Começamos Julho submersos numa intensa pressão interior que nos impele a olhar de forma mais profunda para questões de ordem afectiva. Questões como: o que verdadeiramente necessito para me sentir nutrido emocionalmente? Que fome interior é esta e que alimento pede?
Isto porque, talvez nesta altura, alguma forma de vazio emocional se manifeste, dando-nos oportunidade de sentir e perceber mais claramente a textura e forma das cavidades emocionais que pedem preenchimento. E parece-me que o grande desafio vem de uma certa facilidade com que, neste momento, nos podemos evadir, iludir e anestesiar, com todo o género de escapes e fantasias. Mesmo o mais sincero dos esforços, pode ser boicotado por uma pequena distração estratégica, um singelo descompasso no ritmo, que nos faz chegar fora de tempo, uma pequena preguiça, um pequeno encosto, um dormitar furtivo que nos faz perder a estação de saída. É o canto da sereia que nos promete colo no meio da tempestade, mas que esconde o maior perigo!
Até meados do mês teremos assim que nos amarrar no mastro do navio para mantermos o rumo nestas águas turbulentas, sem sermos tentados pela doce promessa de um mergulho no esquecimento. Isto porque agora é a hora de dominar monstros e de dobrar cabos, abrindo caminhos para novos mares cheios de promessa, que perante nós se poderão abrir a partir de dia 15. Se nos provarmos valerosos na aventura, quem sabe Vénus nos agracie com uma paragem na Ilha dos Amores, por volta do dia 20.
Dia 22 o Sol entra em Leão, colado a Marte, aos quais se junta a Lua no dia seguinte para dar inicio a um novo ciclo lunar. Esta Lua Nova promete ser marcante, arrancando-nos das águas emocionais de Caranguejo para o escaldante poder do Sol leonino, com a sua vivacidade, fogosidade, paixão e exuberância. Parece assim que teremos um Verão bem quente e animado, cheio de surpresa e novidade.
Na mesma altura, logo no dia 24, Vénus e Saturno opõem-se, o que implica atenção na área das relações e parcerias. Para evitar bloqueios e rejeições convém ser realista nas expectativas e definir com clareza e maturidade os passos que queremos dançar a pares. No dia 26, Mercúrio entra em Virgem, ajudando a trazer algum sentido prático que dará muito jeito, nem que seja para arrumar as malas e organizar o roteiro das tão apetecidas férias! Um excelente mês de Julho!
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Ao estudar o céu deste mês, com as suas movimentações planetárias, as percepções que mais me sobressaíram foram as de confusão e dispersão, de muita aceleração mas pouca progressão, como uma roda sem tracção que patina não saindo do mesmo sítio.
Gémeos, o signo que durante este mês o Sol atravessa, é bem conhecido pela sua tendência a dispersar por muitos interesses e adoptar múltiplas perspectivas sobre um assunto que simultaneamente se contradizem. Mas não é sobretudo o ênfase em Gémeos, próprio desta altura do ano, o que me inspira esta sensação de caótica indeterminação, mas principalmente o facto de termos desenhado no céu uma multiplicidade de configurações que se interpenetram e se mantém activas passando o testemunho a outros planetas que se revezam, criando dinâmicas com muitas variações, activando temas muito diversos. É uma cacofonia na qual facilmente perdemos o foco, a clareza, a objectividade.
Tentemos então fazer um exercício de discernimento e análise para nos orientarmos em meio deste novelo. No diagrama abaixo vemos as várias configurações activas ao longo do mês. Logo de inicio, até dia 6, tivemos uma conjunção de Vénus e Úrano, muito apoiada por Saturno e Marte, que terá impulsionado sobretudo as relações, convidando-nos a arriscar mais na conquista, a afirmar mais os nossos desejos e a tentar a nossa sorte no romance. Talvez tenha fica claro que seria necessário algum esforço e empenho para superar obstáculos, mas o convite para entrar na dança terá sido suficiente estimulante para nos arrancar da zona de conforto e ir à luta.
Noutro plano, mas em simultâneo, como nos mostra a configuração envolvendo o Sol, Neptuno e Júpiter, até dia 8, o estabelecimento de contactos, a aprendizagem e as trocas estão facilitadas, havendo muita informação a circular, muitas oportunidades e pessoas para conhecer e com quem interagir, mas a tendência é para que haja muita interferência, distracção, confusão, falta de clareza e orientação. Para não entrarmos na deriva, perseguindo miragens, saber o que se quer e para onde se vai é o desafio que se nos apresenta. Depois, a partir de dia 10, é a vez de Mercúrio tomar a posições do Sol nesta configuração, mantendo-a activa até dia 16. Esta passagem de testemunho trará ainda mais estímulo e aceleração mental, agravando o desafio da possível falta de clareza e objectividade na avaliação das situações.
Será de acrescentar aqui que a escassez de planetas no elemento Terra (Touro, Virgem e Capricórnio) e no modo Fixo (Touro, Leão, Escorpião e Aquário), mostra-nos que este não é o momento propício à consolidação e à construção estruturada, mas sim um período de grande dinamismo, de avançar ideias e de experimentar diversos pontos de vista, convidando mesmo o caos para que nos inspire criativamente a sair de velhos padrões. É um abrir da janela para deixar entrar a ventania que desarruma e baralha tudo, mas que refresca, areja e descondiciona.
Mas este turbilhão caótico necessita ainda assim de um foco, uma intenção e um propósito definido, sob pena de se tornar apenas confusão, perda de tempo e energia. Isto está bem assinalado na configuração em que o Sol se opõe a Saturno e faz quadratura a Quíron, a partir de dia 11. Este propósito, podemos dizer de uma forma geral, será o de trabalhar na cura de feridas passadas, seja arrancando o penso que já não é necessário, seja buscar um novo remédio para um velho mal. Pelo dia 16, Mercúrio junta-se ao Sol, potenciando esta tensão que se manterá activa até dia 22.
No dia 21, Sol e Mercúrio entram juntos em Caranguejo, promovendo uma mudança radical de cenário. O elemento Água assume então a predominância e o Ar escasseia. Por essa altura Marte já se opõe a Plutão e faz quadratura a Júpiter, configuração que será depois mantida até 12 de Julho por Mercúrio e depois pelo Sol. Aqui os temas são diferentes e prometem grandes desafios, sobretudo no panorama colectivo, onde poderemos assistir a uma crescente pressão entre a necessidade de adoptar medidas de protecção contra ameaças cada vez mais frequentes e imprevisíveis e por outro lado a preservação da liberdade e dos valores de justiça e igualdade que caracterizam a nossa sociedade. Talvez nessa altura o receio e a necessidade de proteção tomem a primazia, mas será bom não nos esquecermos do preço a pagar se nos enfiarmos na carapaça do medo. No plano mais pessoal estes desafios também se apresentarão, pondo à prova a capacidade de nos mantermos em contacto com as nossas emoções, mesmo perante situações que nos deixam extremamente vulneráveis. Aqui não será fácil manter o equilíbrio, sem por um lado nos refugiarmos na dureza impenetrável das armaduras, nem por outro dar o peito à balas feito mártir. Mas se nos atrevermos a ter a coragem de caminhar pelo fio da navalha, sem ceder aos impulsos mais primários e permitindo-nos sentir e deixar fluir, então um grande salto de consciência poderemos dar nesta etapa da nossa jornada. Um excelente mês de Junho!
Em Maio avançamos pela Primavera, com o Sol em Touro já desde o dia 20 do mês passado. A calma paciente e a serena tranquilidade deste signo têm demorado a fazer-se sentir, talvez devido ao facto de Vénus, o planeta que rege Touro, manter-se no signo de Carneiro, indicando assim que teremos uma tónica mais inquieta e beligerante nestas pastagens taurinas de Maio.
Mercúrio virou directo no dia 3, também em Carneiro, promovendo mais velocidade e fluidez nos assuntos do dia-a-dia, outro factor que pressiona a marcha lenta do Touro a acelerar o passo, o que normalmente resulta em obstinada resistência e procrastinação reactiva, pois o que apetece nesta altura é “sopas e descanso”. Mas se deixarmos acumular afazeres, a pressão irá aumentar e o tão apetecido repouso depressa se tornará em stress desesperante.
Equilíbrio é também necessário no que respeita a gastos materiais e indulgências de toda a espécie, que nesta época de Touro nos inflamam o apetite: o que é doce no momento pode amargar mais tarde. O segredo pode estar em refrear a impulsividade e adiar um pouco a gratificação dos anseios, ponderando e avaliando criteriosamente os investimentos. Como a energia é muita, porque não empregá-la em conquistar o melhor negócio em vez de ceder ao desejo imediato? Afinal, saborear sem pressas é o segredo do desfrute sensual de Touro.
No dia 10, a Lua Cheia em Escorpião ajudará a por em perspectiva os apetites taurinos, temperando-os com a dose necessária de desapego e auto-sacrifício, para que a abundância seja fértil em sentido e se abra espaço para a cura de excessos e desarmonias.
Nessa altura, Mercúrio junta-se a Úrano e faz trígono a Saturno, o que nos abre a possibilidade de implementar de ideias novas e fazê-las vingar. Mas com Marte a fazer quadratura a Neptuno, no dia 11, o plano de ação pode mostrar-se caótico e confuso, sendo aconselhável estarmos particularmente atentos para não perdermos o foco e a concentração. O trígono que Marte faz simultaneamente a Júpiter, pode levar-nos a confiar no optimismo e a não vermos atitudes e consequências de forma objectiva. Dia 16, Mercúrio transita para Touro e no final dessa semana, no dia 20, é a vez do Sol avançar para Gémeos. Com esta combinação teremos uma continuidade do clima taurino, já que é Mercúrio que rege Gémeos. Apesar de entrarmos num período mais focado na expressão mental e na comunicação, com este planeta regente em Touro, as dinâmicas podem assumir um carácter mais lento e ponderado. Nessa altura, Saturno e Úrano fluem num grande trígono, abrindo a porta para conciliar o novo com o velho, o progresso com a tradição, a genialidade criativa com a sabedoria da experiência comprovada. É assim um bom momento para lançar algumas pontes reparadoras entre os sistemas instituídos e a vontade de mudança. Mas para levarmos a bom porto esta abertura conciliadora, teremos que ultrapassar obstáculos que se apresentam ao nível das relações e da mediação diplomática, onde a tónica individualista, em busca de auto-afirmação, continua a imperar. Mesmo a fechar o mês, no dia 29, Marte opõe-se a Saturno, o que pode trazer alguma frustração ao nível da acção, ao sermos confrontados com obstáculos que testam a nossa determinação e nos impelem a desenvolver maior disciplina e foco na sua superação.
Além destes trânsitos, este mês é também palco de um evento importante e de carácter mais abrangente: a mudança de signo dos Nodos Lunares (também conhecidos como “cabeça e cauda do dragão”). Estes Nodos formam um eixo que nos aponta a direcção do caminho evolutivo que colectivamente vamos trilhando. Desde Novembro de 2015 que o rumo tem sido na direcção de Virgem, ou seja, do rigor mental, do aperfeiçoamento, do detalhe, da practicidade, do serviço, da humildade. Agora, e até Outubro de 2018, a direção aponta para Leão, mostrando que a criatividade individual, a autenticidade, a liderança e a nobreza de carácter são os temas a desenvolver e integrar nesta nova jornada de ano e meio.
Desejo-lhe um excelente mês de Maio!
O Sol já segue bem no centro de Carneiro e a Primavera é bem visível nos dias de sol e calor que temos tido. Bem identificável é também o clima impetuoso e dinâmico que vivemos do ponto de vista psicológico, tão em correspondência com a simbologia deste signo de fogo.
Como primeiro signo do zodíaco, o propósito de Carneiro é a iniciativa e o arranque, posicionando-se para a conquista com coragem e determinação. Estamos, assim, numa altura do ano em que o desejo de afirmação, de chegar primeiro e de vencer, é a tónica predominante. Ora com toda a conjuntura social, económica, política, e os desafios de consciência colectivos que temos vindo a atravessar nos últimos tempos, a pressão é muito grande e com a passagem do Sol por Carneiro é de esperar que surjam muitos conflitos e os já existentes se agravem.
No dia 7 o Sol opõe-se a Júpiter, no dia 9 faz quadratura a Plutão, e no dia 14 junta-se a Úrano, ou seja, na primeira metade deste mês irá activar a quadratura T de que tenho falado em relatórios anteriores. Traduzindo para português: será muito difícil chegar a acordo entre partes conflituantes sem uma tomada de consciência e uma profunda mudança de padrões. De outro modo assistiremos ao entrincheiramento das posições, seguidos de ataques destrutivos, ancorados na visão parcial de cada uma das partes: Carneiro alimenta-se do conflito e pode ser bem teimoso na sua determinação (falo da qualidade deste signo e não propriamente das pessoas que nasceram nesta altura do ano). Como teremos Marte em Touro até 21 de Abril, a obstinação e a resistência serão bastante fortes.
Mas, como falei, o conflito também pode trazer consciência e transformação: seja pelo esclarecimento das vontades e desejos de cada um, seja pelo impulso para agir e tomar decisões. O caminho do Sol pelos vários aspectos nesta primeira metade do mês, ajuda-nos a perceber a dinâmica: primeiro a escalada da discórdia à medida que o posicionamento de uma das partes produz no outro uma resposta contrária, por polarização de valores (oposição a Júpiter); esta escalada atinge proporções mutuamente aniquiladoras e obriga a uma catarse purificadora, em que cada uma das partes confronta os seus impulsos destrutivos, motivados sobretudo pelo medo de ser subjugado, e, no melhor dos cenários, abre mão do seu desejo de aniquilar o outro (quadratura a Plutão); a libertação e a mudança acontecem, no respeito pela diferença e pela liberdade mutua (conjunção a Úrano). É interessante notar que, logo no dia 15, Vénus fica directa, em Peixes e conjunta a Quíron, mostrando a oportunidade de cura e reparação nas relações que este processo pode trazer. Isto não serão "favas contadas" mas algo que poderemos trabalhar para colher.
No dia 19 o Sol entra em Touro e seguimos para uma fase diferente, em que as qualidades da estabilização e da geração de abundância irão tomar a primazia. A Lua Nova de Touro acontecerá no dia 26, altura em que estas qualidades ganharão mais alicerce. Além deste percurso do Sol ao longo deste mês, gostaria ainda de destacar outros eventos astrológicos importantes, como a mudança de direcção de um grande numero de planetas nos próximos 15 dias. Dia 6 Saturno fica retrógrado e dia 10 será a vez de Mercúrio começar a “andar para trás”. No dia 15 Vénus fica directa, como já tinha referido, e no dia 20 é Plutão que fica retrógrado. Todas estas mudanças trarão com certeza muitas alterações, revisões, reestruturações e, naturalmente, complicações. Será por isso conveniente mantermo-nos flexíveis e atentos, para não sermos apanhados sem alternativa quando os contratempos se fizerem sentir. Mercúrio permanecerá retrógrado até 3 de Maio. Abril promete assim ser um mês intenso e cheio de dinamismo, que poderemos aproveitar para alavancar projectos e tomar decisões. A partir de dia 20 as tensões aliviarão bastante, assinalando um período mais lento e com alguma fluidez. Até lá, usufruamos do fogo criativo e vigoroso de Carneiro que sempre nos enche de paixão pela Vida. Um excelente mês de Abril!
Chegamos a Março e segundo o ritmo das estações estamos perante o fim de um ciclo anual e o inicio de um novo. É com Peixes que fechamos o ano zodiacal, um signo do elemento Água e do modo Mutável.
Como um rio que encontra o mar, Peixes simboliza a síntese na qual o individual se encontra com o universal. Estamos assim num período de reflexão e balanço do ciclo que agora termina, ao mesmo tempo que buscamos inspiração para idealizar o que gostaríamos de manifestar no novo ano zodiacal que aí vem. E é isso que me proponho fazer no relatório deste mês: espreitar o novo ciclo que iniciaremos com a entrada do Sol em Carneiro, no dia 20, em busca de orientação e inspiração. Mas antes, como não poderia deixar de ser, vejamos o panorama astrológico para este mês de Março.
Como podemos ver pelos mapas acima, a quadratura T entre Júpiter, Úrano e Plutão (a conjuntura mais marcante do ano) começa neste mês a desfazer-se, muito embora ainda venha a ter momento de reativação, como no dia 23, com a passagem de Mercúrio pelo ponto de tensão em Carneiro. Como tal, será de esperar um alivio da pressão, mas por isso mesmo, poderemos começar a ver consequências das tensões que temos vindo a suportar, sejam elas o resultado das escolhas e opções que fizemos ou a factura do esforço que despendemos. Basta pensarmos numa panela de pressão: é quando começamos a libertar a pressão que se tornam visíveis os processos que decorreram no interior.
Com o elemento Fogo em crescendo ao longo do mês, e com a escassez de planetas em signos fixos, a tónica tende a ser a da conquista e da iniciativa.
É de notar também a entrada de Marte em Touro, no dia 10, o que indica uma desaceleração significativa face à tónica agressiva do último mês, mas que pode tornar mais difícil e demorado iniciar projectos. A procrastinação e a passividade serão os desafios com os quais nos teremos de debater ao nível da acção até finais de Abril. Por outro lado, a paciência, a perseverança e a consistência serão as melhores estratégias de implementação. A quadratura de Sol a Saturno no dia 17, irá evidenciar a necessidade de estabelecer um foco claro e uma definição estruturada de objectivos. Será por isso uma boa altura para investir em delinear planos e estratégias para o novo ciclo que se inicia no dia 20, com o equinócio da Primavera. Para obtermos uma visão dos temas deste novo ano zodiacal iremos olhar para o mapa do equinócio, que funciona como o “mapa natal” do próximo ano astrológico.
Equinócio da Primavera
20 de Março de 2017 10:28 Lisboa Já tive oportunidade de falar deste mapa no webinário que fiz acerca do ano de 2017 (e que pode assistir gratuitamente AQUI). Começo por destacar o Ascendente Gémeos e o Sol de casa 11 (posições específicas para Portugal), o que nos indica que 2017 é um bom ano para apostar em conhecimento, formação, cultura, participação comunitária e dinâmica social. A inovação, o pioneirismo e a liderança ao nível das ideias parecem ser os temas mais favoráveis do ano e onde podem surgir mais oportunidades. Trabalhar em grupo, em projectos colectivos, de âmbito social ou comunitário é uma boa forma de nos alinharmos com o fluxo cósmico. Em termos de desafios, destaco a conjunção de Saturno - Lua em Sagitário na casa 7, que simboliza a necessidade de assumir maior responsabilidade e autonomia na satisfação das nossas necessidades, sejam nas relações afectivas ou nas parcerias de trabalho. Em geral, pode agravar-se a pressão para que sejamos mais coerentes nos nossos valores (por exemplo, tomando consciência de coisas que exigimos aos outros mas que nós mesmos não cumprimos). Isto será particularmente visível nas relações onde existe diferenças de poder; desde logo, em termos colectivos, entre instituições e cidadãos. Por um lado, teremos o povo que poderá sentir-se oprimido pelas instituições, por outro as instituições que poderão sentir que as expectativas populares são insustentáveis e irrealistas. Apesar da tensão, estamos perante a oportunidade de aproximar as estruturas sociais da população e de termos mais participação activa da comunidade nas decisões e na resolução de problemas. No seu lado mais distorcido, será de esperar um agravamento dos populismos, dos extremismos e fundamentalismos, que procurarão implementar agendas de restrição, descriminação, intolerância, recorrendo a métodos autoritários e prepotentes embrulhados em poderosas manobras de propaganda. Com a esperança de que as lições do passado informem as nossas escolhas, espero que possamos fazer desta Primavera o inicio de um novo ciclo mais criativo, positivo, justo e luminoso. Um excelente mês de Março!
Com 2017 já bem engrenado chegamos a Fevereiro e o crescendo faz-se sentir naquele que parece ser o mês mais desafiante do ano. As noticias não param de fazer escalar receios, a polarização das opiniões atinge extremos cada vez mais afastados da reconciliação e a indignação parece ser o modo por defeito.
Nos céus, a tensão entre Júpiter, Úrano e Plutão encaminha-se para o seu auge no final deste mês. Este é um imenso barril de pólvora que tem vindo a acumular pressões explosivas ao longo dos últimos anos e, cada vez mais, as vozes moderadas acabam em surdina no coro das multidões que desejam acender o pavio. Uns por que desejam beneficiar do caos, outros porque sentem não ter já nada a perder e outros ainda, talvez a maioria, por simplesmente não aguentarem a tremenda pressão. É realmente um momento de teste, aquele que estamos a passar, e que terá repercussões pelas décadas vindouras. A onda de separatismo ameaça pôr em causa as uniões que foram conseguidas com grande esforço, mas é também evidente que o status quo tem de mudar, gordo que está das desigualdades que foi abrigando na sua sombra. O mundo está grávido de mudança e as contracções do parto marcam o ritmo dos dias em compasso acelerado. O que daqui irá nascer dependerá da resposta que cada um de nós consiga dar a este desafio colectivo.
No ano passado confrontámo-nos com eventos de grande magnitude no que respeita às suas consequências, sendo os principais o Brexit e a eleição de Trump. Eventos que no inicio do ano passado pareciam pouco prováveis e até absurdos, mas que vieram mostrar que o desejo de mudança é superior ao risco do desconhecido. Quando assim é, estamos claramente num ponto de clivagem. Este ano teremos mais decisões importantes, com as eleições na França em Abril e na Alemanha em Setembro. No entanto, é agora que está na forja, ainda moldável, o que mais tarde ganhará forma definitiva. Vejamos então o céu do momento em busca de linhas orientadoras para este período de grande desafio.
27 FEVEREIRO 2017
A configuração predominante é a quadratura T, de que já falei, entre Júpiter, Úrano e Plutão: Júpiter opõe-se a Úrano e Plutão faz 90º a ambos. Nesta oposição vemos de um lado os valores do diálogo e da diplomacia e do outro a força rebelde que deseja emancipação e liberdade de afirmação individual. A desestabilizar este braço de ferro temos o puxão de Plutão a desenterrar podres, a expor agendas ocultas, a mostrar que o poder se joga na sombra, debaixo do pano. Será pelo dia 22 que esta configuração estará mais activa, devido à passagem de Marte em quadratura a Plutão e depois colando-se a Úrano no dia 27 e opondo-se a Júpiter em perfeito alinhamento nos 22º. O que é interessante notar é que Éris, um novo planeta descoberto em 2005 e nomeado com a deusa da discórdia, está precisamente no mesmo grau 22º de Carneiro, ao qual, no dia 27, se juntarão Marte e Úrano.
Ao olharmos para a mitologia de Éris verificamos o quão reveladora é do que se passa à nossa volta. Éris, indesejada, não foi convidada para o casamento do rei Peleu com a ninfa Tétis, e por despeito vingou-se lançando junto de 3 deusas rivais (Hera, Atena e Afrodite) uma maça de ouro com a inscrição: para a mais bela. A competição que daí surgiu acabou por desencadear a Guerra de Tróia.
Este mito traz-nos uma advertência muito valiosa para o momento presente. É penoso assistir a todo o ódio, o racismo, o sexismo, a intolerância e a crueldade que têm surgido à superfície nos últimos tempos. Algo que, ao procuramos combater e transformar, acabamos facilmente por cair na tendência para excluir o que consideramos inaceitável e perigoso, para tentar calar a ignorância, ridicularizar, parodiar, descredibilizar, deslegitimar como arma de luta. Desde logo, no caso de Trump é muito evidente isto. Só para dar um exemplo, ontem, John Bercow, Presidente da Camara dos Comuns do Reino Unido, surpreendeu os membros do parlamento ao sair do seu registo neutral e afirmar num discurso que seria contra um convite a Trump para este discursar no Parlamento aquando da sua visita ao Reino Unido. Não querendo fazer aqui nenhuma análise política, esta tem sido a estratégia mais comum para lidar com o que não concordamos: não te convido para a minha festa! Mas como mostra bem o mito de Éris, excluir pode ter consequências mais nefastas do que procurar integrar. Para falar do caso de Trump, não podemos esquecer que este representa cerca de 63 milhões de votos, tendo prometido em campanha aquilo que tem estado a implementar. Trata-se de metade dos votantes do país mais poderoso do mundo que desejam este tipo de políticas e é essa a verdadeira questão que nos deve profundamente preocupar, pois o que se passa nos EUA em grande medida passa-se também na Europa. Com Júpiter a ficar retrógrado dia 6, a proposta é fazermos uma reflexão profunda acerca dos valores pelos quais pautamos as nossas acções. Talvez fique mais claro que é preciso mudar de estratégia para não cair no mesmo erro daquilo que queremos transformar: descriminar para combater a descriminação, não deixar falar para combater a liberdade de expressão, destruir para combater a destruição… Teremos também dois eclipses neste mês, um lunar no dia 11, a 22º de Leão (visível em Portugal e no Brasil), e o outro solar, no dia 26, a 8º de Peixes (este será parcialmente visível no sul do Brasil). Estes eclipses contribuirão para o convite à mudança que este mês nos estende. É em períodos destes que residem as grandes oportunidades de tomada de consciência. Faço votos para que nestes tempos desafiantes possamos manter o alinhamento à nossa essência divina sem recear reconhecer e integrar com compaixão tudo aquilo que faz de nós humanos.
Com o Sol a atravessar o signo do Sagitário nesta altura do ano, o mês de Dezembro traz habitualmente consigo a tónica expansiva, festiva e optimista deste signo. Mas se assim é, o que se passa com este ano que o ambiente parece manter-se pesado e melancólico?
Acontece que temos Saturno em transito por Sagitário (desde Setembro de 2015 e até Dezembro de 2017), um planeta que simboliza a responsabilidade, as regras, os limites, a estrutura, a disciplina e compromisso, tudo temas muito avessos à natureza expansiva deste signo. Ainda que este transito não seja nada de novo, pois como referi Saturno já está em Sagitário desde 2015, nesta altura em que o Sol também atravessa este signo, estes temas tornam-se mais preponderantes. Significa isto que teremos que integrar Saturno na festa, o que é um pouco como ir com um amigo sério e introvertido para a rave, e não vale deixá-lo sozinho num canto e seguir para a pista descomprometidamente, é que este amigo é importante e poderoso e se está infeliz pode tornar-nos a vida difícil. Será necessário abdicar da “liberdade” inconsequente em prol de um bem-estar holístico e integrador. Nesta altura não há festa sem esforço, não há aventura sem compromisso, não há expansão sem disciplina. Por isso das duas uma, ou ficamos amuados e deprimidos com as condicionantes, preferindo a inercia ao esforço, ou fazemos face aos obstáculos, de forma perseverante e disciplinada, para assim podermos alcançar os frutos apetecidos. Na melhor das perspectivas, este desafio pode trazer-nos um retorno consistente e sólido, maior capacidade de foco e estrutura. É em torno do dia 10, altura em que o Sol passa junto a Saturno, que estas temáticas serão mais activadas.
Como podemos verificar nos gráficos acima, Fogo e Ar dominarão grande parte do mês, o que indica uma tendência mais extrovertida e socialmente dinâmica. Contudo, devido à presença saturnina que falámos e à oposição entre Júpiter e Úrano (que será exacta mais para o final do mês, no dia 26), a probabilidade é de existir muita tensão no ar devido ao esforço para conter impulsos e à frustração de não nos sentirmos tão livres para nos exprimirmos. Como panelas de pressão no limite, poderemos circular por aí, explodindo reactivamente ao menor desacordo. A escassez de Água também contribui para que estejamos mais desligados do sentir alheio e por isso mais propensos a atropelar sentimentos e magoar sem disso ter noção. A pouca presença do Modo Fixo ao longo do mês também faz prever que estabilidade e enraizamento não serão o forte deste Dezembro, mas sim a iniciativa e a adaptabilidade.
Dia 14 teremos a Lua Cheia em Gémeos, onde poderemos ter oportunidade de integrar os temas de que já falamos, aos quais há a acrescentar a questão da verdade, que é uma problemática central em Sagitário. A afirmação de crenças e valores faz parte do processo deste signo, mas a falta de objectividade e o idealismo muitas vezes cegam e alienam. Com esta Lua Cheia teremos um espelho onde poderemos espreitar para aferir acerca das nossas crenças, e também é provável que nos sejam reflectidas incoerências entre aquilo que pregamos e o que praticamos. No dia 19 Mercúrio fica retrógrado. Se já acompanha estes relatórios há algum tempo, já terá tido oportunidade de ler acerca destes períodos, os quais eu faço por desdramatizar. Mercúrio está retrógrado três vezes ao ano, por cerca de 20 dias, o que perfaz uma média de 60 dias de retrogradação anual, ou seja, algo bastante comum! No entanto, nestes períodos, tudo o que tem a ver com trocas, comunicações, circulação, compromissos, agendas, viagens, eventos, tende a sofrer alterações e reformulações, devido à introversão deste impulso mercuriano, o que naturalmente pode levar a bloqueios e contratempos stressantes. Convém então ser flexível nos planeamentos e contar com imprevistos. Com a entrada do Sol em Capricórnio, no dia 21, dá-se o solstício do Inverno e entramos assim na nova estação. Na noite de Natal, precisamente, 4 planetas alinham-se numa configuração que chamamos de Berço.
Mapa - 25 Dezembro / 4:35 / Lisboa
A sincronicidade é de facto espantosa, mas esta configuração, apesar do nome, não está ligada à simbologia do Natal. É uma configuração que se organiza em torno de uma tensão: a oposição de Júpiter a Úrano. Correndo o risco de ser redutor, poderei sintetizar esta oposição como a dualidade entre o impulso da mudança e da revolução que se manifesta de forma bem agressiva, muitas vezes primária no seu individualismo (diria que o fenómeno da eleição de Trump é um exemplo disto) e do outro lado os valores e os princípios morais que se alinham com o diálogo e a diplomacia conciliadora. Ora, se por um lado provocarmos a mudança a qualquer preço, arriscamo-nos a perder de vista os valores que nos inspiram; por outro, se nos cingirmos ao politicamente correcto e à cosmética da paz-podre perdemos a oportunidade de criar algo melhor. O que os outros dois planetas, Saturno e Vénus, contribuem para esta dinâmica, com a sua relação fluida, é a oferta de vias de escape. E para entendermos o seu significado vale informar que apesar de este Berço ser mais definido no dia 25, desde o principio do mês que já se vem ensaiando com outros protagonistas (Marte em vez de Vénus) e portanto podemos desde já esboçar algumas interpretações. Julgo ser consensual que estamos a assistir a momentos importantes que estão a definir o rumo do nosso futuro, e a maioria de nós tem a noção de que em muitas coisas não vamos na melhor direcção, mas simultaneamente vão surgindo paliativos e suavizações, que nos adormecem ao ponto de nos deixarmos levar pela corrente conformadamente. É este o risco desta configuração, e o seu nome - Berço - remete-nos para o seu significado: o adormecimento face aos desafios que necessitam de uma resposta criativa. Mas apesar deste risco, o potencial é grande se soubermos aproveitá-lo, pois neste berço existe apoio e abertura, teremos é que encontrar a coragem e a determinação de nos erguermos nele para criarmos o futuro que desejamos. Desejo-lhe um excelente mês de Dezembro!
Entramos em Novembro com o Sol a transitar pelo signo de Escorpião. Já desde 23 de Outubro que a intensidade deste trânsito anual se faz sentir. É uma altura do ano em que somos convidados, ou talvez mesmo impelidos, a mergulhar na profundidade emocional característica de Escorpião. Tivemos um período anterior em Balança bem expansivo, com muita abertura, sobretudo no que se refere a parcerias e relações. Agora encontramos neste período de Escorpião a necessidade de assimilar tudo o que convidamos a fazer parte da nossa realidade.
Esta fase escorpiónica do ano é também o momento propício para limpar a casa do ponto de vista emocional. Mas esta limpeza é profunda e numa primeira fase será preciso desarrumar e desconstruir para chegar a todos os recantos. Naturalmente isto provoca stress e resistência quando se trata de mexer em coisas que preferimos deixar quietas, por receio do que poderemos encontrar por debaixo das mesmas, ou simplesmente porque estamos habituados a uma determinada ordem e não vemos como a mudança nos pode beneficiar. Mas a verdade é que ignorar um problema não o resolve, e nesta altura isso é bem claro. O lixo que não deitamos fora torna-se tóxico e acaba por contaminar tudo o resto. Assim, os verbos do momento são transformar, limpar, purificar, e, essencial no processo, desapegar.
Mas nem sempre a resistência à mudança é o grande desafio desta altura. No extremo oposto, tendência mais comum em quem tem afinidade com Escorpião, podemos debater-nos com a compulsividade e a obsessão, escavando a profundidades onde encontraremos apenas a lama estéril da destruição. Precisamos então de saber reconhecer que o propósito da transformação é recolher o ouro das profundezas para o trazer à superfície, à luz do dia! Neste mergulho, precisamos de reservar fôlego para o regresso, respeitando os limites para lá dos quais este processo perde sentido, e nos coloca em sérios perigos. Apesar desta tónica intensa e pesada que a passagem do Sol por Escorpião nos traz, este mês continua a tendência fluida que caracterizou o mês de Outubro. Isto não significa a ausência de desafios, como bem podemos constatar pelo mês anterior, mas uma tendência facilitada de encontrar caminhos de resolução, ou menos recomendavelmente, de escape.
Destaca-se desde logo a segunda semana do mês com a mudança de signo de 3 planetas: Marte que entra em Aquário no dia 9, Mercúrio que transita para Sagitário e Vénus para Capricórnio, ambos no dia 12. Estas mudanças irão traduzir-se numa maior objectividade e racionalidade, facilitando os processos de desapego, e também maior alinhamento com o propósito da subida à superfície, depois do mergulho na sombria profundidade.
Dia 14 teremos a Lua Cheia de Touro que marca o auge deste período de Escorpião, com a devida tomada de consciência facilitada pelo signo oposto. O potencial é reconhecermos o valor acrescido das transformações pelas quais estamos a passar e encontrarmos aí um ponto de apoio para renascer das cinzas. No dia 17 o Nodo Sul da Lua junta-se a Neptuno em Peixes, um trânsito importante que chega agora ao seu ponto exacto, mas que se vem formado lentamente desde Junho e que ainda se manterá até inicio de 2017. O Nodo Lunar Norte é o ponteiro da direcção evolutiva e o seu oposto, o Nodo Sul, é a herança que necessitamos transformar colectivamente através da polaridade oposta. Neste caso, com o Nodo Norte em Virgem, indica-nos que é através da descriminação objectiva da realidade que podemos abrir novas portas evolutivas, no entanto, com este Neptuno conjunto ao Nodo Sul, teremos uma enxurrada de velhos padrões distorcidos de carácter neptuniano com os quais teremos de nos confrontar e transformar criativamente pelo espírito critico da Virgem, como por exemplo tendências escapistas de toda a ordem que nos desconectam da realidade, os complexos messiânicos de querer salvar o mundo ou de procurar um salvador, a pseudo-espiritualidade inconsequente, os populismos políticos, etc. O Sol entra em Sagitário no dia 21, juntando-se a Mercúrio e Saturno. Veremos então as águas de Escorpião evaporarem-se perante o fogo de Sagitário! E com Júpiter em quadratura a Plutão, exacto no dia 24 (transito que já se vem formando desde o inicio do mês), a fogueira promete ser explosiva. Deveremos cautelar-nos com impulsos ideológicos que facilmente cairão na intolerância e na prepotência. Mesmo a fechar o mês, no dia 29, a Lua e o Sol juntam-se para plantar a semente expansiva e optimista de Sagitário que marcará o período do mês seguinte. Desejo-lhe um excelente mês de Novembro!
No passado mês de Setembro enfrentámos grandes tensões e desafios, e é natural que estejamos exaustos da pressão a que temos sido submetidos na tentativa de gerir todos estes processos. Mercúrio esteve retrógrado durante quase todo o mês, dificultando a reentrada no trabalho e na escola, e a retoma das rotinas do dia-a-dia. Foi necessário um esforço extra para concretizar e materializar, em meio a contratempos, atrasos e acumulação de situações para resolver. Assim que Mercúrio vira directo, já no final do mês passado, de repente tudo acelera e o desbloquear súbito deste fluxo, apesar de ter trazido resolução, arrasta-nos na sua corrente vertiginosa. E é surfando esta onda que entramos em Outubro, o mês da Balança, indicando-nos que é investindo no equilíbrio que nos poderemos manter à superfície, encima da prancha, aproveitando a corrente. Se assim o conseguirmos, esta onda mostra-se promissora, especialmente no que toca à dimensão social, com muitos contactos, relações e parcerias que nos podem abrir oportunidades e trazer novos horizontes.
Comparativamente ao mês anterior, Outubro parece bem mais fluido, a oferecer-nos a possibilidade de recuperar fôlego. Isto se nos soubermos alinhar com a tendência do momento, cujo ênfase, como já vimos, é na cooperação e na parceria. Esta tónica irá sendo reforçada à medida que o mês avança, destacando-se a altura em que Mercúrio entra em Balança no dia 7, fazendo depois a conjunção a Júpiter no dia 11, incentivando ao diálogo e à partilha. A meio do mês, no dia 16, teremos a Lua Cheia em Carneiro, que assinala um checkpoint de consciencialização e avaliação:
- estaremos a cooperar em verdade, ou constrangidos na correspondência de expectativas? - o investimento versus beneficio é equilibrado entre as partes? - estou a aproveitar as oportunidades de crescimento que uma maior abertura aos outros me trariam, ou estou em resistência auto-centrada? - a interação com os outros estimula a minha criatividade e enriquece o meu sentido de individualidade, ou estou a perder de vista a minha vontade própria e a inibir a minha auto-expressão para me harmonizar com os outros e ser aceite?
Estas serão questões importantes a fazer nessa altura, pois com esta abertura e facilidade no estabelecimento de pontes e trocas com os outros, será também possível cairmos em algumas armadilhas e distorções. Desde logo, a óbvia dispersão que se poderá instalar se não colocarmos alguns limites e não aplicarmos discernimento na hora de aceitar convites à parceira e à cooperação. Para quem tem facilidade na dimensão social pode ser uma altura muito favorável, mas há que estar atento para não ficar na superficialidade e na inconsequência, desperdiçando energias em contactos que nada de criativo acrescentam a nenhuma das partes.
Sendo este o mês da Balança, com toda esta energia venusiana no ar, obviamente não poderia deixar de destacar a dimensão romântica, que promete muitos encontros e envolvimentos amorosos. Promete, claro, pois falo apenas da tendência: nada está garantido à partida sem a nossa participação, consciente ou inconsciente. Neste tema do romance, a partir de dia 18, altura em que Vénus entra em Sagitário, o clima ficará mais escaldante e puxará fortemente para a aventura e a ousadia. No dia 23 o Sol ingressa em Escorpião, trazendo uma tónica mais emocional e de mergulho na profundidade. Mercúrio segue-o dia 24, reforçando o tema da intensidade emocional, e no dia 30 teremos a Lua Nova de Escorpião, no dia em que Vénus se casa com Saturno. Acabamos assim o mês com uma conjuntura mais densa e a pedir entrega consistente e compromisso no que respeita aos relacionamentos, acordos e parcerias. Espero que possa aproveitar da melhor forma este mês de Outubro!
Após as férias é agora tempo de regresso ao trabalho. O Sol transita por Virgem, um signo associado ao serviço. O seu símbolo é uma figura feminina que segura uma espiga, representando o período de colheita a que esta fase do ano corresponde.
Antes de obter o vinho, é preciso fazer a vindima, pisar as uvas, fermentar, filtrar, enfim, todo o trabalho necessário com vista ao aperfeiçoamento da matéria-prima. É isto que Virgem representa: a selecção, a organização, o método, o engenho, o rigor. E numa altura em que retomamos a actividade depois das férias (perdoem-me os leitores do Brasil, que têm um ritmo diferente, mas apesar do desajuste das metáforas, estes temas também são válidos para vós), são estas as qualidades que necessitamos convocar.
Acontece que neste ano, temos um Setembro particularmente desafiante e que nos irá colocar perante grandes revisões e transformações, antes de conseguirmos arrancar para a segunda metade do ano. São bastantes os eventos astrológicos que marcam este mês, desde logo o eclipse solar no dia 1, a 9º de Virgem. Este eclipse/Lua Nova vem reactivar as questões que temos vindo a trabalhar ao longo deste ano, no contexto da grande cruz mutável, da qual já muito falei nos relatórios anteriores.
Mercúrio está retrógrado, desde dia 30 de Agosto, e assim permanecerá até dia 22 de Setembro, o que vem reforçar enfaticamente a tendência à reflexão e questionamento, dificultando por isso a exteriorização prática no dia-a-dia. Será assim recomendável abrirmo-nos à possibilidade de rever planos que teríamos já estabelecido, flexibilizando datas e objectivos, ajustando-nos ao ritmo mutável do momento. Mercúrio iniciou a sua marcha retrógrada em conjunção a Júpiter e Vénus, mais precisamente bem no meio destes, o que me inspira a ideia de que será talvez a indulgência, a preguiça e o excesso, a interferirem no andamento exterior das situações: excesso de ideias e caminhos que nos dispersam e paralisam; sensação de que as férias não foram suficientes ou dificuldade em abandonar o bem-bom.
No dia 9, teremos um outro evento bastante significativo: a entrada de Júpiter em Balança. Esta mudança de signo do planeta associado à expansão, ao crescimento e aos ideais, indica-nos que ao longo dos próximos 12 meses (Júpiter permanecerá em Balança até Outubro de 2017), será no campo das relações, das parcerias e da cooperação que encontraremos optimismo e oportunidade. Temos assim o inicio de um período expansivo para que tem posicionamentos (principalmente Sol, Lua e Ângulos) em signos de Ar: Gémeos, Aquário e sobretudo Balança! Mas devido a uma conjuntura muito desafiante no dia 11, com Vénus e Lua em tensão com Plutão, parece que para já o território relacional está bastante armadilhado, não sendo fácil harmonizar posições. Como Sol e Mercúrio também indicam com a sua quadratura a Marte nos dias 12 e 13, estamos em modo de batalha e com pavio bem curto! Poderá ser muito difícil evitar ferir e ser ferido neste fogo cruzado, lembrando que Marte em Sagitário tende a disparar entusiasticamente e com pouca noção de limites. Nessa altura teremos novo eclipse, mas lunar, no grau 24º de Peixes, marcando claramente um ponto de catarse e, esperemos, consciencialização.
Dia 22 o Sol entra em Balança e no mesmo dia Mercúrio vira directo, mudando bastante o cenário, trazendo mais dinamismo social e desbloqueando impasses. No entanto, como de resto parece ser a tónica do mês, nem tudo são rosas, temos também espinhos, já que no dia seguinte Vénus entra em Escorpião, indicando que no campo da relação a harmonização implica entrega e confiança. Ou seja, a fasquia é bem elevada e o risco é grande, mas sempre que assim é também os frutos são proporcionalmente gratificantes e poderão ser colhidos em torno do dia 30, altura em que Vénus faz um fluido trígono a Neptuno.
As tensões não vão desaparecer com o final do mês, já que apesar do Sol se juntar a Júpiter no dia 26, estes formam uma quadratura a Marte, que entrará em Capricórnio no dia 27. Teremos com certeza um impulso concretizador forte, imbuído de grande convicção, mas que pode falhar em casar coerentemente princípios com métodos. Em resumo, estamos perante um momento de transição para um novo ciclo, que se iniciará com o equinócio de dia 22, mas antes teremos de fazer a síntese e assimilar as aprendizagens da primeira metade do ano. Podemos vivenciar nesta altura grandes saltos de consciência ou crises de retrocesso e bloqueio, consoante tenhamos ou não respondido da melhor forma aos desafios. O mais natural é mesmo experienciarmos ambos, sendo que em algumas áreas e assuntos possamos sentir progresso, enquanto em outras nem por isso… De qualquer forma, o clima geral tenderá a ser o da crise existencial, com bastantes interrogações e incertezas. Mas como o céu indica, é tempo de questionamento, então que assim seja e que possamos fazer o melhor disso mesmo. Desejo-lhe um excelente mês de Setembro!
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May 2018
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