Tentemos então fazer um exercício de discernimento e análise para nos orientarmos em meio deste novelo. No diagrama abaixo vemos as várias configurações activas ao longo do mês. Logo de inicio, até dia 6, tivemos uma conjunção de Vénus e Úrano, muito apoiada por Saturno e Marte, que terá impulsionado sobretudo as relações, convidando-nos a arriscar mais na conquista, a afirmar mais os nossos desejos e a tentar a nossa sorte no romance. Talvez tenha fica claro que seria necessário algum esforço e empenho para superar obstáculos, mas o convite para entrar na dança terá sido suficiente estimulante para nos arrancar da zona de conforto e ir à luta.
Será de acrescentar aqui que a escassez de planetas no elemento Terra (Touro, Virgem e Capricórnio) e no modo Fixo (Touro, Leão, Escorpião e Aquário), mostra-nos que este não é o momento propício à consolidação e à construção estruturada, mas sim um período de grande dinamismo, de avançar ideias e de experimentar diversos pontos de vista, convidando mesmo o caos para que nos inspire criativamente a sair de velhos padrões. É um abrir da janela para deixar entrar a ventania que desarruma e baralha tudo, mas que refresca, areja e descondiciona.
No dia 21, Sol e Mercúrio entram juntos em Caranguejo, promovendo uma mudança radical de cenário. O elemento Água assume então a predominância e o Ar escasseia. Por essa altura Marte já se opõe a Plutão e faz quadratura a Júpiter, configuração que será depois mantida até 12 de Julho por Mercúrio e depois pelo Sol. Aqui os temas são diferentes e prometem grandes desafios, sobretudo no panorama colectivo, onde poderemos assistir a uma crescente pressão entre a necessidade de adoptar medidas de protecção contra ameaças cada vez mais frequentes e imprevisíveis e por outro lado a preservação da liberdade e dos valores de justiça e igualdade que caracterizam a nossa sociedade. Talvez nessa altura o receio e a necessidade de proteção tomem a primazia, mas será bom não nos esquecermos do preço a pagar se nos enfiarmos na carapaça do medo.
No plano mais pessoal estes desafios também se apresentarão, pondo à prova a capacidade de nos mantermos em contacto com as nossas emoções, mesmo perante situações que nos deixam extremamente vulneráveis. Aqui não será fácil manter o equilíbrio, sem por um lado nos refugiarmos na dureza impenetrável das armaduras, nem por outro dar o peito à balas feito mártir. Mas se nos atrevermos a ter a coragem de caminhar pelo fio da navalha, sem ceder aos impulsos mais primários e permitindo-nos sentir e deixar fluir, então um grande salto de consciência poderemos dar nesta etapa da nossa jornada.
Um excelente mês de Junho!