Com 2017 já bem engrenado chegamos a Fevereiro e o crescendo faz-se sentir naquele que parece ser o mês mais desafiante do ano. As noticias não param de fazer escalar receios, a polarização das opiniões atinge extremos cada vez mais afastados da reconciliação e a indignação parece ser o modo por defeito.
Nos céus, a tensão entre Júpiter, Úrano e Plutão encaminha-se para o seu auge no final deste mês. Este é um imenso barril de pólvora que tem vindo a acumular pressões explosivas ao longo dos últimos anos e, cada vez mais, as vozes moderadas acabam em surdina no coro das multidões que desejam acender o pavio. Uns por que desejam beneficiar do caos, outros porque sentem não ter já nada a perder e outros ainda, talvez a maioria, por simplesmente não aguentarem a tremenda pressão. É realmente um momento de teste, aquele que estamos a passar, e que terá repercussões pelas décadas vindouras. A onda de separatismo ameaça pôr em causa as uniões que foram conseguidas com grande esforço, mas é também evidente que o status quo tem de mudar, gordo que está das desigualdades que foi abrigando na sua sombra. O mundo está grávido de mudança e as contracções do parto marcam o ritmo dos dias em compasso acelerado. O que daqui irá nascer dependerá da resposta que cada um de nós consiga dar a este desafio colectivo.
No ano passado confrontámo-nos com eventos de grande magnitude no que respeita às suas consequências, sendo os principais o Brexit e a eleição de Trump. Eventos que no inicio do ano passado pareciam pouco prováveis e até absurdos, mas que vieram mostrar que o desejo de mudança é superior ao risco do desconhecido. Quando assim é, estamos claramente num ponto de clivagem. Este ano teremos mais decisões importantes, com as eleições na França em Abril e na Alemanha em Setembro. No entanto, é agora que está na forja, ainda moldável, o que mais tarde ganhará forma definitiva. Vejamos então o céu do momento em busca de linhas orientadoras para este período de grande desafio.
27 FEVEREIRO 2017
A configuração predominante é a quadratura T, de que já falei, entre Júpiter, Úrano e Plutão: Júpiter opõe-se a Úrano e Plutão faz 90º a ambos. Nesta oposição vemos de um lado os valores do diálogo e da diplomacia e do outro a força rebelde que deseja emancipação e liberdade de afirmação individual. A desestabilizar este braço de ferro temos o puxão de Plutão a desenterrar podres, a expor agendas ocultas, a mostrar que o poder se joga na sombra, debaixo do pano. Será pelo dia 22 que esta configuração estará mais activa, devido à passagem de Marte em quadratura a Plutão e depois colando-se a Úrano no dia 27 e opondo-se a Júpiter em perfeito alinhamento nos 22º. O que é interessante notar é que Éris, um novo planeta descoberto em 2005 e nomeado com a deusa da discórdia, está precisamente no mesmo grau 22º de Carneiro, ao qual, no dia 27, se juntarão Marte e Úrano.
Ao olharmos para a mitologia de Éris verificamos o quão reveladora é do que se passa à nossa volta. Éris, indesejada, não foi convidada para o casamento do rei Peleu com a ninfa Tétis, e por despeito vingou-se lançando junto de 3 deusas rivais (Hera, Atena e Afrodite) uma maça de ouro com a inscrição: para a mais bela. A competição que daí surgiu acabou por desencadear a Guerra de Tróia.
Este mito traz-nos uma advertência muito valiosa para o momento presente. É penoso assistir a todo o ódio, o racismo, o sexismo, a intolerância e a crueldade que têm surgido à superfície nos últimos tempos. Algo que, ao procuramos combater e transformar, acabamos facilmente por cair na tendência para excluir o que consideramos inaceitável e perigoso, para tentar calar a ignorância, ridicularizar, parodiar, descredibilizar, deslegitimar como arma de luta. Desde logo, no caso de Trump é muito evidente isto. Só para dar um exemplo, ontem, John Bercow, Presidente da Camara dos Comuns do Reino Unido, surpreendeu os membros do parlamento ao sair do seu registo neutral e afirmar num discurso que seria contra um convite a Trump para este discursar no Parlamento aquando da sua visita ao Reino Unido. Não querendo fazer aqui nenhuma análise política, esta tem sido a estratégia mais comum para lidar com o que não concordamos: não te convido para a minha festa! Mas como mostra bem o mito de Éris, excluir pode ter consequências mais nefastas do que procurar integrar. Para falar do caso de Trump, não podemos esquecer que este representa cerca de 63 milhões de votos, tendo prometido em campanha aquilo que tem estado a implementar. Trata-se de metade dos votantes do país mais poderoso do mundo que desejam este tipo de políticas e é essa a verdadeira questão que nos deve profundamente preocupar, pois o que se passa nos EUA em grande medida passa-se também na Europa. Com Júpiter a ficar retrógrado dia 6, a proposta é fazermos uma reflexão profunda acerca dos valores pelos quais pautamos as nossas acções. Talvez fique mais claro que é preciso mudar de estratégia para não cair no mesmo erro daquilo que queremos transformar: descriminar para combater a descriminação, não deixar falar para combater a liberdade de expressão, destruir para combater a destruição… Teremos também dois eclipses neste mês, um lunar no dia 11, a 22º de Leão (visível em Portugal e no Brasil), e o outro solar, no dia 26, a 8º de Peixes (este será parcialmente visível no sul do Brasil). Estes eclipses contribuirão para o convite à mudança que este mês nos estende. É em períodos destes que residem as grandes oportunidades de tomada de consciência. Faço votos para que nestes tempos desafiantes possamos manter o alinhamento à nossa essência divina sem recear reconhecer e integrar com compaixão tudo aquilo que faz de nós humanos.
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Com o Sol a atravessar o signo do Sagitário nesta altura do ano, o mês de Dezembro traz habitualmente consigo a tónica expansiva, festiva e optimista deste signo. Mas se assim é, o que se passa com este ano que o ambiente parece manter-se pesado e melancólico?
Acontece que temos Saturno em transito por Sagitário (desde Setembro de 2015 e até Dezembro de 2017), um planeta que simboliza a responsabilidade, as regras, os limites, a estrutura, a disciplina e compromisso, tudo temas muito avessos à natureza expansiva deste signo. Ainda que este transito não seja nada de novo, pois como referi Saturno já está em Sagitário desde 2015, nesta altura em que o Sol também atravessa este signo, estes temas tornam-se mais preponderantes. Significa isto que teremos que integrar Saturno na festa, o que é um pouco como ir com um amigo sério e introvertido para a rave, e não vale deixá-lo sozinho num canto e seguir para a pista descomprometidamente, é que este amigo é importante e poderoso e se está infeliz pode tornar-nos a vida difícil. Será necessário abdicar da “liberdade” inconsequente em prol de um bem-estar holístico e integrador. Nesta altura não há festa sem esforço, não há aventura sem compromisso, não há expansão sem disciplina. Por isso das duas uma, ou ficamos amuados e deprimidos com as condicionantes, preferindo a inercia ao esforço, ou fazemos face aos obstáculos, de forma perseverante e disciplinada, para assim podermos alcançar os frutos apetecidos. Na melhor das perspectivas, este desafio pode trazer-nos um retorno consistente e sólido, maior capacidade de foco e estrutura. É em torno do dia 10, altura em que o Sol passa junto a Saturno, que estas temáticas serão mais activadas.
Como podemos verificar nos gráficos acima, Fogo e Ar dominarão grande parte do mês, o que indica uma tendência mais extrovertida e socialmente dinâmica. Contudo, devido à presença saturnina que falámos e à oposição entre Júpiter e Úrano (que será exacta mais para o final do mês, no dia 26), a probabilidade é de existir muita tensão no ar devido ao esforço para conter impulsos e à frustração de não nos sentirmos tão livres para nos exprimirmos. Como panelas de pressão no limite, poderemos circular por aí, explodindo reactivamente ao menor desacordo. A escassez de Água também contribui para que estejamos mais desligados do sentir alheio e por isso mais propensos a atropelar sentimentos e magoar sem disso ter noção. A pouca presença do Modo Fixo ao longo do mês também faz prever que estabilidade e enraizamento não serão o forte deste Dezembro, mas sim a iniciativa e a adaptabilidade.
Dia 14 teremos a Lua Cheia em Gémeos, onde poderemos ter oportunidade de integrar os temas de que já falamos, aos quais há a acrescentar a questão da verdade, que é uma problemática central em Sagitário. A afirmação de crenças e valores faz parte do processo deste signo, mas a falta de objectividade e o idealismo muitas vezes cegam e alienam. Com esta Lua Cheia teremos um espelho onde poderemos espreitar para aferir acerca das nossas crenças, e também é provável que nos sejam reflectidas incoerências entre aquilo que pregamos e o que praticamos. No dia 19 Mercúrio fica retrógrado. Se já acompanha estes relatórios há algum tempo, já terá tido oportunidade de ler acerca destes períodos, os quais eu faço por desdramatizar. Mercúrio está retrógrado três vezes ao ano, por cerca de 20 dias, o que perfaz uma média de 60 dias de retrogradação anual, ou seja, algo bastante comum! No entanto, nestes períodos, tudo o que tem a ver com trocas, comunicações, circulação, compromissos, agendas, viagens, eventos, tende a sofrer alterações e reformulações, devido à introversão deste impulso mercuriano, o que naturalmente pode levar a bloqueios e contratempos stressantes. Convém então ser flexível nos planeamentos e contar com imprevistos. Com a entrada do Sol em Capricórnio, no dia 21, dá-se o solstício do Inverno e entramos assim na nova estação. Na noite de Natal, precisamente, 4 planetas alinham-se numa configuração que chamamos de Berço.
Mapa - 25 Dezembro / 4:35 / Lisboa
A sincronicidade é de facto espantosa, mas esta configuração, apesar do nome, não está ligada à simbologia do Natal. É uma configuração que se organiza em torno de uma tensão: a oposição de Júpiter a Úrano. Correndo o risco de ser redutor, poderei sintetizar esta oposição como a dualidade entre o impulso da mudança e da revolução que se manifesta de forma bem agressiva, muitas vezes primária no seu individualismo (diria que o fenómeno da eleição de Trump é um exemplo disto) e do outro lado os valores e os princípios morais que se alinham com o diálogo e a diplomacia conciliadora. Ora, se por um lado provocarmos a mudança a qualquer preço, arriscamo-nos a perder de vista os valores que nos inspiram; por outro, se nos cingirmos ao politicamente correcto e à cosmética da paz-podre perdemos a oportunidade de criar algo melhor. O que os outros dois planetas, Saturno e Vénus, contribuem para esta dinâmica, com a sua relação fluida, é a oferta de vias de escape. E para entendermos o seu significado vale informar que apesar de este Berço ser mais definido no dia 25, desde o principio do mês que já se vem ensaiando com outros protagonistas (Marte em vez de Vénus) e portanto podemos desde já esboçar algumas interpretações. Julgo ser consensual que estamos a assistir a momentos importantes que estão a definir o rumo do nosso futuro, e a maioria de nós tem a noção de que em muitas coisas não vamos na melhor direcção, mas simultaneamente vão surgindo paliativos e suavizações, que nos adormecem ao ponto de nos deixarmos levar pela corrente conformadamente. É este o risco desta configuração, e o seu nome - Berço - remete-nos para o seu significado: o adormecimento face aos desafios que necessitam de uma resposta criativa. Mas apesar deste risco, o potencial é grande se soubermos aproveitá-lo, pois neste berço existe apoio e abertura, teremos é que encontrar a coragem e a determinação de nos erguermos nele para criarmos o futuro que desejamos. Desejo-lhe um excelente mês de Dezembro!
Entramos em Novembro com o Sol a transitar pelo signo de Escorpião. Já desde 23 de Outubro que a intensidade deste trânsito anual se faz sentir. É uma altura do ano em que somos convidados, ou talvez mesmo impelidos, a mergulhar na profundidade emocional característica de Escorpião. Tivemos um período anterior em Balança bem expansivo, com muita abertura, sobretudo no que se refere a parcerias e relações. Agora encontramos neste período de Escorpião a necessidade de assimilar tudo o que convidamos a fazer parte da nossa realidade.
Esta fase escorpiónica do ano é também o momento propício para limpar a casa do ponto de vista emocional. Mas esta limpeza é profunda e numa primeira fase será preciso desarrumar e desconstruir para chegar a todos os recantos. Naturalmente isto provoca stress e resistência quando se trata de mexer em coisas que preferimos deixar quietas, por receio do que poderemos encontrar por debaixo das mesmas, ou simplesmente porque estamos habituados a uma determinada ordem e não vemos como a mudança nos pode beneficiar. Mas a verdade é que ignorar um problema não o resolve, e nesta altura isso é bem claro. O lixo que não deitamos fora torna-se tóxico e acaba por contaminar tudo o resto. Assim, os verbos do momento são transformar, limpar, purificar, e, essencial no processo, desapegar.
Mas nem sempre a resistência à mudança é o grande desafio desta altura. No extremo oposto, tendência mais comum em quem tem afinidade com Escorpião, podemos debater-nos com a compulsividade e a obsessão, escavando a profundidades onde encontraremos apenas a lama estéril da destruição. Precisamos então de saber reconhecer que o propósito da transformação é recolher o ouro das profundezas para o trazer à superfície, à luz do dia! Neste mergulho, precisamos de reservar fôlego para o regresso, respeitando os limites para lá dos quais este processo perde sentido, e nos coloca em sérios perigos. Apesar desta tónica intensa e pesada que a passagem do Sol por Escorpião nos traz, este mês continua a tendência fluida que caracterizou o mês de Outubro. Isto não significa a ausência de desafios, como bem podemos constatar pelo mês anterior, mas uma tendência facilitada de encontrar caminhos de resolução, ou menos recomendavelmente, de escape.
Destaca-se desde logo a segunda semana do mês com a mudança de signo de 3 planetas: Marte que entra em Aquário no dia 9, Mercúrio que transita para Sagitário e Vénus para Capricórnio, ambos no dia 12. Estas mudanças irão traduzir-se numa maior objectividade e racionalidade, facilitando os processos de desapego, e também maior alinhamento com o propósito da subida à superfície, depois do mergulho na sombria profundidade.
Dia 14 teremos a Lua Cheia de Touro que marca o auge deste período de Escorpião, com a devida tomada de consciência facilitada pelo signo oposto. O potencial é reconhecermos o valor acrescido das transformações pelas quais estamos a passar e encontrarmos aí um ponto de apoio para renascer das cinzas. No dia 17 o Nodo Sul da Lua junta-se a Neptuno em Peixes, um trânsito importante que chega agora ao seu ponto exacto, mas que se vem formado lentamente desde Junho e que ainda se manterá até inicio de 2017. O Nodo Lunar Norte é o ponteiro da direcção evolutiva e o seu oposto, o Nodo Sul, é a herança que necessitamos transformar colectivamente através da polaridade oposta. Neste caso, com o Nodo Norte em Virgem, indica-nos que é através da descriminação objectiva da realidade que podemos abrir novas portas evolutivas, no entanto, com este Neptuno conjunto ao Nodo Sul, teremos uma enxurrada de velhos padrões distorcidos de carácter neptuniano com os quais teremos de nos confrontar e transformar criativamente pelo espírito critico da Virgem, como por exemplo tendências escapistas de toda a ordem que nos desconectam da realidade, os complexos messiânicos de querer salvar o mundo ou de procurar um salvador, a pseudo-espiritualidade inconsequente, os populismos políticos, etc. O Sol entra em Sagitário no dia 21, juntando-se a Mercúrio e Saturno. Veremos então as águas de Escorpião evaporarem-se perante o fogo de Sagitário! E com Júpiter em quadratura a Plutão, exacto no dia 24 (transito que já se vem formando desde o inicio do mês), a fogueira promete ser explosiva. Deveremos cautelar-nos com impulsos ideológicos que facilmente cairão na intolerância e na prepotência. Mesmo a fechar o mês, no dia 29, a Lua e o Sol juntam-se para plantar a semente expansiva e optimista de Sagitário que marcará o período do mês seguinte. Desejo-lhe um excelente mês de Novembro!
No passado mês de Setembro enfrentámos grandes tensões e desafios, e é natural que estejamos exaustos da pressão a que temos sido submetidos na tentativa de gerir todos estes processos. Mercúrio esteve retrógrado durante quase todo o mês, dificultando a reentrada no trabalho e na escola, e a retoma das rotinas do dia-a-dia. Foi necessário um esforço extra para concretizar e materializar, em meio a contratempos, atrasos e acumulação de situações para resolver. Assim que Mercúrio vira directo, já no final do mês passado, de repente tudo acelera e o desbloquear súbito deste fluxo, apesar de ter trazido resolução, arrasta-nos na sua corrente vertiginosa. E é surfando esta onda que entramos em Outubro, o mês da Balança, indicando-nos que é investindo no equilíbrio que nos poderemos manter à superfície, encima da prancha, aproveitando a corrente. Se assim o conseguirmos, esta onda mostra-se promissora, especialmente no que toca à dimensão social, com muitos contactos, relações e parcerias que nos podem abrir oportunidades e trazer novos horizontes.
Comparativamente ao mês anterior, Outubro parece bem mais fluido, a oferecer-nos a possibilidade de recuperar fôlego. Isto se nos soubermos alinhar com a tendência do momento, cujo ênfase, como já vimos, é na cooperação e na parceria. Esta tónica irá sendo reforçada à medida que o mês avança, destacando-se a altura em que Mercúrio entra em Balança no dia 7, fazendo depois a conjunção a Júpiter no dia 11, incentivando ao diálogo e à partilha. A meio do mês, no dia 16, teremos a Lua Cheia em Carneiro, que assinala um checkpoint de consciencialização e avaliação:
- estaremos a cooperar em verdade, ou constrangidos na correspondência de expectativas? - o investimento versus beneficio é equilibrado entre as partes? - estou a aproveitar as oportunidades de crescimento que uma maior abertura aos outros me trariam, ou estou em resistência auto-centrada? - a interação com os outros estimula a minha criatividade e enriquece o meu sentido de individualidade, ou estou a perder de vista a minha vontade própria e a inibir a minha auto-expressão para me harmonizar com os outros e ser aceite?
Estas serão questões importantes a fazer nessa altura, pois com esta abertura e facilidade no estabelecimento de pontes e trocas com os outros, será também possível cairmos em algumas armadilhas e distorções. Desde logo, a óbvia dispersão que se poderá instalar se não colocarmos alguns limites e não aplicarmos discernimento na hora de aceitar convites à parceira e à cooperação. Para quem tem facilidade na dimensão social pode ser uma altura muito favorável, mas há que estar atento para não ficar na superficialidade e na inconsequência, desperdiçando energias em contactos que nada de criativo acrescentam a nenhuma das partes.
Sendo este o mês da Balança, com toda esta energia venusiana no ar, obviamente não poderia deixar de destacar a dimensão romântica, que promete muitos encontros e envolvimentos amorosos. Promete, claro, pois falo apenas da tendência: nada está garantido à partida sem a nossa participação, consciente ou inconsciente. Neste tema do romance, a partir de dia 18, altura em que Vénus entra em Sagitário, o clima ficará mais escaldante e puxará fortemente para a aventura e a ousadia. No dia 23 o Sol ingressa em Escorpião, trazendo uma tónica mais emocional e de mergulho na profundidade. Mercúrio segue-o dia 24, reforçando o tema da intensidade emocional, e no dia 30 teremos a Lua Nova de Escorpião, no dia em que Vénus se casa com Saturno. Acabamos assim o mês com uma conjuntura mais densa e a pedir entrega consistente e compromisso no que respeita aos relacionamentos, acordos e parcerias. Espero que possa aproveitar da melhor forma este mês de Outubro!
Após as férias é agora tempo de regresso ao trabalho. O Sol transita por Virgem, um signo associado ao serviço. O seu símbolo é uma figura feminina que segura uma espiga, representando o período de colheita a que esta fase do ano corresponde.
Antes de obter o vinho, é preciso fazer a vindima, pisar as uvas, fermentar, filtrar, enfim, todo o trabalho necessário com vista ao aperfeiçoamento da matéria-prima. É isto que Virgem representa: a selecção, a organização, o método, o engenho, o rigor. E numa altura em que retomamos a actividade depois das férias (perdoem-me os leitores do Brasil, que têm um ritmo diferente, mas apesar do desajuste das metáforas, estes temas também são válidos para vós), são estas as qualidades que necessitamos convocar.
Acontece que neste ano, temos um Setembro particularmente desafiante e que nos irá colocar perante grandes revisões e transformações, antes de conseguirmos arrancar para a segunda metade do ano. São bastantes os eventos astrológicos que marcam este mês, desde logo o eclipse solar no dia 1, a 9º de Virgem. Este eclipse/Lua Nova vem reactivar as questões que temos vindo a trabalhar ao longo deste ano, no contexto da grande cruz mutável, da qual já muito falei nos relatórios anteriores.
Mercúrio está retrógrado, desde dia 30 de Agosto, e assim permanecerá até dia 22 de Setembro, o que vem reforçar enfaticamente a tendência à reflexão e questionamento, dificultando por isso a exteriorização prática no dia-a-dia. Será assim recomendável abrirmo-nos à possibilidade de rever planos que teríamos já estabelecido, flexibilizando datas e objectivos, ajustando-nos ao ritmo mutável do momento. Mercúrio iniciou a sua marcha retrógrada em conjunção a Júpiter e Vénus, mais precisamente bem no meio destes, o que me inspira a ideia de que será talvez a indulgência, a preguiça e o excesso, a interferirem no andamento exterior das situações: excesso de ideias e caminhos que nos dispersam e paralisam; sensação de que as férias não foram suficientes ou dificuldade em abandonar o bem-bom.
No dia 9, teremos um outro evento bastante significativo: a entrada de Júpiter em Balança. Esta mudança de signo do planeta associado à expansão, ao crescimento e aos ideais, indica-nos que ao longo dos próximos 12 meses (Júpiter permanecerá em Balança até Outubro de 2017), será no campo das relações, das parcerias e da cooperação que encontraremos optimismo e oportunidade. Temos assim o inicio de um período expansivo para que tem posicionamentos (principalmente Sol, Lua e Ângulos) em signos de Ar: Gémeos, Aquário e sobretudo Balança! Mas devido a uma conjuntura muito desafiante no dia 11, com Vénus e Lua em tensão com Plutão, parece que para já o território relacional está bastante armadilhado, não sendo fácil harmonizar posições. Como Sol e Mercúrio também indicam com a sua quadratura a Marte nos dias 12 e 13, estamos em modo de batalha e com pavio bem curto! Poderá ser muito difícil evitar ferir e ser ferido neste fogo cruzado, lembrando que Marte em Sagitário tende a disparar entusiasticamente e com pouca noção de limites. Nessa altura teremos novo eclipse, mas lunar, no grau 24º de Peixes, marcando claramente um ponto de catarse e, esperemos, consciencialização.
Dia 22 o Sol entra em Balança e no mesmo dia Mercúrio vira directo, mudando bastante o cenário, trazendo mais dinamismo social e desbloqueando impasses. No entanto, como de resto parece ser a tónica do mês, nem tudo são rosas, temos também espinhos, já que no dia seguinte Vénus entra em Escorpião, indicando que no campo da relação a harmonização implica entrega e confiança. Ou seja, a fasquia é bem elevada e o risco é grande, mas sempre que assim é também os frutos são proporcionalmente gratificantes e poderão ser colhidos em torno do dia 30, altura em que Vénus faz um fluido trígono a Neptuno.
As tensões não vão desaparecer com o final do mês, já que apesar do Sol se juntar a Júpiter no dia 26, estes formam uma quadratura a Marte, que entrará em Capricórnio no dia 27. Teremos com certeza um impulso concretizador forte, imbuído de grande convicção, mas que pode falhar em casar coerentemente princípios com métodos. Em resumo, estamos perante um momento de transição para um novo ciclo, que se iniciará com o equinócio de dia 22, mas antes teremos de fazer a síntese e assimilar as aprendizagens da primeira metade do ano. Podemos vivenciar nesta altura grandes saltos de consciência ou crises de retrocesso e bloqueio, consoante tenhamos ou não respondido da melhor forma aos desafios. O mais natural é mesmo experienciarmos ambos, sendo que em algumas áreas e assuntos possamos sentir progresso, enquanto em outras nem por isso… De qualquer forma, o clima geral tenderá a ser o da crise existencial, com bastantes interrogações e incertezas. Mas como o céu indica, é tempo de questionamento, então que assim seja e que possamos fazer o melhor disso mesmo. Desejo-lhe um excelente mês de Setembro!
Estamos em Agosto e é tempo de férias de Verão (pelo menos aqui pelo hemisfério Norte). O Sol está forte e o calor aperta, como é próprio da época de Leão. A juntar à exuberância natural deste período, começamos o mês com Vénus e Marte também posicionados em Fogo, contribuindo assim para um inicio de Agosto bem escaldante!
Mas apesar desta tónica extrovertida e animada pela vitalidade luminosa de Leão, temos também muita energia de Virgem (reforçada a partir de dia 5 com a entrada de Vénus nesse signo), o que nos convida a temperar esta extroversão leonina com alguma sobriedade e discrição. Isto indica também que poderá ser difícil desligar do trabalho e entregarmos-mos totalmente ao desfrute e ao lazer, já que as tarefas se vão impondo e a necessidade de organizar coisas está bem vincada com tanto foco em Virgem. Talvez o ideal seja estabelecer um compromisso, procurando introduzir elementos de diversão e entretenimento em meio do trabalho que não podemos deixar de fazer, como por exemplo levar o PC para uma agradável esplanada, ou para quem não pode tirar férias, organizar alguma actividade lúdica no local de trabalho. Contrariando o ditado popular, esta é uma altura que convida a misturar prazer e trabalho.
Este mês teremos muito pouco elemento Água e o Ar apenas surgirá no dia 30, com a entrada de Vénus em Balança. Com o domínio quase exclusivo do Fogo e da Terra, será de esperar alguma secura nos temperamentos, sendo a dinâmica principal a de procurar materializar da melhor forma a vontade e a inspiração. É por isso, apesar do período ser de férias, uma altura propícia à concretização, daí que, como falámos anteriormente, nos seja difícil afastar do trabalho, quando ao mesmo tempo sentimos este apelo de realizar coisas.
Se olharmos para a evolução dos modos ao longo do mês, é também interessante notar que, a partir de dia 5, a predominância é fortemente Mutável, ou seja, podemos esperar muita diversidade e alguma dispersão. As situações revelam-se na sua complexidade e as respostas às questões tendem a abranger diversos pontos de vista e oferecer múltiplas soluções. O desafio será focarmo-nos na essência e não na forma, sabendo fazer a síntese das várias perspectivas sobre os problemas.
Sendo este o clima geral do mês, vamos olhar com mais pormenor para algumas datas que se destacam.
Entre os dias 5 e 8, é provável que se instale muita tensão mental, com dificuldades de comunicação, trazendo conflito para o campo das relações. A partir do dia 10 poderá surgir alguma resolução e desbloqueio, sendo mais fácil falar de algo que esteja a criar pressão e desentendimento. No entanto, será bom estarmos preparados para não obter do outro a resposta que gostávamos, já que, até dia 15, o entendimento nas relações continua desafiante. Será talvez por volta do dia 18, altura em que se dará um eclipse lunar a 25º de Aquário, que estas tensões poderão atingir o ponto de catarse e libertação. No dia 22 o Sol ingressa em Virgem, ao mesmo tempo que Mercúrio se alinha numa conjunção com Júpiter, o que parece indicar um grande potencial de optimismo e esperança, talvez projectado no regresso ao trabalho e no retomar da actividade. No entanto, Marte e Saturno fazem também conjunção nesta altura, mais precisamente no dia 24, dizendo-nos claramente que não basta optimismo, será necessário trabalho duro para obter o fruto desejado. A acção terá que ser estruturada, disciplinada e bastante focada para fazer face aos obstáculos e ser verdadeiramente eficaz. No dia 26, Marte faz quadratura a Neptuno, o que também contribuirá para dificultar a acção, trazendo dúvidas e diluindo os impulsos de afirmação. A aprendizagem poderá passar pela aceitação de que os nossos desejos pessoais de afirmação terão de se alinhar com propósitos evolutivos mais abrangentes. No dia 30, já a fechar o mês, Mercúrio vira retrógrado, assim permanecendo até dia 22 de Setembro. Perante este cenário, podemos desde já perceber que o regresso à actividade depois das férias, está repleto de desafios que vão exigir organização, muito foco e resiliência na sua superação. Assim, será importante aproveitar o convite lúdico do Sol em Leão para restabelecer forças e descansar, ao mesmo tempo que nos vamos inspirando criativamente na preparação do regresso ao trabalho, revigorados com novas ideias e um renovado entusiasmo. Um excelente mês de Agosto!
Entrámos em Julho, com a energia de Caranguejo a destacar-se fortemente: o Sol, Mercúrio e Vénus caminham por este signo que nos fala de sensibilidade, vulnerabilidade, afecto e nutrição emocional. Pelo menos até meados do mês, altura em que Vénus e Mercúrio avançarão para Leão, os temas revolvem em torno do sentir e do cuidar.
Apesar de entrarmos agora num período com menos tensões, este clima mais emocional é delicado, pois irá deixar-nos mais abertos e vulneráveis. E depois de todos os desafios que nos últimos tempos temos atravessado, é natural que agora apeteça simplesmente um colinho regenerador e incondicional. E pelo aspecto do céu ao longo deste mês, parece haver bastantes abertas para recuperar energias e curar mazelas, mas é importante que estejamos vigilantes. Se observarmos o nosso percurso, será com certeza reconhecível que muitas das dificuldades com que nos deparamos nos períodos desafiantes, são em grande parte fruto da indulgencia a que nos entregamos nos momentos de fluidez. Da mesma maneira que é nos momentos de abundância que podemos poupar, também é nos momentos mais fluidos que podemos testar e consolidar a mudança de padrões. Quando estamos debaixo do chicote da vida, somos obrigados a mudar, mas a transformação dá-se verdadeiramente quando, sem a coação das circunstâncias, escolhemos internamente um novo caminho. Talvez seja pelo filtro do meu Saturno em Caranguejo que, nesta altura de colo e vulnerabilidade, me dê para falar em disciplina e responsabilidade, mas julgo que todos reconhecerão que os desafios que temos pela frente exigem ainda bastante foco e assertividade. Este pode ser um mês geralmente mais tranquilo e harmonioso que os que temos tido anteriormente, mas se nos deixarmos regredir para os velhos padrões, a factura irá sair bem cara e não precisamos esperar muito para a receber. A nível colectivo, por exemplo, é neste mês que se decidirão as nomeações para as eleições presidenciais nos Estados Unidos, um evento que terá um tremendo impacto no nosso futuro colectivo; a União Europeia, no rescaldo do Brexit, atravessa uma momento chave; o Brasil está na recta final para os Jogos Olímpicos, com o Rio de Janeiro em estado de emergência financeira. Isto é o panorama colectivo, mas o cenário individual de cada um reflectirá com certeza estes mesmos desafios. Então, que caminho podemos delinear face às dinâmicas astrológicas deste mês? Como falei no inicio, este mês traz-nos para o território do sentir. É assim uma oportunidade para contactarmos com as nossas necessidades emocionais e validá-las. É também mais fácil nesta altura reconhecer as necessidades daqueles que nos rodeiam. E aqui há desde já um tema a trabalhar: muitas vezes perdemo-nos no nosso desejo de ser úteis, de cuidar, de correspondermos a uma imagem do que achamos ser a atitude correcta perante o outro, e acabamos por não ver o que de facto está do outro lado: o que sente o outro? o que verdadeiramente necessita? o que nos está a comunicar? Muitas vezes, mesmo perante uma comunicação clara por parte do outro, decidimos atropelar o que nos é pedido, pois achamos que sabemos melhor o que o outro necessita, do que ele próprio. Precisamos estar alerta para estes excessos e invasões, já que a fluidez do momento pode fazer com que situações distorcidas e desequilibradas se prolonguem sem travão. No entanto, teremos momentos onde estas distorções poderão mostrar-se, dando oportunidade de realinhamento: em torno dos dias 7, 16 e 19. Estas serão as alturas onde os aspectos planetários se mostram mais tensos e poderão corresponder aos pontos mais sensíveis do mês. A abertura sincera para lidar com as questões deverá ser a melhor forma de encontrar o rumo, já que um grande trígono nos signos de água, indica facilidade em sarar feridas de eventuais desentendimentos e seguir em frente. Como é habitual, o Sol transitará para um novo signo no último terço do mês, mais precisamente no dia 22, trazendo consigo a respectiva mudança de energia. E é Leão que se segue, com a sua exuberância extrovertida e imponente. Começaremos a ver sinais deste fogo criativo logo a partir de dia 12, com a entrada de Vénus em Leão, seguida depois por Mercúrio no dia 14. Aqui os temas passarão progressivamente pela liderança, pela criatividade individual, pela procura de satisfação e prazer. Um excelente mês de Julho.
Chegamos a Junho e eis que estamos no meio do reboliço da Grande Cruz Mutável que tenho vindo a falar em relatórios anteriores. A velocidade e imprevisibilidades dos acontecimentos, o acumular de solicitações, de situações que necessitam de resposta, de problemas para resolver, de oportunidades que se sobrepõem, obrigando-nos a optar, gerir, equilibrar, integrar, conciliar, centrando-nos no essencial.
Esta pode ser uma altura em que descobrimos que podemos fazer mais do que pensávamos ser capazes. O que se mostrava difícil de mudar, pode alterar-se rapidamente perante nós, abrindo-nos novas perspectivas e caminhos. Estes tempos podem ser como entrar num portal que rapidamente nos catapulta para uma nova consciência, mais expansiva e abrangente, em que, no espaço de poucas semanas, o que éramos, não somos mais, e o que vimos a ser é tanto mais. No entanto, com a velocidade das mudanças, as referências vão-se perdendo, deixando-nos muitas vezes desenraizados, sem rumo, na deriva pelo caos. Teremos assim que desenhar novos mapas internos que nos permitam navegar nestes novos territórios que se nos abrem, definindo novos ancoramentos e estruturas.
Ao longo do mês teremos dois focos de especial importância. O primeiro é logo na primeira semana em torno do dia 5, altura em que a Grande Cruz se completa com a Lua Nova de Gémeos. Aqui o tema principal será a mudança e a adaptação, sobretudo no campo dos relacionamentos e das interações sociais, quer do ponto de vista pessoal, quer profissional. Devido à rapidez com que tudo se processa à nossa volta, torna-se difícil antecipar e controlar o desenrolar das situações, e quando menos esperamos, damos por nós completamente fora de pé, sem zonas de conforto à vista. Apesar do stress que possamos sentir, a oportunidade é a de experimentarmos uma maior autenticidade, sem os filtros que o auto-controlo coloca à nossa espontaneidade. Obviamente que poderemos vir a descobrir coisas de que não gostamos, ter atitudes que não aprovamos, ou confrontarmo-nos com velhos padrões que julgávamos extintos – o bom é que, uma vez conscientes, podemos trabalhar sobre isso.
> se desejar saber mais sobre a Grande Cruz Mutável pode adquirir AQUI o vídeo do webinário que realizei no mês passado sobre este tema < Chegados a dia 21, teremos outro momento importante, onde a capacidade de agir e empreender estará potenciada. Com a entrada do Sol e Vénus em Caranguejo, estaremos também mais sensíveis aos embates emocionais, o que nos poderá enraizar no sentir por um lado, mas por outro, trazer maior subjectividade pessoal ao analisar as situações. Será por isso importante estar atento para não ficarmos apegados à sensação de segurança que os velhos padrões nos devolvem com a sua familiaridade regredida, e ter a coragem de mudar ainda que tal implique assumir uma posição de maior vulnerabilidade. A Grande Cruz Mutável é o evento mais marcante de 2016 e é nesta altura que está mais potente, o que fará de Junho um dos meses mais desafiantes deste ano. Que possamos aproveitar ao máximo o seu potencial criativo. Um excelente mês de Junho!
Começamos este mês de Maio com 5 planetas retrógrados, o que, não sendo propriamente um fenómeno raríssimo, não é de todo muito comum: aconteceu 4 vezes nos últimos 10 anos. Apesar da designação não ser apelativa – retrógrado é um adjectivo pouco simpático, significando uma oposição ao progresso pela identificação com padrões do passado – gostaria de aproveitar o momento para desmistificar este conceito no que diz respeito à simbologia Astrológica.
Na perspectiva tradicional, um planeta retrógrado encontra-se debilitado, sendo a sua expressão tendencialmente dificultada, e de facto é algo que facilmente poderemos identificar, por exemplos nos períodos de Mercúrio retrógrado, como é o caso do momento actual, em que as comunicações, as deslocações e os agendamentos tendem a ser mais complicados, com atrasos, adiamentos e reformulações. Esta informação é sem dúvida útil no planeamento do dia-a-dia, mas podemos ir mais profundamente e olhar para este fenómeno de forma mais holística.
A retrogradação de um planeta faz parte do seu ciclo natural e assim, numa perspectiva de alinhamento com os ritmos da natureza, parece-me ser adequado comparar este ritmo do movimento dos planetas à cadência da respiração: inspiração e expiração – sendo a inspiração a direcção retrógrada e a expiração a directa. Desta forma podemos entender melhor que, nas alturas de retrogradação dos planetas, a sua expressão é interiorizadora e reflexiva, convidando-nos a repensar, reavaliar, retomar algo que foi descontinuado, fazer balanços ou simplesmente contemplar resultados de acções passadas. Mas se este processo é tão natural, porque encontramos tantas dificuldades nos períodos de retrogradação dos planetas? Eu diria que tal se deve ao facto de vivermos numa sociedade essencialmente exteriorizadora, que se inclina muito mais para a acção e realização externas, em detrimento da reflexão e da contemplação interior. Se estamos focados no fazer, na produção, nos resultados exteriores, então naturalmente, quando chega o momento da retrogradação, tudo parece mais difícil, surgem obstáculos sistematicamente, o que estava planeado e definido altera-se inesperadamente. Tal não tem que ser um drama se percebermos que chegou a altura de desacelerar e inspirar. É natural queremos que o nosso barco siga em frente a todo o gás, soprando vigorosamente nas velas, mas em alguma altura teremos que inspirar para recuperar o fôlego!
E nesta altura, em que temos tantos planetas retrógrados, é precisamente isso que podemos fazer para nos alinharmos com a vibração do momento: inspirar bem fundo! Até porque teremos de ganhar muito fôlego para o que aí vem, mais para o final do mês: a Grande Cruz Mutável! Esta configuração bastante tensa começará a formar-se a partir do dia 25 e atingirá o seu auge já no mês seguinte, com a Lua Nova de dia 5 de Junho. Gémeos, Virgem, Sagitário e Peixes são os signos envolvidos directamente, e como tal, quem tem planetas ou ângulos nestes signos deverá sentir maior pressão e desafio. No entanto, esta Grande Cruz é um evento colectivo e impactará a todos. As casas astrológicas do mapa de cada um, onde estará posicionada a Cruz, simbolizam as áreas de vida, nas quais estes desafios tendencialmente se manifestarão.
Estou neste momento a preparar um webinário sobre este grande evento – para o qual se pode inscrever AQUI – que irá realizar-se no dia 17, às 21h, onde darei informação especifica que poderá ser adaptada ao mapa de cada um (o mapa natal com a Cruz está incluído na inscrição).
O principal desafio desta Grande Cruz Mutável será manter o foco e a clareza no meio da velocidade vertiginosa dos acontecimentos e solicitações, que rapidamente poderão degenerar em caos. A flexibilidade e a capacidade de adaptação serão fundamentais, aceitando mudanças, imprevistos, desvios e surpresas, mas mantendo o alinhamento com o nosso centro interno. Lembro que em meados do passado mês de Março tivemos já um primeiro ensaio a esta Grande Cruz.
Mas além da Grande Cruz, temos este mês outros eventos a destacar. Desde logo uma outra configuração possante: o Grande Trígono de Terra – do qual já havia falado no relatório do mês passado, e que em torno do dia 6 estará no seu auge, com a Lua Nova de Touro. Este alinhamento bastante fluido e harmonioso, que se dá em signos de materialização, beneficia a realização prática e concreta. Isto se conseguirmos descolar da gravidade da inércia, que nestes dias se faz sentir. A quantidade de planetas retrógrados também reforça a necessidade de maior disciplina e critério na gestão das nossas energias. Júpiter ficará directo no dia 9, ajudando a dissipar alguma claustrofobia reinante, expandindo o nosso horizonte de possibilidades. Mais para o final do mês, no dia 22, é a vez de Mercúrio avançar directo, o que imprimirá claramente um novo ritmo, mais acelerado. Para isso contribuirá bastante a entrada do Sol em Gémeos no dia 20, trazendo muito mais elemento Ar, ou seja, circulação, comunicação, versatilidade, curiosidade, experimentação. A Lua Cheia, que se dá também nessa altura, mais precisamente no dia 21, despertará toda uma nova dinâmica mais expansiva, sedenta de aventura e novidade, pondo em marcha o carrossel da Grande Cruz. Estes são tempos de grande desafio, mas também de grandes oportunidades! Neste Carrossel da Vida, todos temos bilhete para a viagem. Que possamos desfrutar dela da melhor maneira! Um excelente mês de Maio!
Depois de um mês de Março bem intenso parece que Abril nos permitirá momentos mais fluidos e harmoniosos. As tensões que temos vindo a vivenciar não desaparecerão de todo do cenário, mas haverá aberturas que nos possibilitarão identificar oportunidades e optar por vias de menor resistência.
É no campo da concretização prática, da organização e da produtividade que poderemos encontrar algum chão sólido, em meio do rodopio estonteante introduzido nos últimos dois meses. Isto porque a partir de dia 11 começará a desenhar-se um Grande Trígono entre Mercúrio, Júpiter e Plutão, nos signos de Terra: Touro, Virgem e Capricórnio. Esta configuração ganhará força progressivamente e estará no seu auge por volta do dia 16, dissipando-se na última semana do mês, para regressar depois durante todo o mês de Maio onde atingirá ainda maior vigor e preponderância. Posto isto, este mês afigura-se propício à materialização de ideias e inspirações.
Grande Trígono de Terra - 16 Abril
Com o Sol a transitar por Carneiro, convocando o imenso potencial criativo desta primeira fase do ciclo anual, a tendência será investir em novas iniciativas, abrir caminho perante os obstáculos e lutar aguerridamente por desejos e convicções. Marte, o planeta regente de Carneiro, está de passagem por Sagitário, outro signo de Fogo, reforçando por isso esta tónica no combate por ideias e crenças. Esta combinação é extremamente criativa, dinâmica e expansiva, mas Marte enfrenta muitas tensões neste período, o que indica que haverá certamente compromissos e ajustamentos a serem feitos nestes processos:
> Será que as crenças que impulsionam as nossas acções são justas? > Será que a competitividade e o desejo de afirmação nos cegam para a Verdade? Será prudente interrogarmo-nos neste sentido para não cairmos no fundamentalismo e na prepotência, inchados de razão, quando na verdade poderemos estar iludidos numa qualquer batalha quixotesca. Por outro lado, para quem tem tendência a preferir posturas mais introvertidas e receptivas, o desafio será talvez vencer a inércia e a procrastinação face à confusão e indefinição da direcção a seguir. Em qualquer dos casos este mês parece pedir um correcto alinhamento da agressividade e da acção, sobretudo quando Marte virar retrógrado dia 17, fazendo-nos repensar algumas atitudes mais impulsivas.
Analisando a pesagem dos 4 elementos ao longo deste mês, verifica-se que não teremos nenhum planeta em Ar, o que dificultará a obtenção do distanciamento necessário para que analisemos as situações de forma objectiva e desapegada. A escassez do elemento Água é também de notar, indicando que será mais difícil neste mês manter contacto com o sentir emocional. Com a entrada do Sol em Touro no dia 19, o foco geral tenderá a alinhar-se com preocupações de carácter mais prático, e com a busca de segurança e conforto em realidades concretas. No entanto, com Vénus a atravessar a quadratura de Úrano / Plutão entre os dias 16 e 25, a terceira semana de Abril pode ser pautada por alguma instabilidade e preocupação no que se refere a valores materiais. Teremos que esperar pela entrada de Vénus em Touro no dia 30 para que uma maior serenidade se faça sentir.
Mas antes de finalizarmos o mês, no dia 28, Mercúrio vira retrógrado, assim permanecendo até ao dia 22 de Maio. Ficaremos assim, com Mercúrio, Marte, Júpiter, Saturno e Plutão em movimento retrógrado, o que imprimirá uma tónica bastante introvertida a este período, assumindo-se como um tempo de reflexão, com imenso potencial para desencadear reformas e reestruturações, quer ao nível da organização social e económica global, quer na vida particular de cada um. Fica assim a questão: > O que precisamos de repensar e realinhar na nossa vida, para que possamos ser mais eficientes e produtivos com a nossa energia, e experimentarmos assim maior abundância? Desejo-vos um excelente mês de Abril! |
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May 2018
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