Dois eclipses, o primeiro no passado dia 31 de janeiro e o outro no próximo dia 15 deste mês, reforçam ainda mais o potencial de grandes tomadas de consciência em torno destes temas.
Mas este novo mundo de possibilidades, aberto pela tecnologia, tem vindo a revelar questões que necessitamos trabalhar e consciencializar no âmbito dos relacionamentos sociais e da integração da individualidade no colectivo. Desde logo, paradoxalmente, é cada vez mais evidente que a sensação de isolamento e de desconexão é hoje em dia maior e mais aguda, apesar desta amplitude tecnológica. As redes sociais estão cada vez mais entupidas de conteúdos repetitivos e padronizados, e de superficialidades irrelevantes, em que os perfis se tornam montras onde cada um tenta vender uma imagem de si próprio e da sua vida, em busca de uma validação externa em forma de estatística numérica (gostos, visualizações, partilhas). Simultaneamente, assistimos a uma desvalorização das interacções reais em prol das virtuais, sendo comum assistir a grupos de amigos num jantar, ou jovens num recreio de escola, em que a maioria se encontra socialmente alheada por um ecrã.
É também necessário distinguir o que é verdadeiramente nutritivo nas dinâmicas sociais, e o que é apenas uma superficialidade colorida e perigosamente aditiva: os doces são muito apetecíveis, mas não nos podemos alimentar apenas à base de açúcar! Ou seja, hoje é sabido que as redes sociais são desenhadas para instigar os utilizadores a permanecerem o máximo tempo possível ligados, para serem assim bombardeados com publicidade; as formas de entretenimento social, como bares e discotecas, são concebidas para potenciar o consumo, e não a interacção significativa entre as pessoas.
Cabe-nos assim a tarefa de usufruir de todos estes meios e formas de entretenimento a que temos acesso hoje em dia, e que sem dúvida podem tornar as nossas vivências sociais mais divertidas e estimulantes, sem nos perdermos na superfície, sem nos alhearmos do essencial: o encontro e a partilha com os outros que dá resposta à necessidade de pertencermos a algo maior que nós próprios.
Em sincronia com a proposta cósmica do momento, deixo então algumas interrogações que pode usar como orientação para reflectir sobre as suas interações sociais:
- Qual a motivação que me leva a partilhar isto com os outros?
- O que ganho?
- De que forma contribui para os outros?
- Acrescenta valor ao colectivo?
- Aquilo que estou a partilhar é autentico?
- Este contributo reforça a minha auto-imagem de forma positiva e genuína?
- Esta atividade social aproxima-me dos outros e faz-me sentir valorizado na minha autenticidade?
Um excelente mês de Fevereiro!