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Um novo FADO!

11/7/2016

2 Comments

 
Portugal é campeão da Europa!
Muito poucos acreditavam ser possível chegar a esta final e vencer, eu próprio confesso o meu cepticismo. Afinal, somos um povo que embora nobre pelos seus feitos, sempre se teve de confrontar com o facto de ser pequeno em dimensão, e por isso muitas vezes menosprezado e desconsiderado.
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Apesar do sucesso individual alcançado por muitos portugueses, nas mais variadas áreas - intelectual, cientifica, política, desportiva - sempre é difícil afirmarmo-nos pelo nosso valor colectivo. Por defeito, sempre procuramos a via de eleger um individuo, um herói que carregue todo o peso das nossas aspirações, sobre o qual projectamos toda a glória que queremos ver em nós, mas em quem destilamos toda a nossa amarga frustração quando este nos “falha”.

Vemos esta extrema projecção no nosso mito sebastianista: o Rei-herói que, ao desaparecer, deixa a sua nação em depressão colectiva, “adiada”, “por cumprir”, como dizia o poeta. Ontem, simbolicamente, tivemos uma lição acerca disso. O nosso D. Sebastião, o nosso herói desapareceu do campo de batalha, lesionado. Novamente o fado português: no momento crucial, onde mais precisávamos dele, eis que perdemos o nosso melhor elemento, no qual depositávamos todas as esperanças. E assim nos vimos em desanimo, em descrença.
Mas desta vez algo diferente parece ter ocorrido, a sorte não nos abandonou, e a equipa teimosamente não se rendeu à depressão: continuou lutando como podia, sem grandiosidades, nem rasgos de genialidade, mas trabalhando arduamente, humildemente. E depois entra Éder, o humilde dos humildes, em quem poucos acreditavam. Neste drama mítico, Éder talvez represente a alma ferida portuguesa: aquele de quem não se espera muito, ou para ser sincero, até se espere que falhe, pois é esse o seu papel, mostrar-nos a nossa miserável victimização. Mas desta vez não, desta vez Éder não falha, desta vez Éder marca! E marca de sua própria iniciativa, contra todas as probabilidades e contra toda a descrença. É o sacrilégio total: Éder marca!
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Isto será apenas futebol - a parte mais racional de nós dirá - mas algo diferente ontem foi escrito no mito nacional de raiz sebastiânica. A nação não caiu junto com o seu Rei-herói, mas manteve-se unida como pode na sua humildade e no seu duro trabalho de resiliente paciência. Talvez isto nos mostre um caminho alternativo ao habitual fado português, que em vez de almejarmos recuperar uma grandiosidade brilhante e genial, que supostamente nos foi roubada, possamos crescer para uma nação madura, consistente, que se apoia no contributo de cada um dos seus cidadãos e não apenas na vã gloria de um ungido eleito.

Outra lição nos deu Ronaldo, acerca do tipo de lideres que precisamos: daqueles que mesmo quando caem, não desistem, daqueles que mesmo criticados mantém a sua essência, daqueles que quando adorados nos remetem para a sua humilde simplicidade, daqueles que quando não podem liderar em campo, lideram apaixonadamente no banco, pois não lhe interessa apenas a sua reputação, mas os objectivos da a equipa, e as esperanças de toda uma nação de adeptos.
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Este herói Ronaldo, pode até ser o nosso D. Sebastião, mas ousa rescrever o mito, mostrando-nos que não é nele, nem nas suas excepcionais qualidades que devemos projectar-nos, para compensar um ego ferido, sedento de esplendor - tal só nos tem levado ao repetido desfecho mítico: a humilhante derrota.
Mas desta vez a história foi diferente, desta vez algo se alterou. E embora isto seja só futebol, não o é, pois tem raiz no inconsciente colectivo da nação que é Portugal, e mostra-nos que é a hora de rescrevermos o nosso mito.
Chega de esperar pelo Rei-perdido e pela glória do passado. É tempo de reconhecermos o que somos e integrarmos as nossas fragilidades e insuficiências. É tempo de trabalharmos em conjunto, premiado o esforço, a lealdade e o contributo para o colectivo.

Pois que venha outro Fado!


2 Comments
amel.ribeiro
12/7/2016 08:21:13 pm

é hora de se cumprir Portugal e surgir o oposto de D. Sebastião..

Reply
Ana
13/7/2016 08:47:12 am

Muito bom Jorge. Emocionei-me. Não foi só futebol, foi muito maior, também o senti.
Beijinhos Ana

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