Começamos este mês de Maio com 5 planetas retrógrados, o que, não sendo propriamente um fenómeno raríssimo, não é de todo muito comum: aconteceu 4 vezes nos últimos 10 anos. Apesar da designação não ser apelativa – retrógrado é um adjectivo pouco simpático, significando uma oposição ao progresso pela identificação com padrões do passado – gostaria de aproveitar o momento para desmistificar este conceito no que diz respeito à simbologia Astrológica.
Na perspectiva tradicional, um planeta retrógrado encontra-se debilitado, sendo a sua expressão tendencialmente dificultada, e de facto é algo que facilmente poderemos identificar, por exemplos nos períodos de Mercúrio retrógrado, como é o caso do momento actual, em que as comunicações, as deslocações e os agendamentos tendem a ser mais complicados, com atrasos, adiamentos e reformulações. Esta informação é sem dúvida útil no planeamento do dia-a-dia, mas podemos ir mais profundamente e olhar para este fenómeno de forma mais holística.
A retrogradação de um planeta faz parte do seu ciclo natural e assim, numa perspectiva de alinhamento com os ritmos da natureza, parece-me ser adequado comparar este ritmo do movimento dos planetas à cadência da respiração: inspiração e expiração – sendo a inspiração a direcção retrógrada e a expiração a directa. Desta forma podemos entender melhor que, nas alturas de retrogradação dos planetas, a sua expressão é interiorizadora e reflexiva, convidando-nos a repensar, reavaliar, retomar algo que foi descontinuado, fazer balanços ou simplesmente contemplar resultados de acções passadas. Mas se este processo é tão natural, porque encontramos tantas dificuldades nos períodos de retrogradação dos planetas? Eu diria que tal se deve ao facto de vivermos numa sociedade essencialmente exteriorizadora, que se inclina muito mais para a acção e realização externas, em detrimento da reflexão e da contemplação interior. Se estamos focados no fazer, na produção, nos resultados exteriores, então naturalmente, quando chega o momento da retrogradação, tudo parece mais difícil, surgem obstáculos sistematicamente, o que estava planeado e definido altera-se inesperadamente. Tal não tem que ser um drama se percebermos que chegou a altura de desacelerar e inspirar. É natural queremos que o nosso barco siga em frente a todo o gás, soprando vigorosamente nas velas, mas em alguma altura teremos que inspirar para recuperar o fôlego!
E nesta altura, em que temos tantos planetas retrógrados, é precisamente isso que podemos fazer para nos alinharmos com a vibração do momento: inspirar bem fundo! Até porque teremos de ganhar muito fôlego para o que aí vem, mais para o final do mês: a Grande Cruz Mutável! Esta configuração bastante tensa começará a formar-se a partir do dia 25 e atingirá o seu auge já no mês seguinte, com a Lua Nova de dia 5 de Junho. Gémeos, Virgem, Sagitário e Peixes são os signos envolvidos directamente, e como tal, quem tem planetas ou ângulos nestes signos deverá sentir maior pressão e desafio. No entanto, esta Grande Cruz é um evento colectivo e impactará a todos. As casas astrológicas do mapa de cada um, onde estará posicionada a Cruz, simbolizam as áreas de vida, nas quais estes desafios tendencialmente se manifestarão.
Estou neste momento a preparar um webinário sobre este grande evento – para o qual se pode inscrever AQUI – que irá realizar-se no dia 17, às 21h, onde darei informação especifica que poderá ser adaptada ao mapa de cada um (o mapa natal com a Cruz está incluído na inscrição).
O principal desafio desta Grande Cruz Mutável será manter o foco e a clareza no meio da velocidade vertiginosa dos acontecimentos e solicitações, que rapidamente poderão degenerar em caos. A flexibilidade e a capacidade de adaptação serão fundamentais, aceitando mudanças, imprevistos, desvios e surpresas, mas mantendo o alinhamento com o nosso centro interno. Lembro que em meados do passado mês de Março tivemos já um primeiro ensaio a esta Grande Cruz.
Mas além da Grande Cruz, temos este mês outros eventos a destacar. Desde logo uma outra configuração possante: o Grande Trígono de Terra – do qual já havia falado no relatório do mês passado, e que em torno do dia 6 estará no seu auge, com a Lua Nova de Touro. Este alinhamento bastante fluido e harmonioso, que se dá em signos de materialização, beneficia a realização prática e concreta. Isto se conseguirmos descolar da gravidade da inércia, que nestes dias se faz sentir. A quantidade de planetas retrógrados também reforça a necessidade de maior disciplina e critério na gestão das nossas energias. Júpiter ficará directo no dia 9, ajudando a dissipar alguma claustrofobia reinante, expandindo o nosso horizonte de possibilidades. Mais para o final do mês, no dia 22, é a vez de Mercúrio avançar directo, o que imprimirá claramente um novo ritmo, mais acelerado. Para isso contribuirá bastante a entrada do Sol em Gémeos no dia 20, trazendo muito mais elemento Ar, ou seja, circulação, comunicação, versatilidade, curiosidade, experimentação. A Lua Cheia, que se dá também nessa altura, mais precisamente no dia 21, despertará toda uma nova dinâmica mais expansiva, sedenta de aventura e novidade, pondo em marcha o carrossel da Grande Cruz. Estes são tempos de grande desafio, mas também de grandes oportunidades! Neste Carrossel da Vida, todos temos bilhete para a viagem. Que possamos desfrutar dela da melhor maneira! Um excelente mês de Maio!
6 Comments
maria teresa reis
3/5/2016 10:46:05 am
Jorge Lancinha
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Jorge Lancinha
3/5/2016 11:28:10 am
Obrigado pelo seu feedback, Maria Teresa!
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maria João
3/5/2016 12:39:20 pm
excelente Jorge, bjinho
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Jorge Lancinha
3/5/2016 01:04:30 pm
Grato, Maria João!
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Cidália Terra Seca
3/5/2016 02:57:51 pm
Belo trabalho de análise e orientação.
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Jorge Lancinha
3/5/2016 03:10:01 pm
Grato pelo seu comentário, Cidália!
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