O mês de Março, altura em que o Sol transita pelo signo de Peixes, o último sector do zodíaco, está associado a um período de transição, no qual concluímos um ciclo anual e começamos outro, com a entrada do Sol em Carneiro, que neste ano se dá no dia 20.
Tendo em conta o ritmo das estações, podemos assumir que é em Março que se inicia um novo ano. Por enquanto, estamos ainda mergulhados no frio e na chuva do Inverno, mas começaremos lentamente a sentir os primeiros sinais da nova estação, e esta transição irá reflectir-se também na nossa disposição psíquica. É assim um período em que a tendência à interiorização é maior, onde fazemos balanços e assimilamos aprendizagens, preparando-nos para um novo ciclo que começa com o impulso vigoroso de Carneiro.
Pelo facto de celebramos o inicio do ano em Janeiro, a expressão deste inicio sazonal passa mais despercebido à consciência, mas julgo que todos podemos identificar facilmente aquela sensação de renovação energética e frescura vital que a Primavera nos inspira. Dado que só no dia 20 é que entramos no novo ciclo, a maior parte de Março é sobretudo introspectiva, dedicada à convocação do sonho e da imaginação, que são canais através dos quais as imagens do inconsciente inspiram o rumo das acções futuras. Na primeira semana de Março temos ainda o Marte em Escorpião, que juntamente com a passagem da Lua por Saturno dia 2 e por Plutão dia 4, parecem reservar-nos picos emocionais de grande intensidade por esses dias. A entrada de Marte em Sagitário, no dia 6, aliviará a carga emocional, inspirando maior optimismo e extroversão. Porém, se temos vindo a reprimir tensões, esta mudança de Marte para um signo de fogo poderá soltar descontroladamente o que tem estado a ruminar na sombra. Isto é válido também em termos do clima geral, onde os conflitos poderão surgir de forma mais aberta, espontânea e sem muito filtro. Será mesmo expectável assistirmos a (ou manifestarmos) explosões de raiva, prepotência e fanatismo, que serão muito difíceis de domar, sendo talvez mais indicado aceitar, integrar e canalizar construtivamente esta energia, como nos indica as quadraturas que Marte faz a Mercúrio e mais tarde a Vénus (dia 14). Este mês é também particularmente sensível pois teremos dois eclipses, um solar no dia 9 e outro lunar no dia 23, que correspondem à Lua Nova de Peixes e Lua Cheia de Balança. Este primeiro eclipse, no dia 9, acontecerá no grau 18º de Peixes, activando desde já a configuração que marcará todo este ano e que estará no seu auge em Junho: uma grande cruz mutável. Para já, temos Júpiter em Virgem a fazer oposição, e Saturno em Sagitário a fazer quadratura, cabendo à Lua, no seu movimento mais rápido, completar a configuração quando passar por Gémeos no dia 14. A imagem que esta grande cruz me inspira é a de um grande carrossel em louca velocidade, no qual será preciso procurar mantermo-nos no centro, se não queremos ser cuspidos pela força centrifuga. A dificuldade em manter o foco, que já se faz sentir desde o mês passado, irá aumentar exponencialmente, à medida que as solicitações se vão multiplicando.
Com quase todos os planetas em signos mutáveis (Virgem, Sagitário e Peixes) em torno do dia 12, esta é uma altura em que a flexibilidade e a capacidade de adaptação serão essenciais, se queremos aproveitar as oportunidades que vão surgindo no caminho. No entanto, a tendência mais óbvia será procurar fazer muita coisa ao mesmo tempo, dispersando energia em muitas frentes, o que inevitavelmente se revelará pouco eficiente e muito frustrante. Sem uma boa dose de foco e disciplina, o mais certo é cairmos na vertigem do caos e da inconsequência, por isso o melhor lugar para nos colocarmos nesta roda viva é no centro e não na periferia (entenda-se na periferia de nós próprios e das nossas vidas).
No dia 20, o Sol entra em Carneiro e chega a Primavera, com o seu impulso renovado de energia. Dois dias depois, Mercúrio segue o Sol e reforça o fogo de Carneiro. Acabamos assim o mês com bastante energia cardinal, que inspirará iniciativa e acção.
Logo de seguida, no dia 23, Júpiter e Saturno desafiam-se em quadratura exacta, um aspecto que teve a sua primeira instância em Agosto de 2015, e que neste mês volta a pressionar a sua agenda: a revisão dos valores que fundamentam as estruturas sociais e políticas, e a implementação eficaz desses mesmos valores. O confronto entre a ideologia da austeridade versus a do crescimento, é um exemplo paradigmático desta quadratura, pedindo uma integração que dê origem a novos paradigmas (para saber mais sobre esta quadratura de Júpiter-Saturno pode adquirir o meu webinário sobre o tema AQUI). Fechamos o mês com Saturno a virar retrógrado, no dia 25, sendo que só em meados de Agosto voltará a movimento directo. Até lá será um tempo de buscar estrutura no interior: é sobretudo dentro de nós que poderemos encontrar o eixo vertical que nos permitirá manter a coesão no turbilhão veloz dos próximos meses.
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Entramos em Fevereiro com o pé fundo no acelerador. A recta final de Janeiro, com a passagem de Mercúrio a movimento directo, desbloqueou muita da hesitação e indefinição deste inicio de ano. Agora, o desafio é canalizar e direcionar todo este movimento de forma construtiva, o que não se revelará fácil nesta primeira semana de Fevereiro. Apesar de termos o Sol a transitar por Aquário, um território mental e geralmente desligado de dramas emocionais, outros factores estão a activar conteúdos inconscientes e a trazer à luz a sombra de cada um. São eles: a conjunção de Mercúrio e Vénus a Plutão, e a quadratura de Marte em Escorpião ao Sol. Esta conjuntura irá manter-se muito forte durante a primeira semana do mês, com picos de activação pela Lua, em torno dos dias 1, 6, 8 e12. Durante este período é essencial trabalhar a comunicação no relacionamento com os outros. O receio de expor fragilidades, ou criar conflito, pode levar-nos a calar, mas ficará claro desde logo que essa opção só acrescentará tensão: será mais difícil manter uma paz podre do que enfrentar as questões. Por outro lado, confrontar o outro projectando nele aquilo que são os conteúdos negativos e rejeitados da nossa própria psique, ou em linguagem mais comum: “arranjar bodes expiatórios”, atirando culpas, fazendo do outro o vilão, o mau, o intolerante, o egoísta, o mentiroso… não será de todo a resposta mais adequada ao momento. Talvez no melhor dos casos servirá para nos apercebemos daquilo que reside na nossa própria sombra, pois o que projectarmos, prontamente nos será devolvido - saibamos nós integrar e agradecer a oportunidade que esse espelho do outro nos proporcionará. É assim um momento intenso de confronto com a sombra, sobretudo nas relações afectivas e sociais, que nos convida a transformar padrões e a expandir a consciência que temos de nós próprios. A tolerância e aceitação são o terreno firme onde podemos caminhar para ultrapassar os desafios do momento. Gostaria de esclarecer que quando falo de aceitação e tolerância, não me refiro a abandonar a responsabilidade de confrontar os problemas, antes pelo contrário: Marte em Escorpião mostra-nos que é necessário ser assertivo! Mas tolerante, aceitando que os outros erram, como nós erramos, e mostrando a capacidade de perdoar, integrar e progredir. Em meados do mês, pelo dia 16, é expectável alguma catarse que possa enfim libertar estas tensões e conduzir-nos a um clima mais fluido e tendencialmente harmonioso. Dias 19 e 21, a Lua activa dois grandes trígonos que permitirão curar feridas (dia 19) e também fazer avançar mudanças estruturais (dia 21) com facilidade e aderência. São por isso boas alturas para terapias e para avançar com projectos inovadores e criativos que até aqui têm encontrado resistência. A entrada de Mercúrio em Aquário dia 13, seguido por Vénus dia 17, também contribuirá para a mudança energética que se fará sentir, rumo a uma maior serenidade, mas também a um certo distanciamento emocional. Algo que parece seguro afirmar é que a última metade do mês será gradualmente mais activa do ponto de vista social, puxando-nos para o convívio e a integração no grupo. Dia 19, o Sol entra no signo de Peixes, um território de grande sensibilidade e subtileza emocional, mas como vimos pelo ênfase de planetas em Aquário, a tendência é que as emoções sejam muito filtradas por racionalizações. O mergulho nas águas emocionais de Peixes será mais profundo já em Março, por altura da Lua Nova de dia 9. Que possamos aproveitar da melhor forma os desafios que este mês de Fevereiro nos apresenta, para que também colhamos os frutos que se nos oferecem.
Iniciamos um novo ano e não poderia deixar de vos trazer a análise astrológica dos próximos 12 meses. Assim, no Relatório deste mês, irei falar de todo o ano de 2016.
E começaria por recordar alguns acontecimentos marcantes de 2015, que constituem o cenário no qual dá entrada este novo ano.
Um dos temas que se destacou globalmente foi a questão do terrorismo, com a escalada do estado islâmico e os ataques de Paris. Outro tema importante, e intimamente ligado ao primeiro, é a crise dos refugiados de guerra que têm procurado asilo na Europa.
Estas duas situações encaixam claramente no simbolismo de Saturno em Sagitário, que entrou neste signo precisamente no inicio de 2015 e no qual se manterá até fim de 2017. É, portanto, de esperar que neste ano que agora começa, estes dois temas continuem a desenrolar a sua trama, e a fazer-nos questionar valores sociais, posições políticas e crenças religiosas. De facto, em resposta ao fundamentalismo e à radicalização intransigente de alguns, temos assistido por parte de outros, a demonstrações de grande solidariedade e à proliferação de movimentos que procuram transcender as diferenças e estabelecer pontes de entendimento. Esta resposta solidária, contra a intolerância e a ditadura de valores caducos, é simbolizada pela quadratura de Saturno a Neptuno, exacta em Novembro passado, e que continuará por 2016, sendo um dos principais eventos astrológicos deste novo ano (deixo >AQUI< o link para o webinário que realizei no passado mês de Dezembro sobre esta quadratura).
Assim, um dos temas mais importantes de 2016 é a dissolução de fronteiras e a integração das diferenças. Tal não será certamente obtido fluidamente e sem tensões, mas sim através de crises que nos levarão a repensar atitudes e a fazer opções.
A este respeito vamos ter 3 momentos bastante fortes: - a Lua Nova de 9 de Março, em Peixes; - a Lua Nova de 5 de Junho, em Gémeos; - a Lua Nova / Eclipse de 1 de Setembro, em Virgem; Estas 3 Luas Novas fazem parte de configurações astrológicas bastante tensas, com os planetas a posicionarem-se maioritariamente nos signos mutáveis: Gémeos, Virgem, Sagitário e Peixes. Devido à natureza inconstante destes signos, é previsível que haja um clima de instabilidade, mas a adaptabilidade e dinamismo que também os caracteriza oferece grandes possibilidades de mudança e ajustamento. A falta de foco, a dispersão motivada pelos múltiplos estímulos e o desenraizamento da realidade serão os maiores desafios destas conjunturas. 2016 será dominado por estas configurações planetárias que se constelarão em torno das quadraturas de Júpiter a Saturno e de Saturno a Neptuno, e assim, diria que a orientação principal para este ano é mantermo-nos flexíveis, adaptarmo-nos às mudanças e fluir com o dinamismo acelerado dos acontecimentos. É um ano com um grande potencial criativo sobretudo na comunicação, na aprendizagem, na invenção de soluções práticas e na interajuda comunitária. Estas serão as grandes linhas orientadoras dos processos de 2016. Julgo ser expectável assistirmos a avanços tecnológicos com maior consciência ambiental e preocupações de sustentabilidade; a mudanças exponenciais nos hábitos de consumo, sobretudo a nível alimentar, com uma maior procura de produtos mais saudáveis, ecológicos e éticos. É também um ano propício a reformas no sistema educativo, com a recuperação da criatividade e a adopção de métodos de ensino mais lúdicos e cativantes. Como já anteriormente referi, estes progressos dificilmente serão conseguidos sem polémicas, crises e rupturas, mas o seu alcance criativo é enorme. É de assinalar ainda a entrada de Júpiter em Balança, em Setembro, que aumentará substancialmente a possibilidade de estabelecer acordos pacíficos entre partes conflituantes. Será também nas parcerias que encontraremos o maior potencial de crescimento e expansão. No dia 20 deste mês, às 20h (PT), irei realizar um webinário gratuito, para o qual deixo desde já o convite, onde falarei com mais pormenor da astrologia de 2016 (pode inscrever-se >AQUI<).
E gostaria então de completar deixando algumas considerações acerca deste mês de Janeiro, começando desde logo com a entrada de Mercúrio retrógrado dia 5, que se prolongará até dia 25 de Janeiro. Se costuma acompanhar as minhas reflexões astrológicas, certamente já leu acerca destes períodos de Mercúrio em movimento retrógrado, se não, aqui fica o alerta para a necessidade de maior atenção aos pequenos pormenores na gestão do seu dia-a-dia: contratempos com comunicações, deslocações e compromissos são muito frequentes, por isso tenha sempre em contingência um plano B. No entanto, não deixe de fazer o que necessita de ser feito só porque o Mercúrio está retrógrado, o importante é deixar fluir e adaptar-se em vez de insistir em controlar os acontecimentos.
Dia 9, Vénus junta-se a Saturno, o que pode trazer mais aspereza nas relações. O impulso para ser “demasiado honesto” em observações acerca do outro tenderá a levar ao bloqueio da comunicação e do entendimento. Será necessário maior sentido de responsabilidade, disciplina e contenção para manter boas relações com os que nos rodeiam. Isto será válido para todo o mês de Janeiro. Outro aspecto que gostaria de salientar neste mês, é a quadratura de Úrano – Plutão (sim, ainda está em acção!). Esta quadratura, que marcou os últimos anos (2012-2015), e que simboliza todo o processo de transformação social, económica e política do qual estamos lentamente a emergir, ainda reserva algum impulso para se manifestar no inicio deste ano de 2016. Isto porque estes dois planetas voltam nesta altura a aproximar-se do alinhamento de 90º, mas não exactamente, ficando assim próximos até Março. Será, pois, provável que durante estes próximos tempos revisitemos os temas da crise de valores, da desconstrução das instituições, da exposição de esquemas de corrupção e da luta pela emancipação do individuo face às estruturas de controlo. Intenso, portanto! Faço votos de que neste ano que agora começa possamos todos, colectiva e individualmente, aproveitar ao máximo as oportunidades de crescimento e de expansão da consciência que se apresentam à nossa frente pelo caminho de 2016. Feliz Ano Novo!
Este mês de Dezembro vem carregado de eventos astrológicos importantes. Julgo por isso que os próximos dias nos trazem grandes oportunidades de tomada de consciência, assim as possamos aproveitar.
Começando pelo evento de maior alcance, no dia 15 teremos a penúltima das 7 quadraturas de Úrano a Plutão, a primeira das quais deu-se em Junho de 2012 e a última será em Março de 2015. Este é sem dúvida um dos mais importantes marcos astrológicos da nossa geração. Estamos a passar pela crise de crescimento do ciclo que começou nos anos 60: a passagem do 1º quarto para o 2º quarto deste ciclo. É cada vez mais evidente que o nosso mundo está de facto a passar por uma inequívoca transformação a todos os níveis: espiritual, social, política, económica. Estruturas de organização social obsoletas e insustentáveis caem por terra, ao mesmo tempo que cada indivíduo desperta para novos graus de consciência. Percebemos nestes últimos anos que teremos que ter um papel individual mais activo na gestão da sociedade em que vivemos. E esta nova aplicação da quadratura de Úrano a Plutão, durante este mês, trará sem dúvida à superfície mais situações que nos impulsionarão nessa direcção e com as quais teremos de lidar colectivamente. A quantidade de informação a que hoje temos acesso torna-nos mais responsáveis pelas nossas escolhas e pelos nossos modos de vida. Podemos até optar por ficar na ignorância, mas neste momento isso é cada vez mais uma escolha. É claro que somos de todos os lados assediados com opiniões de toda a espécie e para todos os gostos, mas cabe-nos a nós eleger aquilo em que focamos a atenção e ao qual damos crédito. A entrada de Saturno em Sagitário, no dia 23, pedirá maior responsabilidade pelo que afirmamos, mais definição daquilo em que acreditamos e uma observação mais rigorosa dos valores que pautam as nossas acções. Este é um trânsito que durará até Dezembro de 2017 e que afectará todo o clima social, mas terá maior impacto, de forma desafiante, nos signos de Sagitário, Gémeos, Peixes e Virgem. Carneiro e Leão também serão directamente implicados, mas de maneira mais fluida e à partida facilitadora. > no dia 19 deste mês irei realizar um webinário sobre este trânsito, que lançarei durante a próxima semana. > aproveito também para informar que já se encontra disponível o novo vídeo da série Os 12 Portais da Individualidade, dedicado ao signo de Sagitário - acesso AQUI E agora gostaria de falar dos outros eventos menos impactantes mas que também contribuirão efectivamente para o ambiente energético deste mês. E começo por Júpiter, que ficará retrógrado no dia 8 (a 22º de Leão), o que nos obrigará a voltar mais para dentro em busca das oportunidades de crescimento e expansão. Teremos de encontrar orientação na reflexão, filtrando o que recebemos do exterior pela nossa intuição. Úrano também muda de direcção no dia 21 (a 12º de Carneiro), passando a movimento directo, dirigindo desta vez o seu impulso revolucionário para o exterior e para a manifestação. Muita impulsividade será pois de esperar, com ânimos extremados e talvez pouco esclarecidos, já que como vimos a orientação sábia de Júpiter reserva-se para a interioridade. Será assim fundamental não ceder a julgamentos precipitados, pois nesta altura a tendência para projectar nos outros o mal que nos oprime é muito grande. Mas se queremos avançar de forma construtiva, embora seja importante apurar a responsabilidade de cada um, o nosso principal foco deve ser a tomada de consciência de qual o nosso papel nas situações em que nos encontramos, e de que forma podemos revolucionar a nossa postura face ao que não está a funcionar nas nossas vidas. Uma das aprendizagens mais valiosas que a vida me tem revelado é que: quanto mais assumirmos a responsabilidade pelo que nos acontece, mais donos da nossa vida somos. Podemos obviamente ser vítimas de muita coisa, mas o único modo de ultrapassarmos essa condição é pela via do empowerment: não vale a pena combater as limitações que encontramos no exterior se não nos libertarmos das limitações que colocamos a nós mesmos. Muitos testes e desafios nos esperam nestes próximos dias, mas é também nestas alturas que temos as maiores oportunidades de crescer e progredir.
> Este mês, devido a uma dificuldade técnica, não haverá relatório em formato vídeo, mas alternativamente deixo aqui a minha análise astrológica para Novembro.
E começamos este mês com o Sol em Escorpião, que entrou neste signo no passado dia 23 de Outubro, marcado pelo eclipse que se deu nessa altura (pode ler mais sobre esse evento aqui). Mergulhámos assim nas águas profundas de Escorpião, ou seja, o foco de consciência direcciona-se agora para o trabalho de iluminação e transformação das pulsões emocionais instintivas, dos padrões distorcidos de ligação afectiva, das carências e feridas fruto da inter-relação emocional com os outros.
É portanto uma fase do ano bastante intensa e que nos possibilita crescer no domínio dos instintos, cortar ligações tóxicas e moribundas, desmontar mecanismos de defesa que já não têm propósito, em suma: curar e purificar para então renascer (já está disponível o vídeo sobre Escorpião exclusivamente dedicado às temáticas deste signo e que pode aceder aqui).
A primeira metade da passagem do Sol por Escorpião, que se estende até dia 8 de Novembro, tem sido marcada por alguma fluidez, simbolizada pela conjunção de Sol e Vénus, que fazem um fantástico trígono a Neptuno e Quíron em Peixes e um sextil a Plutão e Marte em Capricórnio. É como se esta viagem às profundezas, apesar de desafiante, nos estivesse a conduzir por magníficos recifes de coral, que nos inspiram a ir mais fundo. Os processos de cura estão por isso facilitados nesta altura, sendo possível alcançar resolução para questões difíceis com o mínimo de danos colaterais. No entanto será necessário estar atento para não perseguir miragens nem “entregar o ouro ao bandido”, até porque o cenário irá mudar bastante nos dias seguintes.
A partir de dia 8 a paisagem começará a ficar mais inóspita e menos colorida, à medida que Vénus e Sol se aproximam de Saturno, e Marte faz a conjunção a Plutão. Aqui poderemos ser confrontados com obstáculos que testarão os nossos limites. Se não aproveitámos a abertura das duas semanas anteriores para resolver problemas que temos entre mãos, a partir de dia 8 será bastante mais difícil obter soluções. Nessa altura Mercúrio entra também em Escorpião, reforçando a intensidade, especialmente na comunicação. Apesar da crescente tensão, será precisamente através do diálogo que teremos ainda oportunidade de alcançar pacificação nesta segunda semana de Novembro.
A conjunção de Sol a Saturno, no dia 17, irá com certeza assinalar um dos momentos mais importantes deste mês. Por essa altura a Vénus está já em Sagitário, reforçando o impulso para a expressão extrovertida que Júpiter em Leão incentiva. Porém, a noção dos limites e o peso da responsabilidade sobrepõem-se. Será preciso honrar os compromissos sob pena de criarmos mais dificuldades e hipotecarmos estruturalmente o crescimento futuro. É talvez aqui que atingiremos o fundo neste mergulho de Escorpião - que seja portanto um fundo sólido, onde assentemos os pés confiantemente e que assim nos permita ganhar impulso para retornar à superfície com renovada segurança.
E é no dia 22 que o Sol emerge das águas profundas de Escorpião para renascer no fogo expansivo de Sagitário. Nesse próprio dia teremos a Lua Nova, mesmo no grau 0º de Sagitário. Como aconteceu com a entrada do Sol em Escorpião no passado mês, a mudança será bastante clara: o que até aqui estava oculto pode subitamente ser revelado. O passo acelerará certamente e chegaremos ao fim de Novembro em atmosfera muito dinâmica. Plutão estará a menos de 1º da quadratura exacta a Úrano, a sexta e penúltima deste grande diálogo entre estes dois arquétipos que está a transformar radicalmente a nossa sociedade e a moldar o futuro das próximas gerações. Podemos por isso esperar novos desafios e progressos que se tornarão mais claros à medida que avançarmos para Dezembro. Este mês será assim a antecâmara que antecede uma nova catarse, sendo por isso extremamente importante o processo de limpeza e cura em que estamos mergulhados. A conquista do Medo parece-me ser o ponto focal deste processo: o medo da perda, o medo da rejeição, medo da crise, o medo do terrorismo, o medo do ébola, o medo da guerra, o medo… em suma, do que não controlamos. E a melhor resposta não é claramente procurar exercer mais controlo, pois haverá sempre algo mais que nos ameaça e que põe em causa a segurança do que está estabelecido. Se não aprendermos a integrar as dinâmicas de transformação como mecanismos benéficos de renovação criativa, estaremos simplesmente a investir esforço na construção de barragens que inevitavelmente cederão à pressão. Mais do que conter o que no limite não pode ser contido, será mais proveitoso criar estruturas de regulação, que possam dirigir o fluxo da mudança, no sentido daquilo que são os ideais que, tantas vezes, queremos implementar pela força. Um excelente mês de Novembro! |
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