Após as férias é agora tempo de regresso ao trabalho. O Sol transita por Virgem, um signo associado ao serviço. O seu símbolo é uma figura feminina que segura uma espiga, representando o período de colheita a que esta fase do ano corresponde.
Antes de obter o vinho, é preciso fazer a vindima, pisar as uvas, fermentar, filtrar, enfim, todo o trabalho necessário com vista ao aperfeiçoamento da matéria-prima. É isto que Virgem representa: a selecção, a organização, o método, o engenho, o rigor. E numa altura em que retomamos a actividade depois das férias (perdoem-me os leitores do Brasil, que têm um ritmo diferente, mas apesar do desajuste das metáforas, estes temas também são válidos para vós), são estas as qualidades que necessitamos convocar.
Acontece que neste ano, temos um Setembro particularmente desafiante e que nos irá colocar perante grandes revisões e transformações, antes de conseguirmos arrancar para a segunda metade do ano. São bastantes os eventos astrológicos que marcam este mês, desde logo o eclipse solar no dia 1, a 9º de Virgem. Este eclipse/Lua Nova vem reactivar as questões que temos vindo a trabalhar ao longo deste ano, no contexto da grande cruz mutável, da qual já muito falei nos relatórios anteriores.
Mercúrio está retrógrado, desde dia 30 de Agosto, e assim permanecerá até dia 22 de Setembro, o que vem reforçar enfaticamente a tendência à reflexão e questionamento, dificultando por isso a exteriorização prática no dia-a-dia. Será assim recomendável abrirmo-nos à possibilidade de rever planos que teríamos já estabelecido, flexibilizando datas e objectivos, ajustando-nos ao ritmo mutável do momento. Mercúrio iniciou a sua marcha retrógrada em conjunção a Júpiter e Vénus, mais precisamente bem no meio destes, o que me inspira a ideia de que será talvez a indulgência, a preguiça e o excesso, a interferirem no andamento exterior das situações: excesso de ideias e caminhos que nos dispersam e paralisam; sensação de que as férias não foram suficientes ou dificuldade em abandonar o bem-bom.
No dia 9, teremos um outro evento bastante significativo: a entrada de Júpiter em Balança. Esta mudança de signo do planeta associado à expansão, ao crescimento e aos ideais, indica-nos que ao longo dos próximos 12 meses (Júpiter permanecerá em Balança até Outubro de 2017), será no campo das relações, das parcerias e da cooperação que encontraremos optimismo e oportunidade. Temos assim o inicio de um período expansivo para que tem posicionamentos (principalmente Sol, Lua e Ângulos) em signos de Ar: Gémeos, Aquário e sobretudo Balança! Mas devido a uma conjuntura muito desafiante no dia 11, com Vénus e Lua em tensão com Plutão, parece que para já o território relacional está bastante armadilhado, não sendo fácil harmonizar posições. Como Sol e Mercúrio também indicam com a sua quadratura a Marte nos dias 12 e 13, estamos em modo de batalha e com pavio bem curto! Poderá ser muito difícil evitar ferir e ser ferido neste fogo cruzado, lembrando que Marte em Sagitário tende a disparar entusiasticamente e com pouca noção de limites. Nessa altura teremos novo eclipse, mas lunar, no grau 24º de Peixes, marcando claramente um ponto de catarse e, esperemos, consciencialização.
Dia 22 o Sol entra em Balança e no mesmo dia Mercúrio vira directo, mudando bastante o cenário, trazendo mais dinamismo social e desbloqueando impasses. No entanto, como de resto parece ser a tónica do mês, nem tudo são rosas, temos também espinhos, já que no dia seguinte Vénus entra em Escorpião, indicando que no campo da relação a harmonização implica entrega e confiança. Ou seja, a fasquia é bem elevada e o risco é grande, mas sempre que assim é também os frutos são proporcionalmente gratificantes e poderão ser colhidos em torno do dia 30, altura em que Vénus faz um fluido trígono a Neptuno.
As tensões não vão desaparecer com o final do mês, já que apesar do Sol se juntar a Júpiter no dia 26, estes formam uma quadratura a Marte, que entrará em Capricórnio no dia 27. Teremos com certeza um impulso concretizador forte, imbuído de grande convicção, mas que pode falhar em casar coerentemente princípios com métodos. Em resumo, estamos perante um momento de transição para um novo ciclo, que se iniciará com o equinócio de dia 22, mas antes teremos de fazer a síntese e assimilar as aprendizagens da primeira metade do ano. Podemos vivenciar nesta altura grandes saltos de consciência ou crises de retrocesso e bloqueio, consoante tenhamos ou não respondido da melhor forma aos desafios. O mais natural é mesmo experienciarmos ambos, sendo que em algumas áreas e assuntos possamos sentir progresso, enquanto em outras nem por isso… De qualquer forma, o clima geral tenderá a ser o da crise existencial, com bastantes interrogações e incertezas. Mas como o céu indica, é tempo de questionamento, então que assim seja e que possamos fazer o melhor disso mesmo. Desejo-lhe um excelente mês de Setembro!
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May 2018
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