma imagem de si próprio e da sua vida, em busca de uma validação externa em forma de estatística numérica (gostos, visualizações, partilhas). Simultaneamente, assistimos a uma desvalorização das interacções reais em prol das virtuais, sendo comum assistir a grupos de amigos num jantar, ou jovens num recreio de escola, em que a maioria se encontra socialmente alheada por um ecrã. Numa realidade dual como a que vivenciamos, a linguagem astrológica permite-nos perceber que, quando há um desequilíbrio, a resposta encontra-se no polo oposto, neste caso no signo de Leão. Desta forma, para que não sejamos formatados e normalizados pela dinâmica colectiva é necessário possuir um verdadeiro sentido de individualidade. É fundamental que nos relacionemos connosco próprios, de forma autêntica, reconhecendo e assumindo claramente o que somos e o que não somos, para que então possamos interagir colectivamente de forma saudável e criativa. É também necessário distinguir o que é verdadeiramente nutritivo nas dinâmicas sociais, e o que é apenas uma superficialidade colorida e perigosamente aditiva: os doces são muito apetecíveis, mas não nos podemos alimentar apenas à base de açúcar! Ou seja, hoje é sabido que as redes sociais são desenhadas para instigar os utilizadores a permanecerem o máximo tempo possível ligados, para serem assim bombardeados com publicidade; as formas de entretenimento social, como bares e discotecas, são concebidas para potenciar o consumo, e não a interacção significativa entre as pessoas. Cabe-nos assim a tarefa de usufruir de todos estes meios e formas de entretenimento a que temos acesso hoje em dia, e que sem dúvida podem tornar as nossas vivências sociais mais divertidas e estimulantes, sem nos perdermos na superfície, sem nos alhearmos do essencial: o encontro e a partilha com os outros que dá resposta à necessidade de pertencermos a algo maior que nós próprios. Em sincronia com a proposta cósmica do momento, deixo então algumas interrogações que pode usar como orientação para reflectir sobre as suas interações sociais: - Qual a motivação que me leva a partilhar isto com os outros? - O que ganho? - De que forma contribui para os outros? - Acrescenta valor ao colectivo? - Aquilo que estou a partilhar é autentico? - Este contributo reforça a minha auto-imagem de forma positiva e genuína? - Esta atividade social aproxima-me dos outros e faz-me sentir valorizado na minha autenticidade? Um excelente mês de Fevereiro!
Começamos o ano de 2018 com alguma fluidez e em compasso rápido. A entrada de Saturno em Capricórnio, ainda no final do ano passado (a 20 de dezembro) torna-se também mais palpável à medida que regressamos à actividade depois da pausa festiva: mais compromissos, mais projectos a concretizar, mais consequência na acção e nas decisões, mais planeamento a longo prazo. > webinário sobre o tema AQUI
Com a passagem de Úrano a movimento directo logo no dia 2, começamos também a ganhar impulso para as mudanças que se adivinham quando este entrar em Touro em meados de Maio. São os tambores da revolução que começam a troar e a marcar o ritmo dos nossos passos: novos modelos económicos, novas formas de gerar sustento e riqueza, novas tecnologias e possibilidades que começarão a sair do espaço virtual e a materializar-se ao nosso redor, e ao mesmo tempo a virtualização crescente das vivências do dia-a-dia. Esta é uma influência de longa duração (que prometo explorar mais profundamente num webinário futuro) mas que começa agora a ganhar momento. Novas oportunidades se abrirão se tivermos dispostos a arriscar e a inovar, ao passo que mantermo-nos teimosamente na zona de conforto, estreitará cada vez mais o nosso leque de possibilidades.
No dia 11 Mercúrio entrará em Capricórnio, para se encontrar logo de imediato com Saturno, no dia 13: eficiência e competência serão as ferramentas necessárias para progredir e levar a bom porto os projectos que temos em mãos. Mas antes, no dia 9, temos uma poderosa conjunção de Sol, Vénus e Plutão, que parece indicadora de uma transformação que resgata e empodera o feminino. E, em perfeita sincronia, tivemos no dia 8 a cerimonia de entrega dos Globos de Ouro, repleta de Vénus vestidas de negro (Plutão), em que Oprah, no seu épico discurso de aceitação do prémio de carreira, fala de “um novo dia que se levanta no horizonte” em relação à cultura de abuso e submissão do feminino, que, nas suas palavras, tem o fim à vista perante a força do movimento que se tem gerado em torno desta causa. Este momento é assim uma oportunidade para caminhar para o equilíbrio entre masculino e feminino, através da catarse que o confronto com a nua verdade nos pode trazer. Resta não inquinarmos esta possibilidade com manipulações, fundamentalismos e bodes-expiatórios.
O panorama do mês muda consideravelmente com a entrada de Vénus em Aquário, no dia 18, seguida de perto pelo Sol que aí também ingressa no dia 20. Passamos assim de um grande ênfase em Terra: materialização, definição, planeamento, construção; para um clima com muito mais Ar, convidando mais à socialização e aos temas relativos à comunidade. Com a entrada de Marte em Sagitário no dia 25, teremos ainda um reforço desta mudança de ambiente, com mais ímpeto e dinamismo na acção. Será aconselhável que nos vigiemos para não cairmos em cruzadas, impelidos pela fé em ideais distorcidos e verdades parciais. Dito isto, pode também ser um momento interessante para arrancar com alguma campanha de sensibilização, ou expandir negócios através de estratégias publicitárias.
Mas antes de findar, Janeiro reserva para o último dia um acontecimento importante: um eclipse lunar total. Este eclipse corresponde à Lua cheia de Leão (dá-se nos 11º deste signo) e acontece pela 1h e meia da tarde de Lisboa, logo não sendo de todo visível nem em Portugal, nem no Brasil. A ocultação da Lua será sim total vista do Pacifico, podendo-nos inspirar a ideia de que alguma revelação ou desenvolvimento nas tensões com a Coreia do Norte seja provável. De qualquer forma, este eclipse em Leão, convoca para o palco os temas da liderança e do exercício do poder face ao grupo e à comunidade, expondo muitas vezes a realidade que se esconde por detrás da máscara. Um bom exemplo disso é o lançamento do livro “Fire and Fury” de Michael Wolff, sobre os bastidores da Casa Branca de Trump, que se deu bem dentro da orbe deste eclipse. Talvez possamos ainda assistir a outras revelações semelhantes. No plano mais pessoal, este eclipse é um bom momento para nos confrontarmos com a nossa dinâmica de poder pessoal, de forma realista e sem subterfúgios. Colocando a questão nos extremos: - até que ponto a projecção do meu poder pessoal sobre outros que me dominam, não serve a necessidade de me desresponsabilizar pela criação da minha realidade? - até que ponto o exercício dominador da minha vontade sobre os outros não esconde a necessidade de ser reconhecido e validado na minha identidade? Estas podem ser algumas das muitas reflexões que este mês nos convida a fazer, na entrada de um novo ano que promete ser extraordinário. Desejo-lhe as melhores felicidades para 2018, começando desde já, com um óptimo Janeiro!
Chegamos a Dezembro e está à vista o final de mais um ano. Com o Sol a viajar por Sagitário, preparando os ânimos para a quadra festiva que se avizinha, este mês assume habitualmente um carácter mais expansivo, optimista e benfazejo. No entanto, este ano Júpiter, o planeta regente de Sagitário, está em Escorpião, mantendo assim em Dezembro um pouco do clima profundo e intenso do mês passado. A grande diferença é que o foco deste mês estará mais na expressão, na exteriorização e na acção. Sagitário impulsiona-nos para alargarmos os nossos horizontes, para nos aventurarmos para além do conhecido, para descobrirmos novos territórios que expandem a nossa visão do mundo e da vida.
Esta é sempre uma altura em que geralmente sonhamos com novos projectos e desejamos ampliar o alcance dos que temos em marcha. Com este Júpiter em Escorpião esta expansão implica confrontar questões profundamente enraizadas, feridas, ressentimentos, apegos, medos, que se apresentam no caminho deste desejado crescimento. No dia 5, Quíron ficará directo, ajudando a acelerar os processos de cura, e no dia 9, Marte entra em Escorpião, inspirando coragem para enfrentarmos o que se esconde na sombra e fazermos os cortes necessários para avançarmos no caminho de forma saudável.
Outra situação que irá sem dúvida marcar este Dezembro, é que teremos o Mercúrio retrógrado, desde o dia 3 até ao dia 23, ou seja, toda a preparação para a quadra natalícia promete desafiar-nos com os contratempos e as desventuras habituais de Mercúrio retrógrado. Por isso será de ter por bom conselho não deixar para o último momento os preparativos, as compras, as deslocações, pois é de esperar que as coisas não corram de forma fluida. Mercúrio, aliás, tem estado conjunto a Saturno desde os últimos dias de Novembro, e assim que inverter a marcha volta a encontrar-se com este logo no dia 6, fazendo com que seja necessário grande planeamento e estruturação para que avancemos com o nosso dia-a-dia de forma produtiva e eficiente, caso contrário tudo pode engarrafar e bloquear por completo, trazendo imensa frustração e desespero, com o acumular de questões por resolver. Mas este processo de Mercúrio retrógrado, com o seu desaceleramento da vida exterior, irá permitir-nos olhar e avaliar o caminho que temos vindo a trilhar, e com certeza trazer à consciência insatisfações e descontentamentos decorrentes do desalinhamento com o propósito interno que nos deve guiar. Assim, este momento serve de ante-câmara para o grande impulso reformador que se introduzirá neste mês e que nos conduzirá colectivamente, ao longo dos próximos 3 anos, a um imperioso investimento de reconstrução: a entrada de Saturno em Capricórnio!
A importância deste evento deve-se ao facto de Saturno, que passa cerca de 2 anos e meio em cada signo, ingressar nesta altura no signo que lhe serve de domicilio, ou seja, onde a sua expressão fica reforçada e facilitada. Importante também porque em Capricórnio está também um planeta muito forte, Plutão, com o qual Saturno se encontrará no inicio de 2020, o que constituirá com certeza um grande marco em termos do nosso percurso colectivo, no que respeita à organização da sociedade, às dinâmicas de poder, à estrutura económica. Temos vindo a ter muitos sinais desta necessidade de mudança e julgo que a partir daqui iremos assistir a uma efectiva implementação de novas estruturas. O rigor, a eficiência, o planeamento a longo prazo, a sustentabilidade, serão os motores deste impulso, o que certamente trará benefícios mas também poderá originar muitos conflitos, uma vez que a pressão para “jogar dentro das regras” será maior e o controlo bem mais apertado.
Esta entrada de Saturno em Capricórnio acontece poucas horas antes do Solstício de Inverno, no dia 21, a altura em que também o Sol entra em Capricórnio, potenciando ainda mais este novo tempo que se avizinha. Dada a importância deste acontecimento, que promete ser o sinal de uma grande transformação colectiva, irei realizar um webinário no dia 28 de Dezembro, onde falarei com detalhe dos desafios e oportunidades que esta passagem de Saturno por Capricórnio representa. Para saber mais e se inscrever clique AQUI.
Vénus também se junta a esta reunião em Capricórnio para a ceia de natal, no dia 25, e irá passear-se bem junto ao Sol durante todo o percurso deste ao longo de Capricórnio, levando-nos a entrar neste novo ano e neste novo tempo, com a expectativa de maior partilha, harmonia e bem-estar. Assim essa luz possa iluminar os momentos mais desafiantes deste novo caminho que se abre perante nós.
Desejo-lhe um excelente mês de Dezembro! Boas Festas!
Este ano o Sol mergulhou em Escorpião com profunda intensidade. Isto porque Júpiter, o planeta da expansão, também acaba de ingressar em Escorpião, potenciando extraordinariamente os temas deste signo. E que temas são estes? O contacto com as pulsões instintivas, a transmutação da sombra, os processos de desapego, as crises que nos impelem à renovação, a cura e a transformação. Temas bem fortes e intensos, que este ano parecem levados às últimas consequências.
Júpiter é também o planeta do optimismo, o que neste contexto escorpiónica parece manifestar-se numa ousadia temerária que desafia limites sem olhar a consequências. A oportunidade que se abre é a de irmos mais longe e mais profundamente nos nossos processos do que habitualmente, e com isso colher os respectivos frutos. O perigo é cairmos na auto-destruição, intoxicados pela adrenalina da compulsão.
A ausência de planetas no elemento Terra durante todo o mês indica que o foco não está de todo na concretização pratica, o que pode trazer um período de menos rendimento e produtividade, mas que poderemos aproveitar para rever estratégias e fazer alterações de fundo. Saturno estará em trígono a Úrano durante todo o mês, facilitando o encaixe de novas perspectivas nas estruturas já existentes. No entanto, isto não será conseguido sem ruptura, e as feridas abertas pelo processo farão sentir-se de forma inequívoca, pedindo investimento terapêutico na cura, sendo os dias que antecedem a Lua Nova de dia 18 um momento de catarse a esse respeito.
No dia 22 o Sol entra em Sagitário, trazendo consigo alguma luz de sabedoria e uma visão mais clara que busca sentido e propósito, após a travessia pelas profundezas de Escorpião. Nesse mesmo dia Neptuno vira directo, facilitando as manifestações de empatia, compaixão e união.
Nesta recta final do mês, é sobretudo Mercúrio que encontrará mais desafios, à medida que se aproxima de Saturno, fazendo-lhe conjunção exacta no dia 28, dias antes de virar retrógrado, a 2 de Dezembro, assim permanecendo até ao Natal. Posto isto é muito provável que a azafama comercial natalícia comece cedo e se adivinhe particularmente caótica neste ano. Desejo-lhe um excelente mês de Novembro!
Outubro é o mês de Balança, o signo que assinala o ponto médio do ciclo zodiacal. É um período de grande importância, em que se colhem os frutos da primeira metade do ano e se faz o balanço do percurso até aqui, redefinindo novas prioridades e estabelecendo objectivos para a segunda metade do ciclo. Nesta fase é importante o feedback dos outros e as interações sociais que nos podem devolver uma imagem calibradora dos nossos posicionamentos, das nossas ideias, do nosso sentir.
Balança é um signo de mediação de opostos, e talvez a mais clara dinâmica de oposição é aquela que experimentamos nas relações: entre o Eu e o Outro. Muito embora a busca de Balança seja o equilíbrio harmonioso entre os opostos, não significa que esta seja necessariamente uma fase de complacências. Balança é um signo cardinal, de inicio de estação, e por isso impetuoso na sua demanda, apesar de refinado e subtil.
Neste ano em particular, este inicio de Outubro está a ser marcado pela oposição de Júpiter, em Balança, a Úrano em Carneiro, colocando precisamente o foco na extrema polarização: uma posição unilateral atrai imediatamente o seu reflexo oposto. Por exemplo, vemos claramente o paradoxo desta dinâmica na situação na Catalunha: de um lado as regras, a lei, a justiça, do outro a afirmação da independência e a autodeterminação. E vemos também aqui o que acontece quando deixa de haver diálogo: violência e destruição. Trazendo esta dinâmica para o plano mais pessoal, quantas vezes nas nossas relações não nos entrincheiramos nas nossas posições, afastando-nos cada vez mais da zona do diálogo, na qual é possível plantar o acordo e colher a harmonia? Esta é uma reflexão que me parece bastante importante neste momento que atravessamos, pois os obstáculos ao entendimento são grandes, e sem diálogo não será possível chegar onde desejamos.
A partir da Lua Cheia de dia 5, e até dia 14, teremos a oportunidade de nos confrontarmos profundamente com estes temas. É talvez nessa semana que poderemos sentir mais dificuldade em estabelecer pontes com os outros, sendo mais fácil adoptar posturas defensivas ou recorrer à ameaça e à coação, o que irá deteriorar ainda mais as situações. No dia 10, Júpiter entra em Escorpião, ao mesmo tempo que o Sol faz quadratura a Plutão, indicando que talvez seja necessário atingir o limite para que a catarse se proporcione e a transformação aconteça.
Com Vénus a entrar em Balança no dia 14 parece abrir-se nessa altura mais canais de entendimento e, alcançando o acordo, a Lua Nova de dia 19 dá-nos a oportunidade de reiniciar em modo de partilha.
A já referida entrada de Júpiter em Escorpião no dia 10, é um evento de assinalável importância, uma vez que Júpiter muda de signo apenas uma vez em cada ano. Assim, teremos um novo foco que nos aponta a direcção do crescimento e da expansão, mais alinhado com as emoções profundas, a intuição, a cura e a transformação. Esses serão os temas mais privilegiados ao longo dos próximos 12 meses, sendo que o efeito amplificador de Júpiter também se aplica às distorções, podendo por isso inflacionar conflitos, dependências, obsessões, e todo o género de emoções destrutivas.
Coisas que até aqui se movimentavam na sombra podem revelar-se à luz do dia. Este trânsito de Júpiter por Escorpião constitui por isso uma oportunidade para fazer trabalho com a sombra, para libertar, reconhecer e transformar questões muito profundas: instintos, desejos, paixões dos quais podemos ter pouca consciência ou dificuldade em admitir. Todos aqueles que têm planetas ou ângulos nos signos de Água (Caranguejo, Escorpião e Peixes) poderão sentir mais fluidez e capacidade de se expandir, sendo o eixo Leão - Aquário aquele que terá um maior desafio na integração desta passagem de Júpiter pelo signo de Escorpião. Como o Sol entra também neste signo no dia 23, juntando-se logo de seguida a Júpiter no dia 26, essa última semana do mês assume-se como um ponto alto neste mergulho na profundidade. Desejo-lhe um excelente mês de Outubro!
Entrámos em Setembro e para muitos terminam as férias e começa um novo período de trabalho. É o regresso à actividade, com toda a sua exigência de planeamento e reorganização. Virgem é o signo deste período, que o Sol já percorre desde 22 de Agosto, onde Marte também entrou no dia 5 e Mercúrio no dia 10. Vénus também ingressará em Virgem no dia 20, mesmo na altura da Lua Nova, o que fará com que nesse dia se concentrem 5 planetas neste signo! Não é um evento raro, mas coloca um ênfase pronunciado nos temas de Virgem: a organização material e mental, a eficiência, a practicidade, o pormenor e o detalhe, o serviço e a humildade.
Um dos grandes desafios de Virgem, prende-se com a sua grande necessidade de controlo, quer do seu meio-ambiente, quer da sua realidade interna. A busca pela máxima eficiência e pela perfeição, leva muitas vezes a um imenso despender de energia na examinação de todos os cenários possíveis e na articulação prévia de respostas e soluções para todas as eventualidades com que se possa deparar. Na perspectiva de Virgem (e não me refiro especificamente a quem é Virgem de signo, uma vez que todos temos focos de consciência em várias perspectivas) o ideal de realidade seria algo como se a vida fosse um gigantesco mecanismo, cujo funcionamento fosse absolutamente conhecido, programável, antecipável e gerível, sempre alinhado com um ideal de eficaz perfeição. Ora sabemos que a vida não é assim, e o polo contrário no zodíaco, o signo de Peixes, mostra-nos a perspectiva oposta, caracterizada pelo caos criativo e pela poesia da indeterminação, privilegiando a contemplação à actividade utilitária de Virgem.
Assim, nesta altura em que tantos planetas convergem para Virgem, é natural investirmos muita energia em controlo, planeamento e prevenção, mas… pois é… mas não, as coisas não vão seguir certinhas como um relógio suíço, por mais preparação e esforço de antecipação que façamos.
No seu percurso por Virgem, Sol, Mercúrio, Marte e Vénus, irão primeiro encontrar Neptuno em oposição, depois Plutão em trígono e finalmente Saturno em quadratura. Ou seja, primeiro o caos: o que era previsível deixa de o ser, a lógica perde a validade, o caminho a seguir fica confuso, a desordem ameaça instalar-se. Mas esta dissolução das expectativas projectadas abre caminho à transformação, dando-nos a oportunidade de operar cortes, mudanças profundas, limpezas necessárias. É uma destruição que deixa o terreno fértil para uma reconstrução, que não se adivinha fácil, mas que poderá devolver-nos mais estrutura, consistência e segurança a longo prazo. O Sol avança por este processo desde o dia 1, fazendo oposição a Neptuno no dia 5 (caos), o trígono a Plutão no dia 9 (transformação) e a quadratura a Saturno no dia 14 (reconstrução). Depois é a vez de Mercúrio, Marte e Vénus repetirem o processo entre o dia 20 deste mês e 10 de Outubro. Parece assim que em torno do dia 20, altura da Lua Nova em Virgem, poderemos experimentar algum clímax destes processos, que nos poderá permitir arrancar já com alguma base para os desafios seguintes. No dia 28, Júpiter opõe-se a Úrano, marcando o pico de uma fase de crescente contestação dos poderes instituídos e da busca por novos valores e ideais. No mesmo dia Plutão vira directo, o que também nos mostra que a dura realidade se apresentará bem clara, desafiando a utopia a ser consequente. Terminamos assim o mês com o Sol já em Balança, desde o dia 22, trazendo para primeiro plano os temas das inter-relações pessoais, da cooperação e da diplomacia. Possamos nós sintonizar esta perspectiva de harmonização, para trazer equilíbrio e abrir o diálogo, depois da passagem da nuvem nervosa e stressante que paira sobre este mês. Um excelente mês de Setembro!
Agosto é o mês do Leão, altura em que o Sol atravessa este signo, no qual encontra a sua máxima expressão de brilho e poder. Este ano em particular iremos ter duas Luas Novas em Leão, o que potencia os temas com ele relacionados: o poder criativo individual, a liderança carismática, a espontaneidade e a autenticidade.
Uma destas Luas Novas é também um poderoso eclipse, aguardado com muita expectativa, e que constitui um dos principais eventos astrológicos deste mês, se não mesmo de todo o ano de 2017. A importância deste eclipse deve-se ao facto de a sua sombra atravessar, precisamente de uma ponta a outra, os Estados Unidos da América - a super-potência que lidera o mundo.
Como se isto não bastasse para por ao rubro este mês, nesta travessia por Leão, o Sol é acompanhado bem de perto, em todo o percurso, pelo planeta Marte, criando um tremendo ênfase em questões de afirmação e assertividade.
Ao longo de Agosto temos também mudanças de direcção muito significativas: Úrano vira retrógrado e Saturno fica directo. Com isto poderemos esperar um reforço do poder instituído em detrimento da liberdade individual, o que poderá dar origem a um período de maior contestação que provavelmente será correspondida com mais repressão... Contudo, inicia-se uma fase favorável à estruturação e à concretização, sobretudo a partir de dia 25.
Outra mudança de direcção que teremos este mês, é o tão familiar Mercúrio retrógrado, com o seu conhecido potencial para complicar o desenrolar do dia-a-dia, e que começará a andar para trás no dia 13 de Agosto, voltando a ficar directo já só a 6 de Setembro. Com tudo isto, Agosto apresenta-se bem carregado de desafios e possibilidades, estabelecendo-se como um marco importante no percurso deste ano. Analisando mais aprofundadamente o eclipse de 21 de Agosto, e à luz da conjuntura e dos acontecimentos recentes, fica evidente a extrema importância simbólica deste evento cósmico. Autores que se têm dedicado ao estudo astrológico dos eclipses, como Bill Meridian, indicam que os eclipses podem ter um abrangente prazo de manifestação, chegando por vezes a 1 ano antes e depois do dia do fenómeno astronómico. Tendo em conta esse espectro temporal e o facto que já referenciei, da sombra total deste eclipse se projectar exclusivamente sobre os EUA e atravessar o seu território de costa a costa (algo que não acontecia desde 1918), podemos associar o seu simbolismo aos acontecimentos políticos dos últimos tempos, nomeadamente à eleição de Trump. Como este eclipse acontece em Leão, o signo da liderança, torna-o ainda mais focado sobre a figura do presidente (que nem por acaso tem Ascendente Leão) e o papel de liderança que os EUA têm actualmente no mundo. E é já há muito evidente que estamos perante um enfraquecimento sem precedentes desta liderança, que tem aberto espaço para que outros poderes se afirmem, procurando aproveitar o espaço vazio. É um verdadeiro eclipsar dos EUA, de origem interna, através da eleição de um líder claramente desadequado para o cargo e que está precisamente agora a sofrer o maior teste à sua presidência até ao momento, com as sucessivas crises diplomáticas internacionais e a onda de contestação interna devido ao empoderamento de forças radicais anti-democráticas e opressivas, que expõem a nú a retórica dos EUA como a nação guardiã dos valores da liberdade e da democracia.
Este eclipse revela assim a sombra que se esconde por detrás da fachada luminosa e que precisa ser enfrentada e integrada. É um momento de extrema importância a nível colectivo, pois nenhuma outra sociedade, além da dos EUA, está actualmente em condições de fazer avançar o projecto humano em consonância com valores progressivos, de liberdade e de inclusão (a Europa poderia afirmar-se como alternativa mas tem falhado repetidamente em superar nacionalismos e regionalismos políticos e culturais).
O momento histórico que atravessamos acarreta muitos riscos, pois sempre que uma ordem estabelecida é posta em causa, libertam-se forças muito poderosas, que tanto podem ser usadas para alavancar a mudança rumo a algo melhor, ou espiralar em conflito e destruição, como infelizmente tantas vezes aconteceu no passado. Assim, podemos também olhar para este eclipse como um grande teste colectivo, e a parada é elevada. A escalada de tensão a que temos assistido entre a Coreia do Norte e os EUA está bem no centro de todo este processo, e poderá dar origem a uma tão necessária mudança interna nos EUA ou, no pior dos cenários, a um conflito aberto, que terá consequências gravíssimas a nível mundial.
A Astrologia deste eclipse revela símbolos muito claros da importância deste momento. Comecemos por ver o mapa dos EUA, em que o eclipse se opõe à Lua natal do país: aqui vemos a dissociação que precisa ser integrada, entre o ego-centrismo pseudo-heroico da ideia de liderança à cowboy e os valores de liberdade, igualdade e democracia que estão na raiz da nação norte-americana.
Por sua vez o mapa de Trump encaixa na perfeição neste papel do líder que necessita ser transformado: o eclipse acontecerá conjunto ao seu Marte natal e, se esta hora de nascimento está correcta, mesmo em cima do seu Ascendente (alguns autores têm usado uma hora alternativa que muda ligeiramente o Ascendente). Uma coisa é evidente: ele não consegue conter a sua impulssividade reactiva e incendiária... Por mais esforço que faça para tentar ser diplomático, o bully leva sempre a melhor estragando tudo. Vemos também no mapa natal da Coreia do Norte a importância deste eclipse, que recai mesmo em cima do Saturno do país, assinalando que este é um momento de teste à autoridade e à consistência do poder instituído. Está portanto muita coisa em jogo de ambos os lados.
Olhando para a astrocartografia do eclipse, que nos permite analisar o seu impacto a nível geográfico, encontramos esta sincronicidade incrível: a linha de Marte no mapa geodésico do eclipse passa bem perto de Guam! Não quero com isto implicar de forma alguma que haja um ataque a este território, mas indica que, como de facto estamos a assistir, toda esta região está no palco central das tensões e confirma a importância desta ameaça para o processo de transformação que globalmente estamos a atravessar.
Termino deixando uma nota acerca de Portugal, que também se encontra ligado a este eclipse, uma vez que o mesmo faz oposição exacta ao Quíron natal da República. Este centauro que orbita entre Saturno e Úrano, está associado às feridas inerentes ao processo de expansão da consciência: algures no nosso caminho somos surpreendidos por acidentes de percurso - acontecimentos que nos ferem injustamente, assim como Quíron, um ser iluminado e altruísta, que é ferido inadvertidamente por uma seta envenenada. Neste verão temos assistido a muitas manifestações destas feridas trágicas nas quais é difícil encontrar sentido. Mais do que a alienação no passa culpas ou a regressão no ressentimento, no mito Quíron mostra-nos como podemos superar a dor e alcançar a cura: através da aceitação do que não podemos controlar, trazendo sentido às tragédias pela transformação que elas podem desencadear. Lembremo-nos da ostra, que da ferida faz a pérola.
Que possamos encontrar caminhos de Paz neste verão quente de Agosto!
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May 2018
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